sexta-feira, 30 de novembro de 2012

365 DIAS DE ARTE

Primavera, de Giuseppe Arcimboldo

A pintura, uma cabeça de mulher criada com flores, é prova da imaginação do pintor.

Giuseppe Arcimboldo (1527 - 11/07/1593) foi um pintor italiano. Suas principais obras incluem a série "As quatro estações", onde usou, pela primeira vez, imagens da natureza, tais como frutas, verduras e flores, para compor fisionomias humanas.
A ideia do quadro é considerada de grande engenhosidade e deixa clara ainda a habilidade do artista ao realizá-la. Os contemporâneos de Arcimboldo admiravam essas qualidades, no entanto, enxergavam alguns significados profundos - e muito mais sérios - em sua produção artística, já que na época era muito comum tratar assuntos sérios de maneira fantasiosa.
Esse hábito era muito recorrente nas cortes sofisticadas em que o pintor trabalhou. Os imperadores Habsburgos, aos quais Arcimboldo serviu, dominavam vastas áreas da Europa e a arte criada lhes rendia tributo ao seu poder, fosse de forma direta ou indireta.
As obras do artista são, de certa forma, alegorias sutis da autoridade e influência desses imperadores. Primavera, por exemplo, é uma das quatro pinturas que representam as estações, encomendadas por Maximiliano II como um presente para Augusto I, eleitor da Saxônia.
Individualmente, as pinturas transmitem a ideia de liberalidade dos Habsburgos, enquanto coletivamente elas sugerem que a dinastia vai durar, da mesma maneira que as estações se sucedem em um ciclo interminável.


4 detalhes de Primavera se destacam:

1 - Flores em botão
O rosto de primavera é feito, basicamente, de rosas, o que sugere a beleza e o perfume da juventude. É muito comum representar as quatro estações do ano com idades diferentes, sendo o inverno a mais velha. As flores também são muito utilizadas para simbolizar a passagem do tempo e a incerteza da realização terrena.


2 - Cabelo floral
As flores do cabelo (ou chapéu) de Primavera criam um efeito de tapeçaria. Essa parte do quadro foi pintada de maneira mais delicada do que as flores e folhas da cercadura, que acredita-se terem sido incluídas no século XVII.


3 - Íris
No quadro, Primavera segura um íris. Seu simbolismo, assim como o de outras flores, varia com o contexto de com a "linguagem das flores". Nesse caso, existe a possibilidade de o íris aludir à renovação da terra após a fria monotonia do inverno.


4 - Verduras
O ombro e o torso da mulher são feitos de diversas hortaliças. Na arte as verduras tem menos apelo que as flores e tendem a representar a abundância geral da natureza no lugar de qualidades específicas.




Ficha Técnica: "Primavera"

Autor: Giuseppe Arcimboldo
Onde ver: Louvre, Paris, França.
Ano: 1573
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 76cm x 63,5cm
Movimento: Maneirismo

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terça-feira, 27 de novembro de 2012

365 DIAS DE ARTE

A Cuca, de Tarsila do Amaral


Junto com o quadro, feito no ano de 1924, Tarsila escreveu à sua filha uma carta na qual dizia estar fazendo uns quadros "bem brasileiros". Sobre a personagem na composição, a própria Tarsila o descreveu como "um bicho esquisito, no meio do mato, com um sapo, um tatu e outro bicho inventado".
A obra, além de ser uma representação de um famoso personagem do folclore brasileiro, também pode ser considerada como um prenúncio da Antropofagia na obra da artista. Ela mesma doou a obra para o Museu de Grenoble, na França.



Ficha Técnica: A Cuca

Autor: Tarsila do Amaral
Onde ver: Museu de Grenoble, Grenoble, França.
Ano: 1924
Técnica: Óleo sobre tela
Movimento: Modernismo

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segunda-feira, 26 de novembro de 2012

365 DIAS DE ARTE

As Duas Fridas, de Frida Kahlo

A exposição do coração em ambas as figuras, que se interligam por uma artéria, também chama a atenção do observador.

Magdalena Carmen Frieda Kahlo y Calderón (06/07/1907 - 13/07/1954) foi uma pintora mexicana e teve uma vida muito sofrida. Com seis anos de idade, contraiu poliomielite, a primeira de uma série de doenças, acidentes, lesões e operações que sofreu ao longo da vida. A poliomielite deixou uma lesão no seu pé direito; passou então a usar calças, depois longas e exóticas saias, que se tornaram uma de suas marcas pessoais.
Sua obra apresentada hoje tem um céu escuro, tempestuoso, que dá ao observador a ideia de que naquele instante a artista não vislumbrava um horizonte claro. Ou seja, seu futuro era uma tempestade iminente. Além disso, o piso da obra parece sem vida, somente areia e mais nada, quase tão sem vida quanto uma das duas Fridas apresentadas acima.
As duas mulheres olham para o mesmo lugar, sustentando um olhar altivo, concentrado e enigmático. Suas peles se diferenciam pela tonalidade - uma delas é mais clara - assim como por suas expressões faciais. Outro ponto que diferencia as duas é o vestido. Aqui a peça branca, com detalhes florais em vermelho, gola alta, peitoral e mangas trabalhadas - talvez influência de uma recente viagem a Paris - apresenta uma Frida mais feminina, enquanto a outra é representada com roupas do cotidiano da artista, com cores fortes, poucos detalhes e barra enfeitada.
A exposição do coração em ambas as figuras, que se interligam por uma artéria, também chama a atenção do observador. O coração de Frida tipicamente vestida aparece inteiro, ainda que fora do corpo. Já a outra está com o coração partido. As mãos dadas mostram que a Frida de coração inteiro é quem toma conta da outra. Toda essa dor pode se tratar de um rompimento com Diego Rivera, seu marido com quem teve uma vida conturbada, e isso fica evidente pelo aparelho cirúrgico na mão da Frida feminina, enquanto suas vestes estão salpicadas com sangue.




Ficha Técnica: As Duas Fridas

Autor: Frida Kahlo
Onde ver: Museu de Arte Moderna, Cidade do México, México.
Ano: 1939
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 173,5cm x 173cm
Movimento: Arte Mexicana

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UM ERRO BASTANTE COMUM NA MÍDIA

domingo, 25 de novembro de 2012

365 DIAS DE ARTE

Três Estudos para uma Crucificação, de Francis Bacon

Três Estudos para uma Crucificação foi pintado em duas semanas, na expectativa de criar um clímax adequado para a retrospectiva do artista na Tate Gallery de Londres, no ano de 1962.

Francis Bacon (28/10/1909 - 28/04/1992) foi um pintor anglo-irlandês de pintura figurativa. Seu trabalho é mais conhecido como audaz, austero e frequentemente grotesco ou imagem de pesadelo.
Este artista irlandês de nascimento, tratou com uma extraordinária complacência alguns temas que continuam a chocar a nossa vida em grupo. As fantasias masoquistas, a pedofilia, o desmembramento de corpos, a violência masculina ligada à tensão homoerótica, as práticas de dissecação forense, a atração pela representação do corpo e, no geral, tudo o que está diretamente ligado à transgressão seja relacionada com a religião, com o sexo ou qualquer tabu, foram as peças com as quais Bacon construiu a sua visão "modernista" do mundo.
Nasceu em Dublin e sofria de asma. Esta debilidade irritava seu pai, um homem rude e violento, que o costumava chicotear para o "fazer homem". Teve uma infância muito difícil, que sempre o influenciou na sua arte. Sua primeira exposição, em 1945, provocou um choque e não foi bem recebida, provocando repulsa do que admiração nas pessoas.
Como homem do seu tempo, Bacon transmitiu a ideia de que o ser humano, ao conquistar e fazer uso da sua própria liberdade, também liberta a besta que existe dentro de si. Pouca diferença faz dos animais irracionais, tanto na vida - ao levar a cabo as funções essenciais da existência - como na solidão da morte; representando o homem como um pedaço de carne.
O que ajudou a selar a fama do artista como pintor figurativo foi a aquisição da obra por um dos mais importantes museus de arte moderna dos Estados Unidos, o Guggenheim.
Bacon admitiu que pintou o quadro em um momento de embriaguez e ressaca e, apesar de ateu convicto, o artista já havia usado o tríptico tradicional dos altares em outras obras. Anteriormente, o pintor também já havia usado o tema "crucificação". O artista via a crucificação como um símbolo instituído da violência e da brutalidade humanas, o que o levou a ressaltar o aspecto violento da situação, como a representação da vítima feito carne de açougue.
A mortalidade humana é destacada na obra tirando a crucificação de sua posição central costumeira. O quadro não apresenta nenhum sentido cristão de esperança ou ressurreição, apenas ansiedade e medo.


4 detalhes de "Três Estudos para uma Crucificação" se destacam:


1 - Homem em pose canhestra
Bacon detestava as interpretações narrativas de suas obras, porém alguns críticos sugeriram que esta figura representa o pai do artista, oficial do exército e treinador de cavalos de corrida, expulsando o filho ao saber de sua homossexualidade. A distorção da figura contribui para a impressão de maldade.


2 - Corpo mutilado
O aspecto visceral é comum aos quadros de Bacon. Nesta obra, a caixa torácica exposta, mutilada, do crucificado que desce da cruz parece uma peça de carne em um açougue. O artista afirmou que se inspirou em cenas de matadouros, o que vale como um lembrete de que os humanos são feitos de carne.


3 - Forma obscura
A presença vouyerística de um observador é sugerida pela silhueta. A imagem tem um caráter enigmático, já que lembra os santos presentes nas representações tradicionais da crucificação, assim como pode sugerir a morte ou a alma que deixa um corpo morto.


4 - Figura central
A imagem sangrenta de um indivíduo bulboso deitado em posição fetal sobre o divã no painel central é a representação da vulnerabilidade humana. A figura parece se retorcer de dor e não está claro se isso é uma consequência física ou existencial. Isso pode se referir, também, às inclinações sadomasoquistas do pintor.




Ficha Técnica: Três Estudos para uma Crucificação

Autor: Francis Bacon
Onde ver: Guggenheim, Nova York, EUA
Ano: 1962
Técnica: Óleo com areia sobre tela
Tamanho: 1,98m x 1,45m (cada painel)
Movimento: Pintura Figurativa Européia.

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sábado, 24 de novembro de 2012

365 DIAS DE ARTE

A Boba, de Anita Malfatti

Na fisionomia da figura retratada, a expressão anormal e vaga da jovem é ressaltada por traços negros.

A obra apresentada hoje é considerada um dos pontos mais altos da pintura de Anita, fruto de uma fase em que sua pintura, até então expressionista, absorve elementos cubo-futuristas. A Boba faz parte de um momento de "busca ativa" da pintora.
A tela é construída com o uso das cores, em uma orquestração de laranjas, amarelos, azuis e verdes, realçando dessa maneira as zonas cromáticas delineadas pelas linhas negras, na maioria diagonais - ordenação cubista. No primeiro plano, uma angulosa e assimétrica figura recebe a aplicação irregular da cor.
Na fisionomia da figura retratada, a expressão anormal e vaga da jovem é ressaltada por traços negros, segundo a estética expressionista do irracional e desarmônica. Já o fundo é elaborado com pinceladas rápidas, o que serve de contraponto.



Ficha Técnica: A Boba

Autor: Anita Malfatti
Onde ver: Museu de Arte Contemporânea, USP, São Paulo.
Ano: 1915 - 1916
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 61cm x 50,6cm
Movimento: Modernismo

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quinta-feira, 22 de novembro de 2012

365 DIAS DE ARTE

Atanor, de Anselm Kiefer

A imagem apresenta um homem deitado de costas no chão, mas não fica claro se ele está sonhando ou se está morto.

Anselm Kiefer (08/03/1945) é um pintor e escultor alemão. Durante os anos 70, estudou com Joseph Beuys. Seus trabalhos utilizam materiais como palha, cinza, argila, chumbo e selador para madeira. Temas relacionados ao nazismo são particularmente vistos em seus trabalhos. Discussões polêmicas na mídia sobre o valor de seu trabalho artístico foram feitas durante muitas décadas. Seus trabalhos são caracterizados por um estilo maçante, quase depressivo e destrutivo, e muitas vezes feitos em grandes formatos. Na maioria deles, o uso da fotografia como suporte prevalece, e terra e outros materiais da natureza são geralmente incorporados. Também é característico o uso de escritos, personagens lendários ou lugares históricos em quase todas as suas pinturas. Tudo é codificado através daquilo que busca Kiefer para representar o passado; algo que geralmente está relacionado com um estilo chamado "Novo Simbolismo".
Na obra acima, acima do homem, ocupando quase todo o espaço da pintura, aparece um cosmos redemoinhante e cheio de estrelas, ao qual seu corpo se liga por um fio de luz prateada. A paleta usada por Kiefer é bastante restrita e a obra, com exceção dos minúsculos vislumbres de azul e marrom-avermelhado que empastam o primeiro plano, é essencialmente monocromática. Linhas horizontais douradas e prateadas cortam a composição e a superfície é polvilhada com prata e ouro em pó.
A pintura levanta questões fundamentais sobre o lugar do homem no universo, além de explorar as noções de espaço, tempo e memória, bem como o poder transcendente da arte. O título remete ao forno usado por alquimistas medievais para transformar metais comuns em ouro.


3 detalhes de "Atanor" se destacam:


1 - Autorretrato
A cabeça do homem no retrato lembra a do pintor. De fato, durante uma entrevista, Kiefer descreveu-a como um autorretrato, além de uma imagem da humanidade.


2 - Filete de luz
Um filete de luz conecta o homem ao céu e também parece descer pelo corpo dele para o centro da terra. A luz entra pelo plexo solar, onde a força vital é armazenada. É esse raio que cria o movimento ascendente da pintura, ligando o homem ao universo.


3 - Prata e ouro
Diversas camadas espessas de tinta preta evocam as profundezas do cosmo. As estrelas parecem furos de alfinete de luz recuando para o infinito. A leveza dos pontos, feita com pó de ouro e prata, equilibra a pintura.




Ficha Técnica: Atanor

Autor: Anselm Kiefer
Onde ver: Louvre, Paris, França.
Ano: 2007
Técnica: Emulsão, Goma Laca, Óleo, Giz, Chumbo, Prata e Ouro em pó sobre tela
Tamanho: 9,15m x 4,56m
Movimento: Novo Simbolismo

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

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365 DIAS DE ARTE

A Última Ceia, de Andrea Del Sarto

Os gestos e poses das figuras apresentadas são pouco dramáticos e sutis. A luz brilhante destaca as expressões faciais.

Andrea del Sarto (16/07/1486 - 29/09/1530) foi um pintor italiano de Florença, cuja carreira floresceu durante a Alta Renascença e o Maneirismo. Embora considerado por seus contemporâneos como um artista "senza errori" (sem erros, perfeito), ele frequentemente é ofuscado por talentos como Rafael.
No ano de 1511 Del Sarto foi encarregado pelos monges valombrosianos de San Salvi, em Florença, de realizar um afresco na parede do fundo de seu refeitório. Sob um grande arco que emoldura a parede o pintor ilustrou a Santíssima Trindade. Na verdade outra obra deveria ter sido feita no lugar da Santíssima Trindade, A Última Ceia, porém, a pintura teve de ser adiada devido a problemas internos do mosteiro. A obra apresentada hoje só foi feita nos anos 1520, depois de uma viagem do pintor à França.
O afresco também encontra-se sob um grande arco que emoldura a parede ao fundo do refeitório e a sala dentro da pintura parece ser uma extensão do refeitório real, como um ambiente adjacente. O piso em padrões geométricos, bem como os painéis na parede do fundo oferecem referências para o arranjo das figuras, dispostas como em um friso, ao longo do afresco.
A obra apresenta fortes influências da Última Ceia de Leonardo da Vinci, pintada em um convento em Milão. Em ambas, Judas está sentado entre os apóstolos do mesmo lado da mesa. Diferentemente da versão de Da Vinci, entretanto, na obra de Del Sarto Judas está sentado também ao lado de Cristo.
Os gestos e poses das figuras apresentadas são pouco dramáticos e sutis. A luz brilhante destaca as expressões faciais, concentrando-se mais em reações psicológicas do que físicas.


3 detalhes de "A Última Ceia" se destacam:


1 - Disposição das figuras
As figuras estão dispostas de maneira equilibrada e rítmica: Jesus é ladeado por duas figuras isoladas, logo após por um grupo de três e ainda há uma figura em cada ponta da mesa, em uma pose espelhada, como colchetes fechando o grupo.


2 - Balcão central
No balcão central é possível ver um retrato do artista, que se volta para olhar o observador. Ao lado dele encontra-se uma figura de vermelho, formando o ápice de uma composição triangular.


3 - Ponto de fuga
Traçando as octogonais - linhas retas que se perdem no espaço da pintura, como as bordas horizontais dos painéis da parede ou as linhas do piso - é possível identificar o coração de Cristo como ponto de fuga da obra.




Ficha Técnica: A Última Ceia

Autor: Andrea del Sarto
Onde ver: San Salvi, Florença, Itália
Ano: 1526 - 1527
Técnica: Afresco
Tamanho: 871cm x 525cm
Movimento: Renascimento

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terça-feira, 20 de novembro de 2012

365 DIAS DE ARTE

O Berço, de Berthe Morisot

A artista participou de sete das oito exposições conjuntas dos impressionistas. Só não esteve presente em uma delas devido ao nascimento de sua filha.

Berthe Morisot (14/01/1841 - 02/03/1895) foi uma pintora impressionista francesa. Iniciou sua formação com os mestres Chocrane-Moreau e Guichard e prosseguiu sob a tutela do pintor Corot. Também teve aulas de escultura com Millet. No ano de 1863 começou a pintar ao ar livre em Pontoise, onde conheceu os pintores Daubigny e Daumier. A esse período de intensa aprendizagem seguiram-se viagens pela Espanha e Inglaterra. Depois de conhecer Manet, posou para ele como modelo e apaixonou-se por Eugênio, irmão do pintor, com quem se casou. Depois de participar da primeira exposição dos impressionistas, em 1874, a pintora iniciou uma série de viagens de estudo pela Itália, Países Baixos e Bélgica. Suas obras foram apresentadas em 1886 em Nova Iorque, e um ano mais tarde na Exposição Internacional de Paris. A obra de Berthe Morisot representa uma reflexão afirmativa da obra de Manet, embora com pinceladas mais longas e suaves, com tendência para a verticalização, numa tentativa de organizar a composição.
Na obra "O Berço", Berthe retrata sua irmã, Edma, contemplando o sono de seu segundo filho. O uso de contrastes intensos permite que a artista capture a atenção maternal da irmã, cercada de suaves tons de creme, rosa e azul do berço do filho.
O bebê repousava envolto em um dossel de musselina, o que desvia a atenção do observador para o olhar pensativo de sua mãe. As listras elegantes do vestido de Edma, por sua vez, ganham suavidade com a presença de rendas, que se associam a leveza do véu e das cortinas.
A cena, que não retrata o orgulho patriarcal visto nas imagens tradicionais, tem como pontos centrais a expressão e o rosto de Edma. A pintura representa, de fato, a íntima relação entre mãe e filho.
A ausência de luxo revela o mundo burguês e os enfeites do berço mostram mais preocupação com os detalhes do que com a opulência. A cena elegante e tranquila contrasta com a exuberância de outros temas impressionistas.


2 detalhes de "O Berço" se destacam:


1 - Afeto materno
A delicadeza do toque dos dedos de Edma na borda do véu representa o intenso afeto materno.


2 - Expressão afetuosa
O bebê pode ser visto através da musselina, porém, seu rosto não apresenta muitos traços. Isso enfatiza a expressão afetuosa de Edma.




Ficha Técnica: O Berço

Autor: Berthe Morisot
Onde ver: Museu d'Orsay, Paris, França.
Ano: 1872
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 56cm x 46cm
Movimento: Impressionismo

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365 DIAS DE ARTE

Coquete, de Kitagawa Utamaro

O artista é um dos principais nomes do "bijinga", que se concentra em imagens de belas mulheres.

Kitagawa Utamaro (1753 - 1806) (seu nome é também transliterado como Outamaro e Utamaru) foi um pintor de retratos japonês, considerado um dos melhores artistas das estampas "ukiyo-e". Ele é mais conhecido por suas composições magistrais de mulheres, conhecidas como "bijinga". Ele também fez estudos da natureza, livros ilustrados principalmente de insetos. Seu trabalho chegou na Europa em meados do século XIX, onde se tornou muito popular, especialmente desfrutando aceitação na França. Influenciou os impressionistas europeus, em particular pela sua utilização de pontos de vista parciais, com ênfase na luz e sombra.
O artista retratou diversas mulheres, das mais variadas idades e classes sociais, em um estilo realista. A mais bem-sucedida colaboração de Utamaro foi com seu editor, Tsutaya Juzaburo, e resultou em uma série de grandes retratos feitos apenas da cabeça das mulheres. Esse novo formato de retrato representava apenas a parte superior do corpo da mulher e dava grande atenção aos detalhes faciais.
O olhar do artista, considerado perspicaz, absorvia características minuciosas das personalidades e dos humores, assim como da aparência física, geralmente em momentos íntimos.
Coquete faz parte de uma série chamada "Dez estudos da fisionomia feminina" e mostra uma mulher desarrumada, que acaba de sair do banho. O título japonês desse estudo identifica a modelo como "uwaki", palavra que sugere volubilidade e sedução. A pose da coquete, com a boca ligeiramente aberta e o desarranjo de suas roupas e prendedores de cabelo, acentua ainda mais a sugestão de sedução.


3 detalhes de "Coquete" se destacam:


1 - Moldura com selos
A inscrição dentro da moldura inclui o título da série, "Dez estudos da fisionomia feminina". Além disso a inscrição contém ainda a assinatura de Utamaro à esquerda. Abaixo do nome da série encontra-se o carimbo oficial do governo, o que significa que a obra foi aprovada oficialmente.


2 - Fundo em mica
Os editores procuravam constantemente criar novas técnicas que ajudassem a incrementar as vendas. Por isso o fundo da gravura é adornado com pó de mica, para criar um brilho metálico que reluz e cintila.


3 - Penteado
O domínio técnico do entalhador e do impressor é tão importante quanto o do artista. Essas habilidades estão visíveis nos pequenos detalhes no cabelo da mulher, com alfinetes, pentes e fios de cabelo fora do lugar.




Ficha Técnica: Coquete

Autor: Kitawa Utamaro
Onde ver: Museu Nacional de Tóquio, Japão.
Ano: 1792 - 1793
Técnica: Xilogravura colorida com mica
Tamanho: 37,5cm x 24,5cm
Movimento: Arte Japonesa do Período Edo

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quinta-feira, 15 de novembro de 2012

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CONCURSO WIZO DE PINTURA E DESENHO 2012

FOTOS DA PREMIAÇÃO EM SÃO PAULO - PALÁCIO FRANCO MONTORO - ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO.

Luiz Henrique Cuba, Profª Eliana Alves, Débora Dainesi Marcondes e Diego Henrique Afonso.



O quadro premiado.

Débora Dainesi e Comissão Organizadora do Concurso Wizo 2012


Prêmio "Menção Honrosa" - Parabéns Luiz Henrique!!!


Momento "Entrevista" - Profª Eliana e Débora Dainesi - Ganhadora do Concurso Wizo 2012.





Momento de descontração.

Missão cumprida. Parabéns Débora pelo 1º lugar no Concurso Wizo 2012.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

365 DIAS DE ARTE

Baco e Ariadne, de Ticiano

Baco e Ariadne é inspirado na história dos dois amantes, escrita por Ovídio e Catulo.

Ticiano Vecellio ou Vecelli (1473/1490 - 27/08/1576) foi um dos principais representantes da escola veneziana no Renascimento antecipando diversas características do Barroco e até do Modernismo. Reconhecido pelos seus contemporâneos como "o sol entre as estrelas", Ticiano foi um dos mais versáteis pintores italianos, igualmente bom em retratos ou paisagens, temas mitológicos ou religiosos.
Se tivesse morrido cedo, teria sido conhecido como um dos mais influentes artistas do seu tempo, mas como viveu quase um século, mudando tão drasticamente seu modo de pintar, vários críticos demoram a acreditar se tratar do mesmo artista. O que une as duas partes de sua obra é seu profundo interesse pela cor, sua modulação policromática é sem precedentes na arte ocidental.
Baco e Ariadne é uma das primeiras obras-primas de Ticiano e faz parte de uma série de pinturas criadas para Alfonso d'Este, duque de Ferrara. O duque encomendou a obra para enfeitar seu palácio, no norte da Itália.
A obra mostra o momento em que Baco, o deus do vinho, encontra Ariadne, filha do rei de Creta. Depois de ajudar o seu então namorado Teseu a fugir do labirinto do Minotauro, Ariadne foi exilada na Ilha Naxos. É nesse momento que aparece Baco, em uma carruagem puxada por dois guepardos e sendo seguido por uma multidão multicolorida de bêbados.
Baco é representado em um semissalto, enquanto seus olhos fitam a jovem, sua futura noiva. O rosto de Ariadne exibe uma expressão que mescla medo e interesse, já que, inicialmente, a jovem se assusta com a chegada do deus.
Embora seu rosto esteja voltado para Baco, o corpo da jovem está afastado do deus do vinho e seu braço estendido para o navio que parte e para o amante que a abandonou.


4 detalhes de "Baco e Ariadne" se destacam:


1 - O barco de Teseu
À esquerda de Ariadne é possível ver o barco de Teseu afastando-se no horizonte. A jovem ajudou Teseu a escapar do labirinto do Minotauro dando-lhe um novelo de linha vermelha com o qual ele demarcou o caminho de volta. De acordo com alguns relatos históricos, Teseu abandonou Ariadne em Naxos enquanto ela dormia.


2 - Baco
Baco oferece um olhar erótico em direção à Ariadne. Por ser o "Deus do vinho", Baco usa uma coroa de folhas de videira. Sua postura atlética faz referência ao arremessador de discos da escultura grega. O manto rosa é usado para esconder sua nudez e refletir o cinto vermelho de Ariadne.


3 - Domador de serpente
O personagem dominando uma serpente é uma referência à estátua de Laocoonte e seus filhos. Laocoonte alertou os troianos, em vão, para que não aceitassem o cavalo de madeira oferecido pelos gregos. Mais tarde foi enforcado por serpentes marinhas enviadas pela deusa Minerva.


4 - Bebê sátiro
O bebê sátiro, metade homem e metade bode, é a única imagem que direciona seu olhar para fora da tela, "convidando" o espectador a admirar a cena. O sátiro carrega consigo uma cabeça de novilho sem o corpo, que remete ao terrível ritual báquico no qual os participantes esquartejavam um novilho e o comiam cru.




Ficha Técnica: Baco e Ariadne

Autor: Ticiano
Onde ver: National Gallery, Londres, Reino Unido.
Ano: 1520 - 1523
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 1,76m x 1,91m
Movimento: Renascimento Veneziano

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365 DIAS DE ARTE

A Noite Espanhola, de Francis Picabia

A obra marca uma importante mudança cronológica: a morte do Dadaísmo, que, no início dos anos 1920, abriu caminho para o Surrealismo.

Francis Picabia (1879 - 1953) era filho único de um milionário espanhol, nasceu em Paris, onde formou-se pela Escola de Belas Artes. Picabia tinha um temperamento espontâneo e irônico. Gostava de escandalizar o público. Em 1909, aliou-se aos cubistas. Sua obra apresenta, também, características futuristas, entre os anos 10 e 15. Mas são o Dadaísmo e o Surrealismo que vão exercer maior influência em seu trabalho.
Foi editor de revistas dadaístas nos Estados Unidos entre 1913 e 1915 e em 1918 foi para Zurique onde entrou em contato com o movimento dada alemão. Nessa época, pintou alguns mecanismos inúteis, com a única função de zombar da ciência.
Após a Primeira Guerra, voltou a Paris e rompeu com o Dadaísmo, aderindo ao Surrealismo e mais tarde rompe também com o Surrealismo, retornando à pintura abstrata em 1945.
O estilo da pintura acima é considerado experimental e nela os dançarinos não investidos de profundo simbolismo. Capturado em silhueta, o casal é quase destituído de identidade e acaba adquirindo um certo ar de mistério. A bidimensionalidade do quadro fica por conta dos furos de bala adicionados na obra. Desta maneira, os dançarinos se tornam meras figuras recortadas para a prática de tiro ao alvo, tema bastante adotado por pintores surrealistas.
A obra marca uma importante mudança cronológica: a morte do Dadaísmo, que, no início dos anos 1920, abriu caminho ao Surrealismo. Por isso o quadro está "encurralado" entre duas ideologias (o Dadaísmo e o Surrealismo) e representa a simbiose entre os dois movimentos.
O plano da imagem é seccionado em metades em preto e branco. O plano esquerdo mostra a silhueta negra de um dançarino, enquanto à direita, a forma negativa de uma figura feminina se destaca no fundo preto. O arranjo funciona como uma metáfora visual para os galanteios e a tensão causados pela dança. Os furos de bala aumentam ainda mais a tensão da cena, enquanto os alvos no corpo da figura feminina identificam o que é visado no corpo dela.


3 detalhes de "A Noite Espanhola" se destacam:


1 - Alvos
Símbolos da sexualidade, os alvos foram estrategicamente posicionados no corpo da mulher e sugerem uma perturbadora relação entre paixão e perigo.


2 - Assimetria
Cada figura penetra de forma sutil o espaço oposto, ameaçando a simetria da composição e atraindo o olhar do observador para os espaços negativos da obra.


3 - Figura masculina
As feições rudes do dançarino fazem contraste com a tinta branca, o que revela o olhar masculino e comprova o fascínio vouverístico do Surrealismo pela forma feminina. As nuances sociais de branco e preto apresentam o homem como um evidente protagonista da cena.




Ficha Técnica: A Noite Espanhola

Autor: Francis Picabia
Onde ver: Coleção Particular
Ano: 1922
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 186cm x 150cm
Movimento: Surrealismo

sábado, 10 de novembro de 2012

CONCURSO WIZO DE PINTURA E DESENHO 2012

Realizado em conjunto com a Coordenadoria de Gestão da Educação Básica da Secretaria Estadual da Educação, este concurso artístico é dirigido, anualmente, a mais de 900 escolas, sempre tendo como ponto de convergência um aspecto geográfico, histórico e cultural envolvendo Brasil e Israel. Para este ano, o tema foi "Jerusalém e Brasília: História e Modernidade", dando a oportunidade aos jovens de conhecer aspectos das capitais de Israel e do Brasil, suas semelhanças, diferenças e particularidades, sejam elas remotas ou atuais.
Como nos anos anteriores, o Concurso compreende várias etapas. Inicialmente, as escolas receberam uma publicação com informações sobre o tema, indicações de consultas e regras para a participação.
Um júri aberto, composto pela escultora internacional Daisy Nasser, Sulamita Tabacof e Iza Mansur, com a curadoria de Rosa Motta e Roseli Ventrella, representando a Secretaria de Estado da Educação, na sede da WIZO, no dia 23 de outubro escolheram uma obra em especial e para tanto, nossa Unidade Escolar revela mais uma artista em destaque: nossa aluna do 1º ano do Ensino Médio, Débora Dainesi foi premiada em 1º lugar e o aluno Luiz Henrique Cuba recebe por sua obra o título de "Menção Honrosa".
A próxima etapa será realizada no Auditório Franco Montoro na Assembléia Legislativa no dia 13/11 às 14h30, com a presença de nossos alunos premiados, professores-orientadores e caravanas de jovens para uma tarde de confraternização e entrega dos prêmios, com a presença de autoridades representativas dos dois países. A etapa final, que nossa aluna Débora irá desfrutar, é uma viagem junto com a Profª Eliana Alves Nunes Dias, sua orientadora, em um final de semana em Brasília, com hospedagem, tour e uma visita à Embaixada do Estado de Israel, onde serão recebidas pelo Embaixador e sua esposa.
A EE José Justino parabeniza a aluna Débora, em especial, e demais alunos participantes do concurso pelo excelente desempenho!!!

Débora Dainesi e a obra premiada - 1º Lugar no Estado de São Paulo

A obra premiada e a vencedora do Concurso WIZO

Débora Dainesi e obra premiada

Luiz Henrique Cuba - Prêmio Menção Honrosa

Menção Honrosa - detalhes

Diego Henrique Afonso e sua obra

Obra em detalhes - destaque para as particularidades de Brasil e Israel

Professora Eliana Alves e seu "Clube dos Artistas"

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

MEDALHA DE PRATA NA NOSSA ESCOLA!

Na última segunda-feira (05/11) a EE José Justino de Oliveira esteve em festa com a entrega da medalha de Prata ao aluno Rafael Henrique Delgado Pereira, matriculado na 6ª série C desta Unidade Escolar, destaque da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica – OBA 2012.  Esta Olimpíada é realizada anualmente e revelou ser uma excelente forma de interação entre professores responsáveis pelo ensino dos conteúdos nos níveis fundamental e médio e os astrônomos e engenheiros aeroespaciais brasileiros. O evento é usado como um veículo pedagógico para ensinar Astronomia e conceitos básicos das ciências aeroespaciais e o principal objetivo é tornar completa a formação cidadã do habitante médio do país ao informá-lo da relevância do aparato científico e tecnológico existente em nosso país e descobrir / incentivar novos talentos para a carreira científica em geral e em particular para a pesquisa astronômica e aeroespacial.
A EE José Justino de Oliveira parabeniza o aluno Rafael Henrique e seus familiares pelo excelente desempenho nesta Olimpíada e parabeniza também o professor orientador Gilmar pelo trabalho desenvolvido em sala de aula.

Rafael Henrique Delgado Pereira e Prof. Gilmar - Medalha de Prata

Prof. Gilmar e família reunida

Parabéns Rafael!!!

Mateus - Medalha de Bronze

Letícia - Medalha de Bronze

Elígia - Medalha de Bronze