sexta-feira, 30 de agosto de 2013

365 DIAS DE ARTE

Provérbios Flamengos, de Pieter Bruegel, O Velho


Pieter Bruegel, "O Velho" (1525/1530 - 09/09/1569) foi um pintor de Brabante, célebre por seus quadros retratando paisagens e cenas do campo.
Pieter Bruegel, conhecido como "O Velho" (para distingui-lo de seu filho mais velho), foi o primeiro de uma família de pintores flamengos. Assinoi como Brueghel até 1559, ano em que retirou o "H" do sobrenome, como viria acontecer também com seus filhos. "O Velho", considerado um dos melhores pintores flamengos do século XVI, é o membro mais importante da família. Admitido como mestre da guilda de São Lucas com 26 anos e logo em seguida viajou para a Itália onde produziu uma série de pinturas, a maior parte das quais representando paisagens. Sua primeira obra assinada e datada foi produzida em Roma, em 1553.
Considerado pintor de multidões e cenas populares, com uma vitalidade tal que transborda do quadro. Além da sua predileção por paisagens, pintou quadros que realçavam o absurdo na vulgaridade, expondo fraquezas e loucuras humanas, que lhe trouxeram muita fama, porém foi na natureza que o pintor encontrou sua maior inspiração, sendo identificado como um mestre de paisagens. Creditado como sendo o primeiro pintor ocidental a pintar este tema como elemento central e não como um pano de fundo histórico de uma pintura. Utilizando abundante sátira e força, criou algumas das primeiras imagens de protesto social na história da arte.
A pintura é um exemplo da habilidade e da interatividade cômica de Bruegel, na qual são ilustrados mais de cem provérbios e máximas morais em um povoado imaginário, onde impera a estupidez. O tema foi popularizado pelo best-seller "A Nau dos Insensatos" e várias obras da época foram inspiradas no livro.
Provérbios Flamengos pode ter sido inspirado em Capa Azul, de Hogenberg. Na imagem é apresentado, em primeiro plano, um homem rastejando para dentro de um globo, fazendo menção ao ditado "Um homem deve se inclinar se quiser entrar no mundo".
O cenário complexo cria uma ilusão de perspectiva inédita até então. Também foi introduzida na pintura a interação entre algumas cenas - como o marido enganado de capa azul, que é observado com interesse por duas mulheres que representam um provérbio sobre fofoca, enquanto à sua direita, que dá rosas aos porcos, olha sem acreditar outro ato de loucura.



6 detalhes de "Provérbios Flamengos" se destacam:


1 - "A capa azul"
O ditado diz: "Ela põe uma capa azul no marido" ou, em outras palavras, coloca chifres nele. Na época, a cor azul era símbolo do engano. O marido é mais velho, usando bengala e parece alheio às ações da mulher, enquanto ela é representada sendo uma jovem alta e bem dotada.


2 - "Bater a cabeça no muro"
Bruegel retratou a estupidez dos vadios como nenhum outro pintor havia feito. Embora a inutilidade de atacar um muro seja óbvia, o artista se deliciou imaginando que tipo de idiota faria tal coisa. O tolo veste couraça e segura uma espada, enquanto o resto do traje é menos marcial. Há uma atadura em sua perna, sugerindo que ele já tenha se ferido em outra aventura ridícula.


3 - "O mundo de ponta cabeça"
Na arte cristã o mundo é representado por um globo encimado por uma cruz - que devia apontar para cima. Na obra Bruegel inverte a posição da cruz, representando o mundo em desordem. Sua posição na pintura - em destaque - indica que o povoado todo é governado pela loucura.


4 - "Ele não consegue juntar as pontas"
A versão original do ditado diz que "ele não consegue juntar os pães", ou seja, comprar comida suficiente. Embora o ditado não possua nada cômico ou moral, o pintor dá um jeito de transformá-lo em um trocadilho visual, com um camponês sendo estúpido demais para mover um dos pães.


5 - "Não chorar o leite derramado"
Nesse caso, o homem é retratado tentando recolher o mingau no lugar do leite, adequando-se ao cenário local no qual muitos dos provérbios giram em torno da agricultura.


6 - "Velejar quando sopra o vento"
Bruegel reuniu em um pequeno detalhe como o veleiro, dois ditados: "É mais fácil velejar quando o vento sopra" e "Ele tem um olho na vela", ou seja, está alerta. Os barcos sempre apareciam em suas obras porque o artista morava em um porto importante.




Ficha Técnica: Provérbios Flamengos


Autor: Pieter Bruegel, O Velho
Onde ver: Gemäldegalerie, Staatliche Museen, Berlim, Alemanha
Ano: 1559
Técnica: Óleo sobre madeira
Tamanho: 117cm x 163cm
Movimento: Renascimento Norte-Europeu

365 DIAS DE ARTE

Marilyn, de Andy Warhol


Andy Warhol (06/08/1928 - 22/02/1987) foi um empresário, pintor e cineasta norte-americano, bem como uma figura maior do movimento de Pop Art.
Depois da morte de Marilyn Monroe, em 1962, o artista passou a pintar uma série de retratos da diva. Uma mesma imagem da atriz - a foto em preto e branco de divulgação do filme "Torrente de paixão", de 1953 - foi a base para todas as gravuras de Warhol com o rosto da diva.
Na foto original Marilyn era retratada com fascínio e despreocupação. No entanto, as alterações do artista na imagem criam uma série de atmosferas distintas e destacavam a natureza ilusória do estrelato. Em algumas pinturas, a atriz era retratada como ícone religioso, enquanto em outras ela aparecia como vítima da cultura de celebridades que lhe trouxe fama.
A técnica utilizada na obra foi a serigrafia, que já tinha sido utilizada pelo artista em seus trabalhos comerciais. Quando descobriu que o método também era adequado à arte, Warhol conseguiu, segundo ele mesmo, "... a mesma imagem um pouco diferente de cada vez".



3 detalhes de "Marilyn" se destacam:


1 - Lábios
Em um retrato tradicional, todo cuidado é tomado para que a imagem saia perfeita. Aqui Warhol faz exatamente o oposto: imita deliberadamente os defeitos de impressão. A área colorida de rosa não corresponde exatamente aos lábios de Marilyn e o artista deixou, conscientemente, de branquear seus dentes.


2 - Olhos
O artista manipulou a foto original, exagerando a maquiagem em uma paródia das convenções de beleza. Os olhos sombreados de Marilyn, bem como o batom, foram retocados com uma grosseira camada de cor. Além disso, seus cabelos oxigenados tem o mesmo tom amarelo do olho.


3 - Linha dos cabelos
Warhol se esforçou para fazer o real parecer irreal. Uma linha esquemática separa o rosto de Marilyn dos cabelos. O rosto lembra uma máscara e os cabelos uma peruca, nada na imagem parece genuíno. A aparência artificial é ainda mais enfatizada pelas cores chapadas e artificiais.




Ficha Técnica: Marilyn


Autor: Andy Warhol
Onde ver: Tate, Londres, Reino Unido
Ano: 1967
Técnica: Serigrafia sobre papel
Tamanho: 91cm x 91cm
Movimento: Pop Art

UM POUCO DE... LÍNGUA PORTUGUESA!


quarta-feira, 28 de agosto de 2013

365 DIAS DE ARTE

Santíssima Trindade, de Andrei Rublev

A obra é considerada um ícone bizantino e foi feita com o propósito de estimular a contemplação espiritual na fé.

Andrei Rublev (1360 - 1430) é considerado o maior pintor russo de ícones, afrescos e miniaturas para iluminuras. Foi responsável pela decoração da Catedral da Anunciação, no Kremlin, em Moscou, no início do séc. XV. Sua pintura mais famosa é a apresentada hoje em nosso blog, que sintetiza os ideais de fraternidade, de amor e de serena santidade. Rublev foi canonizado em 1988 pela igreja Ortodoxa Russa.
Santíssima Trindade se baseia na história do Antigo Testamento da visita de três andarilhos a Abraão e Sara, perto do bosque de carvalho de Manre (Gênesis 18: 2-5). O título indica que o artista via as três personagens, que a princípio parecem anjos, como símbolos da Santíssima Trindade.
O Pai está sentado à esquerda, o Filho no meio e o Espírito Santo encontra-se à direita. Visualmente, a unicidade entre eles é representada de diversas maneiras, entre elas as poses serenas e lânguidas, as expressões brandas de meditação, a forma circular inclusiva dos olhares, o azul compartilhado das vestes e o bastão que cada um deles segura.
O lugar vago em primeiro plano faz com que o observador se sinta bem-vindo à mesa. A atmosfera de acolhimento ainda é reforçada pela harmonia e simetria visual, tipicamente bizantinas. Isso ajuda o artista em seu objetivo de expressar as virtudes do amor e da tolerância ao mesmo tempo em que funciona como afirmação teológica sobre a unidade da Santíssima Trindade.



4 detalhes de "Santíssima Trindade" se destacam:


1 - Símbolos bíblicos
A casa retratada atrás do Pai é um símbolo do lugar de Salvação Eterna. A árvore atrás do filho indica a Árvore da Vida, bem como a madeira da cruz, enquanto a montanha localizada atrás do Espírito Santo faz referência ao Monte Tabor, colina onde o Espírito Santo apareceu durante a transfiguração de Cristo.


2 - Octógono oculto
Existe na pintura uma estrutura octogonal oculta, estabelecida na base pelos ângulos do piso. Essa estrutura caracteriza o uso que a arte bizantina fazia da geometria. O octógono é disfarçado pelas curvas das auréolas e as asas das três personagens, bem como as dobras de suas vestes.


3 - Sacrifício divino
A mesa se dobra como um altar, com um cálice no meio que contém a cabeça do novilho sacrificial. Este foi o animal que Abraão matou para celebrar com os visitantes e também é uma referência ao Cordeiro de Deus, símbolo ligado à vida e à morte de Cristo, que abriu caminho para a salvação dos homens.


4 - Olhares em círculo
A angulação das cabeças e olhares das três personagens se dirigem ao observador em um movimento circular anti-horário em torno da pintura. O círculo aberto, criado pelas três imagens, é receptivo ao observador, em um gesto de inclusão típico da arte bizantina.




Ficha Técnica: Santíssima Trindade


Autor: Andrei Rublev
Onde ver: Galeria Tretyakov, Moscou, Rússia
Ano: 1410
Técnica: Têmpera sobre madeira
Tamanho: 1,42m x 1,14m
Movimento: Arte Bizantina

terça-feira, 27 de agosto de 2013

TOME CIÊNCIAS

A qualidade da água


A vida humana, assim como a de todos os seres vivos depende da água.

Mas a nossa dependência da água vai além das necessidades biológicas: precisamos dela para limpar as nossas casas, lavar as nossas roupas e o nosso corpo. E mais: para limpar máquinas e equipamentos, irrigar plantações, dissolver produtos químicos, criar novas substâncias, gerar energia.
É aí que está o perigo: a atividade humana muitas vezes compromete a qualidade da água. Casas e indústrias podem despejar em rios e mares substâncias que prejudicam a nossa saúde. Por isso, escolher bem a água que bebemos e proteger rios, lagos e mares são cuidados essenciais à vida no planeta.

Água Potável


A água potável é aquela popularmente chamada água pura. Para ser bebida por nós, a água deve ser incolor, insípida (sem sabor) e inodora (sem cheiro). Ela deve estar livre de materiais tóxicos e microorganismos, como bactérias, protozoários, etc., que são prejudiciais, mas deve conter sais minerais em quantidade necessária à nossa saúde.
A água potável é encontrada em pequena quantidade no nosso planeta e não está disponível infinitamente. Por ser um recurso limitado, o seu consumo deve ser planejado.


Água destilada


A água potável deve ter certa quantidade de alguns minerais dissolvidos, que são importantes para a nossa saúde. A água sem qualquer outra substância dissolvida é chamada de água destilada. Veja como se consegue água destilada.
Para retirar sais minerais e outros produtos dissolvidos na água, utiliza-se um processo chamado destilação. O produto dessa destilação, a água destilada, é usada em baterias de carros e na fabricação de remédios e demais produtos. Não serve para beber, já que não possui os sais minerais necessários ao nosso organismo.
Veja como funciona o aparelho que produz água destilada, o destilador:

Observe que a água ferve (1) com ajuda do (2) Bico de Bunsen (chama que aquece a água), transformando-se em vapor (3), e que depois se condensa (4), voltando ao estado líquido. Os sais minerais não vaporizam, mas ficam dentro do vidro onde a água foi fervida (chamado balão de destilação).


Água Mineral


A água do mar é salgada porque tem muito Cloreto de Sódio, que é o sal comum usado na cozinha. Justamente por ter tanto sal, não é potável. Se bebermos água do mar, o excesso de sal nos fará eliminar mais água na urina do que deveríamos e começamos então a ficar desidratados.
Já a água doce, dos rios, lagos e fontes, tem menos sal que a água do mar e pode ser bebida - desde que esteja sem micróbios e produtos tóxicos ou que tenha sido tratada para eliminar essas impurezas.
A chamada água mineral é água que brota de fontes do subsolo. Ela costuma ter alguns sais minerais em quantidade um pouco maior que a água utilizada nas residências e, às vezes outros sais.

A água mineral é, em geral potável e pode ser bebida na fonte ou engarrafada - desde que a fonte esteja preservada da poluição e da contaminação ambiental e que o processo de engarrafamento seja feito com higiene.


O mar pode "morrer"?


Na Ásia, há o famoso mar Morto, que é um exemplo de que um mar pode "morrer". O mar "morre" e os lagos também quando o nível de salinidade, isto é, a concentração de sais da sua água, é tão alto que não permite que os peixes, a flora e outros seres vivam nele. Esse fenômeno ocorre por vários fatores, entre eles: pouca chuva aliada à evaporação intensa (clima quente e seco) e corte ou diminuição do regime de escoamento de rios.
Açude no Acre secando.


Próxima postagem vamos falar sobre as Fontes de Poluição da Água. Aguardem!


Extraído do site "Só Biologia"
www.sobiologia.com.br
Acessado em: 27/08/2013 às 21h.

UM POUCO DE... LÍNGUA PORTUGUESA!


segunda-feira, 26 de agosto de 2013

365 DIAS DE ARTE

La Grenouillère, de Pierre-Auguste Renoir

O cenário bucólico passa uma sensação de energia, diversão e bom humor e a obra deixa clara a concentração de Renoir nas figuras humanas.

Pierre-Auguste Renoir (25/02/1841 - 03/12/1919) foi um pintor francês impressionista. Desde o princípio sua obra foi influenciada pelo sensualismo e pela elegância do rococó, embora não faltasse um pouco da delicadeza de seu ofício anterior como decorador de porcelana. Seu principal objetivo, como ele próprio afirmava, era conseguir realizar uma obra agradável aos olhos. Apesar de sua técnica ser essencialmente impressionista, Renoir nunca deixou de dar importância à forma - de fato, teve um período de rebeldia diante das obras de seus amigos, no qual se voltou para uma pintura mais figurativa, evidente na longa série "Banhistas", como já foi apresentado aqui anteriormente. Mais tarde retomaria a plenitude da cor e recuperaria sua pincelada enérgica e ligeira, com motivos que lembram beleza e sensualidade.
A pintura de hoje mostra um grupo de pessoas reunidas à beira do Sena, esperando para atravessar a ponte até a ilha. Na água, pessoas se banham perto da margem e um barco mais afastado corta o rio. É possível perceber que trata-se de uma cena de descontração, com uma banhista sentada na ponte e enxugando os pés, cães descansando no chão e diversas pessoas com trajes elegantes conversando animadamente.
O estilo solto de Renoir promove na tela uma fusão de detalhes a meia distância. A água, os banhistas e os pormenores da margem oposta parecem se complementar. Os tons de verde e azul do verão à beira do rio ganham vida com os elementos dos visitantes.
O cenário bucólico passa uma sensação de energia, diversão e bom humor e a obra deixa clara a concentração de Renoir nas figuras humanas e seus detalhes que, embora delineados sem contornos precisos, possuem gestos, poses e formas claramente articulados.
A cena, retratada de perto, dá destaque para as pessoas representadas na parte esquerda. O arco e os banhistas próximos à ponte equilibram a presença do grupo de visitantes e o tronco de árvore acrescenta à obra uma sensação de familiaridade.



3 detalhes de "La Grenouillère" se destacam:


1 - Ponto de cor
O laço no vestido da dama de costas chama a atenção do observador e tem por objetivo atrair o olhar para o grupo de pessoas retratado na beira do rio.


2 - Trajes de banho
Embora as figuras apresentadas na água tenham um estilo esboçado, Renoir conseguiu capturar a forma reveladora dos trajes de banho desses banhistas.


3 - Impressão de movimento
O barco que aparece no rio possui poucos detalhes de cor. Para dar a ele ideia de movimento sobre a água o pintor apostou na textura do branco.




Ficha Técnica: La Grenouillère


Autor: Pierre-Auguste Renoir
Onde ver: Museu Pushkin, Moscou, Rússia
Ano: 1869
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 59cm x 80cm
Movimento: Impressionismo

sábado, 24 de agosto de 2013

365 DIAS DE ARTE

Balão Vermelho, de Paul Klee

O balão aparece flutuando alegremente sobre uma paisagem urbana estilizada.

Paul Klee (18/12/1879 - 29/06/1940) foi um pintor e poeta suíço naturalizado alemão. Seu estilo grandemente individual, foi influenciado por várias tendências artísticas diferentes, incluindo o expressionismo, cubismo e surrealismo. Foi estudante do orientalismo. Klee era um desenhista nato que realizou experimentos e consequentemente, dominou a teoria das cores, sobre o quê ele escreveu extensivamente. Suas obras refletem seu humor seco e, às vezes, a sua perspectiva infantil, seus ânimos e crenças pessoais e sua musicalidade. Amigo do pintor russo Kandinsky, eram famosos por lecionarem na escola de arte e arquitetura Bauhaus.
O balão parece um símbolo dos voos de imaginação extravagantes do artista, que possuía uma grande curiosidade intelectual, assim como uma mente que se alimentava das mais variadas fontes artísticas, fossem elas antigas ou contemporâneas.
Como muitos dos artistas de vanguarda da época, Klee se interessava por tipos de arte que fossem dotados de sinceridade e vitalidade naturais.
Além disso, o pintor tinha um interesse particular pelas obras das crianças. Ele buscava em suas obras um frescor infantil que era, ao mesmo tempo, muito sofisticada: nenhuma criança seria capaz de alcançar o equilíbrio sutil entre a abstração e a representação de suas pinturas, ou mesmo de rivalizar com suas harmonias requintadas de cor.
As formas retilíneas representadas por Klee evocam edifícios, em particular as linhas inclinadas dos telhados.



3 detalhes de "Balão Vermelho" se destacam:


1 - Balão
A forma circular e colorida era muito comum nas obras de Klee. O pintor também era fascinado pelo tema "voo" e balões de ar quente também apareceram muitas vezes em suas obras dos anos pós-guerra. A tinta vermelha do balão foi aplicada em uma camada grossa em comparação à camada do fundo, fina e aguada. Sua forma simples é delineada com o preto.


2 - Fundo de gesso
Quanto à técnica, o pintor era pouco convencional e gostava de fazer experimentos. Muitas vezes Klee combinava técnicas que eram usadas separadamente num mesmo quadro. Em "Balão Vermelho" o pintor utilizou um tecido fino revestido de gesso, que ajudou a criar efeitos sutis de cor e textura.


3 - Formas geométricas
Os blocos apresentados na obra sugerem uma vista sobre os telhados de uma cidade, com um balão flutuando logo acima. No entanto, as cores moduladas e delicadamente variadas são fruto da imaginação do artista, e não de uma realidade observada.




Ficha Técnica: Balão Vermelho


Autor: Paul Klee
Onde ver: Guggenheim Museum, Nova York, Estados Unidos
Ano: 1922
Técnica: Óleo sobre gaze com base de gesso, montada em madeira
Tamanho: 31,7cm x 31,5cm
Movimento: Expressionismo Alemão

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

365 DIAS DE ARTE

As Aventuras de Akbar com o elefante Hawa'i, de Basawan e Chetar


O "Akbarnama" contém 116 miniaturas de diversos artistas. O livro foi encomendado pelo imperador Akbar como a crônica oficial do seu reinado. Foi escrito por Abu'l Fazl entre 1590 e 1596 e as pinturas desta primeira cópia real existem apenas de forma parcial. Após a morte do imperador em 1605, o manuscrito permaneceu na biblioteca de seu filho, Jahangir (1605-1627). Foi adquirido pelo Museu Victoria and Albert Museum, do Reino Unido em 1896, da Sra. Frances Clarke, viúva do Major General John Clarke, que o comprou na Índia.
Neste episódio, em especial, são celebrados o domínio e a coragem de Akbar. O imperador monta um elefante feroz que persegue outro elefante. Eles arremetem sobre uma ponte flutuante para o Forte de Agra, no norte indiano.
Todos ao redor, figuras animadas e vestidas com cores vivas são representados lutando para controlar seus barcos ou alcançar segurança.
A pintura mostra a influência da ilustração de manuscritos sefévidas persas (dominadores do império árabe, assim como os xiitas) na arte indiana durante a dinastia mogol. No entanto, a maneira realista como as figuras são modeladas, bem como o seu senso de perspectiva - que se percebe no forte ao fundo -, também sugerem a influência da arte norte-européia.



4 detalhes de "As Aventuras de Akbar com o elefante Hawa'i" se destacam:


1 - Akbar e Hawa'i
Muitas das histórias ilustradas no "Livro de Akbar" demonstram a força do caráter do imperador. Akbar monta Hawa'i, o elefante imperial mais selvagem. Apertando os pés sob os arreios do animal para se firmar, o imperador aparece calmo e controlado.


2 - Ran Bagha
Disparando na frente pela ponte de barcos encontra-se Ran Bagha, o oponente de Hawa'i. Akbar explica seus atos audaciosos com a confiança em Deus. Segundo relatos do imperador, Deus permitiria que os elefantes o matassem se fosse motivo de desgosto para Ele.


3 - Flutuante
A ponte em ruínas sobre o rio Jumna cria uma diagonal na pintura. Visto de cima, um homem jaz caído no chão, pisoteado e com o turbante desenrolado a seu lado. Os elefantes, em contraste, são desenhados de lado.


4 - Figuras menores
A cena é repleta de atividade e interesse dos barqueiros tentando estabilizar o flutuante no primeiro plano e dos pescadores lutando ao fundo. O artista representou cada indivíduo com imaginação e atenção aos detalhes.




Ficha Técnica: As Aventuras de Akbar com o elefante Hawa'i


Autores: Basawan e Chetar
Onde ver: Victoria & Albert Museum, Londres, Reino Unido
Ano: 1590 - 95
Técnica: Aquarela opaca e ouro sobre papel
Tamanho: 33cm x 20cm
Movimento: Arte Imperial

IV CONFERÊNCIA NACIONAL INFANTOJUVENIL PELO MEIO AMBIENTE


VAMOS CUIDAR DO BRASIL COM ESCOLAS SUSTENTÁVEIS


terça-feira, 20 de agosto de 2013

GEO... GRAFANDO!

Maranhão


Bandeira:

Brasão:

Mapa:

Capital:                São Luís
Área Total:           331.983,293 Km2
Sigla:                   MA
Região:                Nordeste
População:           6.184.538 hab (2006)

Situa-se no Oeste da Região Nordeste, tendo como limites o Oceano Atlântico a Norte, o Piauí a Leste, Tocantins ao Sul e Sudoeste e o Pará a Oeste. É o único Estado da região com parte de sua área coberta pela Floresta Amazônica, apresentando importantes áreas de proteção ambiental. Em 1997, a capital São Luís foi declarada patrimônio histórico da humanidade pela Unesco.
A economia do Maranhão se baseia na indústria (transformação de alumínio), nos serviços, no extrativismo, na agricultura (soja, mandioca, arroz, milho) e na pecuária. Existem várias teorias para a origem do nome do Estado. Porém, a mais aceita é que Maranhão era o nome dado ao Rio Amazonas pelos nativos da região antes dos navegantes europeus chegarem.
O Maranhão destaca-se também no turismo (ecológico, cultural, religioso), apresentando aos visitantes uma mescla de ecossistemas somente comparada, no Brasil, com a do Pantanal Mato-Grossense. Possui o 2º litoral brasileiro, superado apenas pela Bahia.

UM POUCO DE... LÍNGUA PORTUGUESA!


365 DIAS DE ARTE

Cristo Pantocrator, de artistas desconhecidos

A obra é um grandioso mosaico do período bizantino e está localizada na abside principal, acima do altar mor da Basílica Ortodoxa de Monreale, na Sicília.

"Pantocrator" é uma palavra de origem grega que significa "todo poderoso" ou "onipotente". Possui uma variante com acento gráfico no segundo "a": Pantocrátor. Encontra-se várias vezes no Novo Testamento em grego. Provém de pan (tudo ou todo) e krátos (alto, em cima e, daí, governo, poder). Jesus, em posição de benção - com o polegar voltado para si, os dedos médio e apontador em posição oblíqua, quase vertical, e os demais dedos dobrados em direção à palma da mão (fechados). Esta posição da mão direita indica sua dupla natureza - a divina e a humana - indicada nos dois dedos erguidos e sua participação na Trindade como segunda Pessoa indicada pelos três dedos unidos nas pontas. Na mão esquerda, as Sagradas Escrituras.
A imagem dominante no mosaico é a de Cristo Pantocrator, o "Rei de Todos". Seu gestual amplo, que acompanha a forma da abside, se estende para o espaço abaixo e recebe o espectador. Além disso, o gestual serve também como um lembrete para a magnanimidade de Cristo.
A auréola ortodoxa com uma cruz no meio, já tradicional, representa a posição de Cristo como rei espiritual supremo e como juiz do céu e da terra, bem como a Paixão de Cristo.
Como é comum na decoração sacra bizantina, arte e arquitetura criam um ambiente harmonioso de reflexão. Logo abaixo do Cristo Pantocrator, de acordo com a devoção bizantina à simetria e à hierarquia, encontra-se na parede absidal a imagem da Virgem Maria com o Menino Jesus no colo.



4 detalhes de "Cristo Pantocrator" se destacam:


1 - Cristograma
Dividido em dois, à esquerda e à direita da cabeça de Cristo, localiza-se o Cristograma, ou monograma "ICXC". A sigla é uma abreviação ortodoxa oriental das palavras "Jesus Cristo". A barra desenhada sobre os nomes é um "titlo" usada para indicar a utilização de um nome sagrado.


2 - Expressão de autoridade
A expressão melancólica e austera é comum nas imagens do Cristo Pantocrator. A posição frontal de seu rosto sugere que Ele está disponível para o espectador. Mas seus olhos, no entanto, estão focados no reino espiritual, para lembrar os fiéis de que, embora tenha boa vontade, Cristo ainda é uma figura superior.


3 - Mensagem de Cristo
Cristo tem uma Sagrada Escritura na mão esquerda, aberta em João 8:12. O trecho faz referência à Jesus sendo a origem da luz. Isso também fica sugerido pela luminosidade dos mosaicos de ouro ao redor de Cristo.


4 - Gesto de benção
A mão direita de Cristo está levantada, conforme explicações acima, num gesto de benção, característico do cristianismo ortodoxo oriental.




Ficha Técnica: Cristo Pantocrator


Autor: Artistas desconhecidos
Onde ver: Basílica Monreale, Sicília, Itália
Ano: 1180 - 1190
Técnica: Mosaico
Tamanho: 7m x 13m
Movimento: Arte Bizantina

domingo, 18 de agosto de 2013

365 DIAS DE ARTE

Lago Keitele, de Akseli Gallen-Kallela

A obra tem uma composição ousada e pouco usual e causa um impacto forte nos espectadores.

Akseli Gallen-Kallela (26/04/1865 - 07/03/1931) foi um artesão, ilustrador e pintor finlandês, conhecido pelas ilustrações do "Kalevala", o poema épico nacional finês. O seu trabalho é considerado muito importante no surgimento do sentimento nacional desse país.
Na obra de hoje, a linha do horizonte alta permite que o lado predomine. Os reflexos do céu na água são cortados por faixas horizontais devido ao vento. É possível ver ainda, em primeiro plano, uma brisa que encrespa a superfície do lago.
Lago Keitele é considerada uma obra austera, contemplativa e estimulante que parece quase um equivalente visual da música "Sibelius" - o maior compositor da Finlândia. O tema é basicamente finlandês, com lagos e florestas típicos do país.
No entanto, a pintura também apresenta aspectos que a colocam em um contexto internacional, o que mostra o envolvimento do pintor com movimentos de vanguarda europeus da época, como as formas planas inspiradas na Art Nouveau e a atmosfera meditativa remetente ao Simbolismo.
Gallen-Kallela teve um importante papel no movimento de orgulho nacionalista e acompanhou a busca da independência da Finlândia com relação à Rússia muito de perto.



2 detalhes de "Lago Keitele" se destacam:


1 - Cores frias
As cores predominantes no quadro são o azul e o branco - com o céu vividamente refletido na água. Essas cores evocam a beleza fria, calma e intocada da paisagem austera apresentada ao espectador.


2 - Simplificação ousada
Embora as obras do início da carreira de Gallen-Kallela fossem pintadas de maneira naturalista, com o tempo o pintor adotou uma expressão estilizada na qual usava menos profundidade. Os reflexos escuros do bosque aparecem em contraste com a nuvem branca, do outro lado.




Ficha Técnica: Lago Keitele


Autor: Akseli Gallen-Kallela
Onde ver: National Gallery, Londres, Reino Unido
Ano: 1905
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 53cm x 66cm
Movimento: Simbolismo

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

365 DIAS DE ARTE

Mulher e Pássaro à Luz da Lua, de Joan Miró

A cena do imaginário do pintor sugere uma relação harmoniosa e elementar entre o homem e a natureza.

Joan Miró i Ferrà (20/04/1893 - 25/12/1983) foi um escultor e pintor surrealista catalão.
Quando jovem frequentou a Escola de Belas Artes de Madri e a Academia de Gali. Completou seus estudos em 1919, resolveu então visitar Paris, onde entrou em contato com as tendências modernistas como o Fauvismo e o Dadaísmo. No início da década de 1920, conheceu André Breton, fundador do movimento surrealistas, que faria parte de toda a sua carreira artística. Participou da primeira exposição surrealista em 1925.
No fim da sua vida reduziu os elementos de sua linguagem artística a pontos, linhas, alguns símbolos e reduziu também a cor, passando a usar basicamente o branco e o preto, ficando esta ainda mais "naif".
As formas utilizadas na obra de hoje são simples e as cores radiantes, constituindo uma linguagem visual muito pessoal, carregada de simbolismo. Neste caso, a mulher e o pássaro referidos no título da obra são facilmente identificáveis abaixo da lua e das estrelas.
A cena do imaginário do pintor sugere uma relação harmoniosa e elementar entre o homem e a natureza. Essa relação, de acordo com a visão do artista, estava desaparecendo no contexto da civilização do seu tempo. Isso é perceptível pela figura feminina, bem como pelas aves, elementos de fundamental importância dentro da obra de Miró.




Ficha Técnica: Mulher e Pássaro à Luz da Lua


Autor: Joan Miró
Onde ver: Tate Modern, Londres, Reino Unido
Ano: 1949
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 82cm x 66cm
Movimento: Surrealismo

domingo, 11 de agosto de 2013

NOSSO BLOG ESTÁ BOMBANDO!!!

Estamos muito felizes pelos comentários e pelos acessos ao nosso blog! Continuem acessando, tornem-se membros, mandem sugestões. Abaixo coloco o gráfico de acesso pelo mundo! Confiram.


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UM POUCO DE... LÍNGUA PORTUGUESA!


segunda-feira, 5 de agosto de 2013

365 DIAS DE ARTE

A Queda de Ícaro, de Pieter Bruegel, O Velho

A obra foi inspirada no conto da mitologia grega.

Pieter Bruegel, "O Velho" (1525/1530 - 09/09/1569) foi um pintor de Brabante, célebre por seus quadros retratando paisagens e cenas do campo.
Pieter Bruegel, conhecido como "O Velho" (para distingui-lo de seu filho mais velho), foi o primeiro de uma família de pintores flamengos. Assinou como Brueghel até 1559, ano em que retirou o "H" do sobrenome, como viria acontecer também com seus filhos. "O Velho", considerado um dos melhores pintores flamengos do século XVI, é o membro mais importante da família. Admitido como mestre da guilda de São Lucas com 26 anos e logo em seguida viajou para a Itália onde produziu uma série de pinturas, a maior parte das quais representando paisagens. Sua primeira obra assinada e datada foi produzida em Roma, em 1553.
Foi pintor de multidões e de cenas populares, com uma vitalidade tal que transborda do quadro. Além da sua predileção por paisagens, pintou quadros que realçavam o absurdo na vulgaridade, expondo as fraquezas e loucuras humanas, que lhe trouxeram muita fama, porém foi na natureza que o pintor encontrou sua maior inspiração, sendo identificado como um mestre de paisagens. Creditado como sendo o primeiro pintor ocidental a pintar este tema como elemento central e não como um pano de fundo histórico de uma pintura.
Utilizando abundante sátira e força, criou algumas das primeiras imagens de protesto social na história da arte. Exemplos incluem pinturas como "A luta entre Carnaval e Quaresma" (uma sátira dos conflitos da Reforma).
Na mitologia grega, Dédalo e seu filho Ícaro foram aprisionados na ilha de Creta. Dédalo, um inventor, usou seu talento para construir dois pares de asas, com os quais ele e seu filho poderiam fugir de sua prisão. O inventor advertiu seu filho Ícaro para que este não voasse muito alto, mas Ícaro ignorou o conselho do pai. Ao subir muito, o sol derreteu a cera que mantinha as asas coladas às costas do jovem, que caiu no mar e se afogou.
O tema inspirado na lenda de Ícaro tem sido tratado desde a Antiguidade, mas não da maneira como Pieter Bruegel o abordou. O pintor deixou de enfatizar a tragédia pessoal do menino para se ater às reações das pessoas ao redor do acontecimento. Em vez de pintar Ícaro no céu, caindo, Bruegel mostra o jovem já na água. Seu pai, Dédalo, não é retratado na pintura.



5 detalhes de "A Queda de Ícaro" se destacam:


1 - Paisagem montanhosa
O pintor foi muito influenciado por uma viagem que fez aos Alpes e estava determinado a inserir montanhas em todas as paisagens que pintava.


2 - Embarcação
A presença do navio reforça o fato de que Ícaro está sendo ignorado. A embarcação faz seu trajeto para longe do jovem e embora esteja muito próxima dele, não há nenhum indício de que alguém a bordo tenha notado a queda do jovem.


3 - Ícaro
As únicas partes visíveis de Ícaro são suas pernas, que também já estão desaparecendo no mar. Sua morte, entretanto, não provoca sequer uma onda e ninguém parece se importar com a situação. Da mesma maneira, os espectadores poderiam facilmente ignorar esse detalhe narrativo, não fosse o título da obra.


4 - Pastor
O pastor desconhece a morte de Ícaro e olha para alguma coisa localizada fora da pintura. Ele e seu cachorro também não prestam atenção ao trabalho. O rebanho se encaminha perigosamente para a beira d'água e pode acabar tendo o mesmo destino de Ícaro.


5 - Cadáver no campo
Em frente ao lavrador, quase invisível, está um cadáver em meio à vegetação, na extremidade do campo. Sua presença está associada a um provérbio que diz: "O trabalho no campo não para só porque um homem morreu". Na realidade, nenhuma das atividades rotineiras presentes na cena é interrompida pela morte de Ícaro.




Ficha Técnica: A Queda de Ícaro


Autor: Pieter Bruegel, O Velho
Onde ver: Museu Real de Belas Artes, Bruxelas, Bélgica
Ano: 1558
Técnica: Óleo sobre tela (transposto de um painel)
Tamanho: 73,5cm x 112cm
Movimento: Renascimento Nórdico

sábado, 3 de agosto de 2013

365 DIAS DE ARTE

Catedral de Rouen, Portal e Torre de Saint-Romain, de Claude Monet

Nesta tela, o sol brilha sobre a fachada e os adornos de pedra, tornando a cor quase branca. O detalhe, entretanto, não é determinante.

Oscar-Claude Monet (14/11/1840 - 05/12/1926) foi um pintor francês e o mais célebre entre os pintores impressionistas. O termo "impressionismo" surgiu devido a um dos primeiros quadros do pintor e a expressão foi usada originalmente de forma pejorativa, mas Monet e seus colegas adotaram o título, sabendo da revolução que estavam iniciando na pintura.
A série "Catedral de Rouen" não foi a única de pinturas em série que Monet produziu, mas foi, sem dúvida, o seu projeto mais ambicioso. As telas surgiram em uma época de renovação religiosa na França - tanto do catolicismo quanto de outras crenças - e a catedral gótica era símbolo da identidade do país.
Nesta tela o sol brilha sobre a fachada e os adornos de pedra, tornando a cor quase branca. O detalhe, entretanto, não é determinante, pois está praticamente envolvido na ofuscante luz do sol. A pintura celebra, bem como revitaliza, as antigas paredes de pedra com uma harmonia intensa.
A perspectiva pela qual a catedral foi retratada intensifica os aspectos arquitetônicos, graças a uma luz forte e intensa. O ângulo de visão fica fora do centro, de forma que o contorno das torres e da guarnição sobre a rosácea sejam desiguais.
A ponta das torres foi cortada por Monet para concentrar a atenção do observador na beleza decorativa da fachada. Sua preocupação com os efeitos de luz também o levou a acentuar as reentrâncias (rosáceas e três portas), gerando contrastes mais fortes, além de mais variações de cor.


3 detalhes de "Catedral de Rouen, Portal e Torre de Saint-Romain" se destacam:


1 - Arte Gótica
O artista inclui características minuciosas da arte gótica na obra, como o rendilhado sobre a janela. Esse tipo de detalhe parece dissolver-se na intensa luz solar.


2 - Sombras
As sombras escuras na abertura da rosácea funcionam como uma base para as sombras menos pronunciadas, presentes em toda a fachada da catedral.


3 - Detalhes arquitetônicos
As formas pintadas reproduzem detalhes arquitetônicos da catedral e, em alguns lugares, é possível identificar até mesmo a presença das esculturas dos santos.



Ficha Técnica: Catedral de Rouen, Portal e Torre de Saint-Romain


Autor: Claude Monet
Onde ver: Museu d'Orsay, Paris, França
Ano: 1893
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 107cm x 73cm
Movimento: Impressionismo