quinta-feira, 1 de agosto de 2013

365 DIAS DE ARTE

Paisagem com Ruínas de um Castelo e uma Igreja, de Jacob van Ruysdael

Paisagem com Ruínas de um Castelo e uma Igreja pode ser considerada uma obra "celeste", já que a maior parte do quadro é ocupada pelo céu e pelas nuvens.

Jacob Isaackszoon van Ruysdael (1628 - 14/03/1682) é considerado um dos maiores mestres da pintura paisagista holandesa. Nasceu em Haarlem, filho de um pintor e por isso é provável que os primeiros ensinamentos da arte vieram da própria família.
Em 1648 tornou-se membro da guilda de pintores de Haarlem e era estudioso das paisagens das regiões holandesas e até mesmo viajando pela parte ocidental da Alemanha para melhor conhecê-las.
Em 1665, instalou-se em definitivo em Amsterdã, levando a pintura alternadamente com sua profissão de cirurgião. Pintou planícies, características da paisagem holandesa, revelando um caráter melancólico a aldeias distantes, com seus moinhos de água e canais que se sobressaem entre as árvores e os céus nublados.
As representações das massas escuras de folhagem faz com que o verde escuro apareça como predominante em muitas de suas telas. Ruysdael, com efeito, preocupava-se apenas com as paisagens e as figuras que aparecem em seus quadros foram, quase sempre, incluídas por outros artistas.
O artista não teve grande reconhecimento artístico em vida, mas influiu posteriormente nos paisagistas europeus, fora de sua terra.
Esse gênero de "exteriores" foi inventado na Holanda do século XVII e constitui um novo tipo de pintura na qual imagens naturais deixam de servir como pano de fundo para narrativas históricas, míticas e bíblicas e passam a figurar como o objeto central.
Supõe-se que o cenário dessa pintura, plano e aparente, seja a representação topográfica de uma região real. Ela não retrata, de fato, nenhum local em especial - trata-se apenas de uma visão panorâmica de Gooinland, região do interior da Holanda.
Embora a paisagem seja do artista, os pastores e animais que aparecem no canto esquerdo inferior do quadro foram pintados por Adrien van de Veld, em uma espécie de colaboração que era comum na época.
O contraste entre a campina ensolarada e o céu tempestuoso funciona como uma sugestão da presença divina, porém de uma forma diferente da que se revelava nas imagens religiosas da velha ordem. Isso acontece porque as imagens parecem totalmente naturais.



4 detalhes de "Paisagem com Ruínas de um Castelo e uma Igreja" se destacam:


1 - Céu
Os rolos de nuvens foram pintados como se fossem vistos de baixo. Seu volume é representado por meio de realces de luz e sombra e um exame mais atento permite identificar que essas formas, quase sem peso, estão descritas por poucas pinceladas rápidas e visíveis. As marcas do pincel também dão a sensação de movimento às nuvens, dando ao espectador uma impressão de que um ligeiro vento anima a cena. O abrupto vazio entre as nuvens sugere instabilidade.


2 - Altura da linha do horizonte
O horizonte se localiza a um terço da altura da composição, o que sugere um ponto de vista baixo. Essa linha só é interrompida pela torre da igreja e pelas velas de um moinho de vento, o que passa a impressão de "infinito". A altura da linha do horizonte ajuda o observador a se sentir imerso na cena.


3 - Reflexos do céu na água
A paisagem traz uma imagem secundária. No primeiro plano é possível ver o céu e o castelo refletidos na água. O reflexo da paisagem semi-imaginária é criado com extrema perícia pelo artista.


4 - Figuras humanas
No canto inferior esquerdo do quadro encontram-se duas pessoas sentadas. Diminuídas pela paisagem, essas pessoas ilustram o lugar do homem na criação de Deus.




Ficha Técnica: Paisagem com Ruínas de um Castelo e uma Igreja


Autor: Jacob van Ruysdael
Onde ver: National Gallery, Londres, Reino Unido
Ano: 1665
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 1,09m x 1,46m
Movimento: Idade de Ouro Holandesa

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