segunda-feira, 5 de agosto de 2013

365 DIAS DE ARTE

A Queda de Ícaro, de Pieter Bruegel, O Velho

A obra foi inspirada no conto da mitologia grega.

Pieter Bruegel, "O Velho" (1525/1530 - 09/09/1569) foi um pintor de Brabante, célebre por seus quadros retratando paisagens e cenas do campo.
Pieter Bruegel, conhecido como "O Velho" (para distingui-lo de seu filho mais velho), foi o primeiro de uma família de pintores flamengos. Assinou como Brueghel até 1559, ano em que retirou o "H" do sobrenome, como viria acontecer também com seus filhos. "O Velho", considerado um dos melhores pintores flamengos do século XVI, é o membro mais importante da família. Admitido como mestre da guilda de São Lucas com 26 anos e logo em seguida viajou para a Itália onde produziu uma série de pinturas, a maior parte das quais representando paisagens. Sua primeira obra assinada e datada foi produzida em Roma, em 1553.
Foi pintor de multidões e de cenas populares, com uma vitalidade tal que transborda do quadro. Além da sua predileção por paisagens, pintou quadros que realçavam o absurdo na vulgaridade, expondo as fraquezas e loucuras humanas, que lhe trouxeram muita fama, porém foi na natureza que o pintor encontrou sua maior inspiração, sendo identificado como um mestre de paisagens. Creditado como sendo o primeiro pintor ocidental a pintar este tema como elemento central e não como um pano de fundo histórico de uma pintura.
Utilizando abundante sátira e força, criou algumas das primeiras imagens de protesto social na história da arte. Exemplos incluem pinturas como "A luta entre Carnaval e Quaresma" (uma sátira dos conflitos da Reforma).
Na mitologia grega, Dédalo e seu filho Ícaro foram aprisionados na ilha de Creta. Dédalo, um inventor, usou seu talento para construir dois pares de asas, com os quais ele e seu filho poderiam fugir de sua prisão. O inventor advertiu seu filho Ícaro para que este não voasse muito alto, mas Ícaro ignorou o conselho do pai. Ao subir muito, o sol derreteu a cera que mantinha as asas coladas às costas do jovem, que caiu no mar e se afogou.
O tema inspirado na lenda de Ícaro tem sido tratado desde a Antiguidade, mas não da maneira como Pieter Bruegel o abordou. O pintor deixou de enfatizar a tragédia pessoal do menino para se ater às reações das pessoas ao redor do acontecimento. Em vez de pintar Ícaro no céu, caindo, Bruegel mostra o jovem já na água. Seu pai, Dédalo, não é retratado na pintura.



5 detalhes de "A Queda de Ícaro" se destacam:


1 - Paisagem montanhosa
O pintor foi muito influenciado por uma viagem que fez aos Alpes e estava determinado a inserir montanhas em todas as paisagens que pintava.


2 - Embarcação
A presença do navio reforça o fato de que Ícaro está sendo ignorado. A embarcação faz seu trajeto para longe do jovem e embora esteja muito próxima dele, não há nenhum indício de que alguém a bordo tenha notado a queda do jovem.


3 - Ícaro
As únicas partes visíveis de Ícaro são suas pernas, que também já estão desaparecendo no mar. Sua morte, entretanto, não provoca sequer uma onda e ninguém parece se importar com a situação. Da mesma maneira, os espectadores poderiam facilmente ignorar esse detalhe narrativo, não fosse o título da obra.


4 - Pastor
O pastor desconhece a morte de Ícaro e olha para alguma coisa localizada fora da pintura. Ele e seu cachorro também não prestam atenção ao trabalho. O rebanho se encaminha perigosamente para a beira d'água e pode acabar tendo o mesmo destino de Ícaro.


5 - Cadáver no campo
Em frente ao lavrador, quase invisível, está um cadáver em meio à vegetação, na extremidade do campo. Sua presença está associada a um provérbio que diz: "O trabalho no campo não para só porque um homem morreu". Na realidade, nenhuma das atividades rotineiras presentes na cena é interrompida pela morte de Ícaro.




Ficha Técnica: A Queda de Ícaro


Autor: Pieter Bruegel, O Velho
Onde ver: Museu Real de Belas Artes, Bruxelas, Bélgica
Ano: 1558
Técnica: Óleo sobre tela (transposto de um painel)
Tamanho: 73,5cm x 112cm
Movimento: Renascimento Nórdico

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