quinta-feira, 22 de novembro de 2012

365 DIAS DE ARTE

Atanor, de Anselm Kiefer

A imagem apresenta um homem deitado de costas no chão, mas não fica claro se ele está sonhando ou se está morto.

Anselm Kiefer (08/03/1945) é um pintor e escultor alemão. Durante os anos 70, estudou com Joseph Beuys. Seus trabalhos utilizam materiais como palha, cinza, argila, chumbo e selador para madeira. Temas relacionados ao nazismo são particularmente vistos em seus trabalhos. Discussões polêmicas na mídia sobre o valor de seu trabalho artístico foram feitas durante muitas décadas. Seus trabalhos são caracterizados por um estilo maçante, quase depressivo e destrutivo, e muitas vezes feitos em grandes formatos. Na maioria deles, o uso da fotografia como suporte prevalece, e terra e outros materiais da natureza são geralmente incorporados. Também é característico o uso de escritos, personagens lendários ou lugares históricos em quase todas as suas pinturas. Tudo é codificado através daquilo que busca Kiefer para representar o passado; algo que geralmente está relacionado com um estilo chamado "Novo Simbolismo".
Na obra acima, acima do homem, ocupando quase todo o espaço da pintura, aparece um cosmos redemoinhante e cheio de estrelas, ao qual seu corpo se liga por um fio de luz prateada. A paleta usada por Kiefer é bastante restrita e a obra, com exceção dos minúsculos vislumbres de azul e marrom-avermelhado que empastam o primeiro plano, é essencialmente monocromática. Linhas horizontais douradas e prateadas cortam a composição e a superfície é polvilhada com prata e ouro em pó.
A pintura levanta questões fundamentais sobre o lugar do homem no universo, além de explorar as noções de espaço, tempo e memória, bem como o poder transcendente da arte. O título remete ao forno usado por alquimistas medievais para transformar metais comuns em ouro.


3 detalhes de "Atanor" se destacam:


1 - Autorretrato
A cabeça do homem no retrato lembra a do pintor. De fato, durante uma entrevista, Kiefer descreveu-a como um autorretrato, além de uma imagem da humanidade.


2 - Filete de luz
Um filete de luz conecta o homem ao céu e também parece descer pelo corpo dele para o centro da terra. A luz entra pelo plexo solar, onde a força vital é armazenada. É esse raio que cria o movimento ascendente da pintura, ligando o homem ao universo.


3 - Prata e ouro
Diversas camadas espessas de tinta preta evocam as profundezas do cosmo. As estrelas parecem furos de alfinete de luz recuando para o infinito. A leveza dos pontos, feita com pó de ouro e prata, equilibra a pintura.




Ficha Técnica: Atanor

Autor: Anselm Kiefer
Onde ver: Louvre, Paris, França.
Ano: 2007
Técnica: Emulsão, Goma Laca, Óleo, Giz, Chumbo, Prata e Ouro em pó sobre tela
Tamanho: 9,15m x 4,56m
Movimento: Novo Simbolismo

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