sábado, 25 de agosto de 2012

365 DIAS DE ARTE

Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse, de Albrecht Dürer


Albrecht Dürer (21/05/1471 - 06/04/1528) foi gravador, pintor, ilustrador, matemático e teórico de arte alemão e, provavelmente, o mais famoso artista do Renascimento nórdico, tendo influenciado artistas do século XVI no seu país e nos Países Baixos. Sua maestria como pintor foi o resultado de um trabalho árduo e, no campo das artes gráficas, não tinha rival. Suas xilogravuras, consideradas revolucionárias são ainda marcadas pelo estilo gótico. Viveu também na Itália e neste período foi nomeado pelo imperador Maximiliano I, em 1512, como pintor da corte.
Dürer usa técnicas de linhas paralelas e cruzadas para criar tons de luz, sombra e volume. Suas gravuras ajudaram a estabelecer uma reputação internacional e a revolucionar as ilustrações de livros. O sucesso foi tão grande, que ele viveu da renda de ilustrações até sua morte.
Nesta obra, Dürer escolheu o tema com inteligência. Como a Europa estava chegando nos anos 1500, muitos acreditavam que o mundo estava chegando ao seu fim. Por isso, muitos estavam lendo o livro do Apocalipse.
Na Bíblia, os 4 cavaleiros surgem depois que os primeiros selos do livro sagrado são rompidos. A identidade dos cavaleiros varia em diferentes representações da cena (conjunto de 15 gravuras publicadas).
Na versão de Dürer, o primeiro cavaleiro, com arco e flecha, representa a enfermidade. O segundo ergue uma espada e representa a guerra. O terceiro, com uma balança vazia, a fome. Por fim, o último e quarto cavaleiro representa a morte e está atirando as pessoas para a garra do inferno.
A fonte elementar do tema provavelmente está na profecia de Zacarias, no Antigo Testamento, que se refere a quatro carruagens, cada qual com cavalos de uma cor e que são chamados de "os quatro espíritos dos Céus".



4 detalhes de "Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse" se destacam:


1 - Gesto do anjo
O anjo voando acima dos cavaleiros parece sugerir uma bênção. Abaixo dele, a galope, o cavaleiro com o arco é o mais controverso da obra. Alguns creem que ele é Cristo, outros o interpretam como uma figura destruidora.

2 - Boca do inferno
Desde a Idade Média, o inferno costuma ser retratado como o ventre exposto de um terrível monstro representando o Leviatã. Na extrema esquerda abaixo da tela, o inferno devora um homem que usa a insígnia de um bispo. Isso sugere que ninguém está livre da morte ou do inferno: nem ricos, nem pobres, nem padres.

3 - Rosto e tridente
Em geral, a morte é simbolizada através de um tridente. Neste quadro, o tridente do cavaleiro abaixo que representa a morte está relacionado com o inferno. Antes de Dürer, ninguém tinha retratado tanta destruição causada pelos Cavaleiros do Apocalipse.

4 - Balanças da fome
As balanças da fome se agitam atrás do cavaleiro central, que galopa furiosamente. A nuvem de poeira e devastação que os cavaleiros deixam para trás reforçam a sensação de velocidade e exprimem uma energia que não havia sido encontrada em outras versões anteriores do tema até então.



Ficha Técnica: "Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse"

Autor: Albrecht Dürer
Onde ver: British Museum, Londres, Reino Unido
Ano: 1498
Técnica: Xilogravura
Tamanho: 39,5cm x 28cm
Movimento: Renascimento Nórdico

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