terça-feira, 30 de julho de 2013
segunda-feira, 29 de julho de 2013
RECADO AOS PROFESSORES
As férias estão acabando e está na hora de voltar! Vamos com garra e alegria vencer mais este restinho de ano!
Voltaremos nesta terça-feira, dia 30/07/2013 as 08:30 e sejam bem-vindos!
365 DIAS DE ARTE
O
Sono, de Gustave Courbet
O Sono foi encomendado pelo diplomata e colecionador turco Khalil-Bey. |
Gustave Courbet (10/06/1819 - 31/12/1877) foi um pintor francês e acima de tudo um pintor da vida camponesa de sua região. Ergueu a bandeira do realismo contra a pintura literária ou de imaginação.
O quadro de hoje apresenta temática erótica, com duas mulheres entrelaçadas num abraço amoroso. Como não foi feito para exibição, o artista teve mais liberdade na execução de sua tarefa.
A expressão, o movimento e a presença que o pintor aplica à sua obra demonstram o compromisso de pintar exatamente o que via diante de si. Courbet tinha grande dificuldade de exibir suas telas nos salões de Paris, já que rompia com as convenções sociais e artísticas da época.
O artista pintou, no mesmo ano, outra obra ainda mais polêmica, batizada de "A Origem do Mundo". No quadro era retratada explicitamente a genitália feminina.
4 detalhes de "O Sono" se destacam:
1 - Joanna Hiffernan
A modelo da obra foi a americana de origem holandesa Joanna Hiffernan. A moça era musa recorrente nas obras de Courbet. A pele clara e os longos cabelos ruivos de Joanna a faziam a modelo ideal. Com a erotização do nu e a transgressão do clássico, o pintor chocou seus contemporâneos.
2 - O vaso de flores
A composição da obra inclui um buquê de flores que, embora situado como elemento decorativo no canto da tela, também simboliza a sexualidade feminina. As flores estão contidas no vaso em um formato que lembra um útero, em contraste com o suposto abandono da mulher nua adormecida.
3 - Jóias e adereços
As jóias atravessadas na mesa de cabeceira das amantes, tanto quanto os adornos sobre a cama simbolizam uma pródiga decadência a permear toda a cena. O esquema de cores elaborados com planejamento azul, lençóis rosados e pérolas brancas dão à cena um toque de luxo e prazer.
4 - Objetos de vidro
Os pintores realistas tinham o grande cuidado de transmitir a realidade que os cercavam e dar forma ao que seus olhos viam. Os objetos de vidro colorido sobre a mesa de cabeceira são uma expressão dessa preocupação: a transparência do vidro era motivo recorrente nas obras de Courbet. Os objetos não são a chave da composição, mas eram observados com atenção por parte do artista.
Ficha Técnica: O Sono
Autor: Gustave Courbet
Onde ver: Museu de Belas Artes, Paris, França
Ano: 1866
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 1,35m x 2,00m
Movimento: Realismo
sexta-feira, 26 de julho de 2013
365 DIAS DE ARTE
Monte
Sainte-Victoire, de Paul Cézanne
A perspectiva da obra foi distorcida por Cézanne, com o objetivo de atingir a relação perfeita entre os diversos elementos. |
Paul Cézanne (19/01/1839 - 22/10/1906) foi um pintor pós-impressionista francês, cujo trabalho forneceu bases para a transição das concepções do fazer artístico do século XIX para a arte radicalmente inovadora do século XX. O artista pode ser considerado como a ponte entre o impressionismo do final do século XIX e o cubismo do início do século XX.
No início dedicava-se aos temas dramáticos e grandiloquentes próprios da escola romântica, depois criou um estilo próprio, sofrendo influência de Delacroix. Introduziu nas suas obras distorções formais e alterações de perspectiva em benefício da composição ou para ressaltar o volume e peso dos objetos. Concebeu a cor de um modo sem precedentes, definindo diferentes volumes que foram essenciais para suas composições únicas.
O artista não se subordinava às leis das perspectiva, sempre modificando-as. Sua concepção da composição era arquitetônica, segundo suas próprias palavras e o seu estilo consistia em ver a natureza segundo suas formas fundamentais: a esfera, o cilindro e o cone. Cézanne preocupava-se mais com a captação destas formas do que com a representação do ambiente atmosférico. Não é difícil ver nesta atitude uma reação de caráter intelectual contra o gozo puramente colorido do impressionismo.
Cézanne cultivava sobretudo a paisagem e a representação de naturezas mortas, mas também pintou figuras humanas em grupo e retratos. Antes de começar as suas paisagens, estudava-as e analisava seus valores plásticos, reduzindo-as depois a diferentes volumes e planos que traçava à base de pinceladas paralelas. Árvores, casas e demais elementos da paisagem subordinavam-se à unidade de composição. Suas paisagens são sutilmente geométricas. Suas naturezas mortas, tipicamente compostas por maçãs, levava a cabo uma exploração formal exaustiva que é a terra fecunda de onde surgirá o cubismo poucos anos mais tarde.
A obra de hoje faz parte de uma série com mais de 60 obras do mesmo lugar, o monte Sainte-Victoire, em Provença, onde o pintor cresceu. Em suas obras, a montanha era vista sob os mais distintos pontos de observação e o contorno peculiar do maciço rochoso contrastava com a vegetação verdejante e os tons de terra dos arredores.
A perspectiva da obra foi distorcida por Cézanne, com o objetivo de atingir a relação perfeita entre os diversos elementos. A posição central do topo da montanha garante uma composição harmoniosa e equilibrada.
Poucos elementos se destacam na obra, mas a casa, à esquerda, encontra equilíbrio na árvore abaixo do pico. O impacto da obra fica por conta da utilização cuidadosa de cores e formas, que parecem mudar de aspecto em várias partes da tela.
2 detalhes de "Monte Sainte-Victoire" se destacam:
1 - Harmonia de cores
A variação harmoniosa entre verdes e azuis dá unidade à composição, estendendo-se do céu até a montanha e de lá para toda a paisagem.
2 - Ângulos das pinceladas
Os ângulos das pinceladas variam procurando acrescentar textura e forma aos detalhes. Com uma sutil mistura de cores os objetos transmitem uma sensação de tridimensionalidade, além de acrescentarem profundidade à cena.
Ficha Técnica: Monte Sainte-Victoire
Autor: Paul Cézanne
Onde ver: Museu Hermitage, São Petersburgo, Rússia
Ano: 1896 - 1898
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 78,5cm x 98,5cm
Movimento: Impressionismo
quinta-feira, 25 de julho de 2013
quarta-feira, 24 de julho de 2013
365 DIAS DE ARTE
Aniversário,
de Dorothea Tanning
A obra foca-se na vida de fantasia das mulheres. Colocando-se à esquerda da imagem, diante de uma parede espelhada, a mulher olha impassível para além do plano da imagem. |
Dorothea Tanning (25/08/1910 - 31/01/2012) foi uma pintora, escultora e escritora norte-americana. Desenhou também cenários e figurinos para balé e teatro.
Aniversário, pintada logo no início da carreira, é a sua obra de arte mais conhecida. A obra trata-se de um autorretrato e costuma ser considerada um marco do 32º aniversário da artista. Entretanto, sabe-se, atualmente, que o quadro foi concluído antes dessa data e que o título foi dado por Ernst, que procurava obras de arte para a colecionadora Peggy Guggenheim.
Na imagem, Tanning usa roupas extravagantes, complemento perfeito para a implausível criatura alada com quem ela compartilha o espaço. A saia longa unida na cintura a uma guirlanda de raízes de árvore e a jaqueta de cetim de mangas bufantes evocam uma época passada.
A obra foca-se na vida de fantasia das mulheres. Colocando-se à esquerda da imagem, diante de uma parede espelhada, a mulher olha impassível para além do plano da imagem, em busca do olhar do observador. Seu olhar resoluto, juntamente com os seios nus, sugere ao mesmo tempo confronto e impassibilidade.
A seus pés encontra-se um estranho animal alado, descrito muitas vezes como um lêmure. Criaturas fantásticas como essa eram um tema recorrente nas obras de Dorothea. Para completar a combinação de verossimilhança e fantasia da imagem, os limites da composição são estabelecidos por uma porta entreaberta e numerosas outras portas atrás dela aludem à ansiedade vivida em sonhos.
3 detalhes de "Aniversário" se destacam:
1 - Posicionamento
O autorretrato da pintora fica posicionado à esquerda do primeiro plano e é o ponto focal da composição. A área é detalhada e equilibrada com a visão de múltiplas portas abertas, que dominam o lado direito da imagem.
2 - Criatura alada
O padrão regular das penas das asas da criatura híbrida que aparece junto com Dorothea se repete nas linhas paralelas regulares das portas.
3 - Muitas portas
Múltiplas portas são motivo frequentemente associados aos sonhos. A presença dessas figuras indica o fascínio da artista por seu psiquismo e pelos sonhos.
Ficha Técnica: Aniversário
Autor: Dorothea Tanning
Onde ver: Philadelphia Museum of Art, Filadélfia, EUA
Ano: 1942
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 100cm x 81cm
Movimento: Surrealismo
domingo, 21 de julho de 2013
365 DIAS DE ARTE
Banhistas em Asnières, de Georges Seurat
A composição é extremamente equilibrada, com cada elemento disposto de maneira a produzir uma harmonia geral na obra. |
Georges-Pierre Seurat (02/12/1859 - 29/03/1891) foi um pintor francês e pioneiro do movimento pontilhista, também chamado divisionismo. Herdou de seu pai a característica de ser um homem solitário. Em 1877, ingressou na Escola Superior de Belas Artes de Paris, onde visitaria frequentemente o Museu do Louvre sofrendo assim fortes influências de Rembrandt, Goya e Chavannes. A técnica do pontilhismo utilizada por Seurat deu origem ao neo-impressionismo e foi extensivamente utilizada na arte do século XX. Pode-se dizer que a teoria do pontilhista foi precursora da televisão e da imagem digital. Seurat também recorreu à técnica da simetria dinâmica usando retângulos de ouro nas suas pinturas. Morreu em Paris e a causa de sua morte tem sido atribuída a uma forma de meningite, pneumonia, angina infecciosa e difteria. Seu filho faleceu duas semanas depois com a mesma doença. Seu último trabalho "The Circus" foi deixada inacabada na época de sua morte.
Na obra apresentada hoje, Seurat usou uma paleta limitada para criar uma gama sutil de cores. A composição é extremamente equilibrada, com cada elemento disposto de maneira a produzir uma harmonia geral na obra. A imagem exibe trabalhadores de uma fábrica ao longe se divertindo às margens do Sena, durante uma tarde de verão. A ênfase na descontração fica clara na paisagem iluminada pelo sol e nas atividades à beira do rio. As fortes variações de tom acentuam a atmosfera e a serenidade da cena.
Cada detalhe da cena foi pensado com antecedência. A posição das pessoas, a distância entre os trechos de rio e as margens, a localização da fábrica no horizonte, a escolha dos elementos e o posicionamento deles foram preparados de maneira a manter o equilíbrio perfeito na cena.
3 detalhes de "Banhistas em Asnières" se destacam:
1 - Barco
O barco que aparece ao longe, com três tripulantes e a bandeira foi pintado com detalhes precisos e suas cores se harmonizam com todo o resta da pintura. Todas as cores predominantes na obra aparecem nessa pequena parte, como o azul, o verde e o vermelho. Esse recurso contribui para uma representação relativamente natural.
2 - Reflexo do barco
O reflexo do barco na água foi criado com finas linhas de cor. A intenção de Seurat com isso era captar o movimento lento, bem como o brilho da água.
3 - Banco de areia
Um banco de areia se estende para fora da água juntamente com uma linha fina de grama, que permite identificar todas as pinceladas e cores.
Ficha Técnica: Banhistas em Asnières
Autor: Georges Seurat
Onde ver: National Gallery, Londres, Reino Unido
Ano: 1884
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 201cm x 301,5cm
Movimento: Impressionismo
quinta-feira, 18 de julho de 2013
365 DIAS DE ARTE
Retábulo
Portinari, de Hugo van der Goes
O retábulo foi encomendado por Tommaso Portinari para a Igreja de Sant' Egídio, no Hospital de Santa Maria Nuova, em Florença. |
Hugo van der Goes (1440 - 1482) foi um pintor flamengo. Apesar de não existirem registros, suspeita-se que Goes teria ascendência portuguesa. Foi eleito chefe dos artistas em 1467, casou-se com Maria Maddalena Baroncelli em 1470 e teve dez filhos. Sofria de uma doença mental e retirou-se para um monastério para se recuperar. Foi considerado membro leigo da organização. Tentou suicídio em 1480 e morreu dois anos depois. Suas obras são caracterizadas pela tensão dramática e pela sensação de movimento, unindo os contrastes coloridos aos tons de um realismo calmo.
Esta é a sua obra mais famosa; era comum na época incluir nas obras sacras que eram encomendadas, os retratos de patronos e seus familiares. Aqui Portinari aparece ajoelhado com seus dois filhos no painel esquerdo; no painel direito são retratadas a mulher e a filha de Portinari, também ajoelhadas. As personagens estão cercadas pelos santos que levam o mesmo nome: Santo Antônio e São Tomé à esquerda, Santa Margarida e Maria Madalena à direita.
O retábulo foi encomendado para que Portinari não fosse esquecido, quando deixou Florença. Depois de ser instalada a obra teve uma influência considerável sobre os artistas locais, devido ao seu naturalismo impressionante.
A organização do painel central é incomum e embora se pareça com uma cena tradicional da natividade, a obra é uma glorificação mística da Eucaristia. Os santos são solenes e olham para Cristo, posicionado próximo aos símbolos de seu sacrifício, enquanto os pastores parecem fiéis.
Os anjos, em primeiro plano, usavam vestes eclesiásticas, preparados para celebrar a missa, enquanto, acima da cabeça de um boi, um demônio admira a cena maravilhado. Maria e José aparecem percorrendo o terreno rochoso até Belém e os Reis Magos são retratados no painel da direita.
4 detalhes de "Retábulo Portinari" se destacam:
1 - Pastores
Os pastores e magos são apresentados adorando Cristo na maioria das representações. No entanto, Van Der Goes ressalta de maneira incomum os pastores. Os rostos parecem ter personalidade e individualidade.
2 - Os Reis Magos
Os reis Magos e suas comitivas chegam em caravana. Um cortesão pede informações a um aleijado enquanto, atrás dele, os reis cavalgam lado a lado, viajando em uma paisagem típica do norte.
3 - A filha de Portinari
Os patronos eram retratados em escala menor, com o objetivo de enfatizar a importância deles com relação às personagens sacras. A filha de Portinari, Margarita, aparece acompanhada pela Santa Margarida, identificada por seu símbolo tradicional: o dragão.
4 - Naturezas mortas
Os elementos de naturezas mortas são símbolos da Eucaristia, justificados pela instalação da pintura sobre um altar. O feixe de trigo representa o pão sagrado, as folhas de videira e as uvas no vaso representam o vinho. Os cravos vermelhos representam os pregos ensanguentados da cruz de Cristo.
Ficha Técnica: Retábulo Portinari
Autor: Hugo van der Goes
Onde ver: Galeria Uffizi, Florença, Itália
Ano: 1475
Técnica: Óleo sobre painéis de madeira
Tamanho: 2,53m x 3,04m (painel central) e 2,53m x 1,41m (painéis laterais)
Movimento: Gótico Flamengo
terça-feira, 16 de julho de 2013
365 DIAS DE ARTE
Mulher
Vestida de Preto na Ópera, de Mary Cassatt
O observador tem a impressão de acompanhar a cena instalado ao lado da moça de binóculos, de maneira que o limite do camarote parece dividir a composição ao meio. |
Mary Cassat (22/05/1843 - 14/06/1926) pintora do movimento Impressionista nos Estados Unidos, filha de um banqueiro, jamais de casou ou teve filhos.
Nesta obra, Mary Cassat revolucionou. Uma dama mais velha e elegante, cujo traje escuro a diferencia das glamourosas artistas, observa a cena. Um homem em um camarote ao longe faz esforço para vê-la, mas a dama atua como um "flâneur" - papel que uma senhora de respeito só poderia adotar em público. A mulher observa os espectadores do outro lado do teatro antes do início da apresentação.
O estilo da pintura, bem como a composição, dão destaque à dama, com seus trajes escuros em um camarote pouco iluminado e seu rosto muito bem traçado. Esses elementos contrastam com o auditório opulento e iluminado, bem como os detalhes esboçados da plateia acomodada nos camarotes.
O observador tem a impressão de acompanhar a cena instalado ao lado da moça de binóculos, de maneira que o limite do camarote parece dividir a composição ao meio.
3 detalhes de "Mulher Vestida de Preto na Ópera" se destacam:
1 - Binóculo
Tanto os olhos da mulher como os do homem no camarote distante estão cobertos por binóculos, enquanto os demais rostos são representados sem traços definidos.
2 - Brinco de pérola e luvas
A presença sutil e quase imperceptível do brinco de pérolas e das luvas transparentes reforça o status da dama e ainda lhe confere confiança à sua postura.
3 - Chapéu colorido
O chapéu vermelho vivo que aparece no fundo da imagem confere mais energia à cena, em contraste com o sóbrio preto e branco de grande parte dos vestidos.
Ficha Técnica: Mulher Vestida de Preto na Ópera
Autor: Mary Cassat
Onde ver: Museum of Fine Art, Boston, EUA
Ano: 1880
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 80cm x 64,8cm
Movimento: Impressionismo
segunda-feira, 15 de julho de 2013
sábado, 13 de julho de 2013
365 DIAS DE ARTE
O Ateliê do Pintor, de Gustave Courbet
Depois de ter sido rejeitado, Courbet montou uma exposição individual sua no "Pavilhão do Realismo", erguido às próprias custas. |
Gustave Courbet (10/06/1819 - 31/12/1877) foi um pintor francês, acima de tudo um pintor da vida camponesa de sua região. Ergueu a bandeira do realismo contra a pintura literária ou de imaginação.
Courbet se apresentava trabalhando em um ateliê que lembrava uma caverna, em meio a uma multidão diversificada e enigmática. A cena é pintada com grandeza e segurança, mas, embora as figuras sejam vividamente retratadas individualmente, de maneira coletiva elas não possuem um sentido óbvio.
A pintura é considerada uma das obras-primas centrais do século XIX. O quadro foi criado para a grande Exposição Universal realizada em Paris no ano de 1855, mas foi rejeitada pela comissão de seleção de obras. Depois de ter sido rejeitado, Courbet montou uma exposição só sua no que denominou "Pavilhão do Realismo", erguido às próprias custas.
4 detalhes de "O Ateliê do Pintor" se destacam:
1 - Baudelaire
Sentado entre os amigos de Courbet encontra-se Charles Baudelaire, um dos principais poetas franceses da época. Os dois se conheceram em 1848, em um refúgio de artistas e intelectuais.
2 - Courbet
A figura do pintor encontra-se no centro do grupo bastante diversificado. O artista faz um largo gesto com o pincel. Na verdade ele não trabalhava assim em suas pinturas, mas por ser absolutamente vaidoso, quis exibir seu perfil. A modelo ao seu lado, nua, tem sido interpretada como uma encarnação da verdade.
3 - Amantes da arte
O casal em pé, em destaque à direita, exemplificam os amantes da arte ou colecionadores e foram descritos, pelo próprio artista, como "uma mulher da moda, de roupas elegantes e o marido".
4 - Champfleury
Jules François Felix Fleury-Husson, que escrevia sob o pseudônimo de Champfleury era um amigo muito próximo de Courbet e o principal porta-voz literário do Realismo.
Ficha Técnica: O Ateliê do Pintor
Autor: Gustave Courbet
Onde ver: Musée D'Orsay, Paris, França
Ano: 1854 - 1855
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 3,61m x 5,98m
Movimento: Realismo
sexta-feira, 12 de julho de 2013
365 DIAS DE ARTE
No Café-Concerto Les Ambassadeurs, de Edgar Degas
A complexa composição dá impacto à tela e o observador se sente inserido no meio da plateia, quase próximo do ouvido da dama ao lado. |
Edgar Hilaire Germain de Gas (19/07/1834 - 27/09/1917), popularmente conhecido apenas por Edgar Degas, foi um importante pintor, escultor e gravurista francês. Fez parte do movimento artístico conhecido como Impressionismo, embora suas obras possuíssem fortes elementos do Realismo e do Renascimento italiano. Suas obras, sobretudo de sua última fase, apresentam elementos do Modernismo.
Suas obras são marcadas pela suavidade, o artista faz uso de cores em tom pastel em sua primeira fase da vida artística e foi somente na década de 1860 é que o artista começa a utilizar tons mais vibrantes. Suas telas, em sua maioria, aborda cenas do cotidiano, paisagens e retratos individuais. Conhecido como o "pintor das bailarinas", pois adora pintá-las, tão somente, mulheres e óperas. Viajou para a Itália para entrar em contato direto com as obras do Renascimento italiano, principalmente, Michelangelo, Leonardo da Vinci e Rafael Sanzio. Em 1874 apresentou suas obras na Primeira Exposição Impressionista.
Os diversos elementos da cena apresentada hoje capturam e exploram o universo teatral. No palco, a cantora vestida de vermelho se dirige à plateia, possivelmente ao fim de uma apresentação, enquanto suas colegas permanecem ao fundo. No primeiro plano orquestra e público formam um amontoado de cabeças vistas de perfil.
Degas usou a iluminação do teatro para acentuar certos aspectos da obra, como o rosto e o corpo da artista de vermelho, iluminados de baixo para cima, o que enfatiza a posição de destaque da mulher e cria, ainda, certos efeitos de sombra. Além disso, os perfis da plateia são delineados como caricaturas e à esquerda as demais artistas parecem ignorar a audiência, aparentemente conversando protegidas pelos leques, descansando ou mesmo arrumando seus trajes.
A complexa composição dá impacto à tela e o observador se sente inserido no meio da plateia, quase próximo do ouvido da dama ao lado. Lampiões pendurados nas árvores clareiam a noite, assim como as luzes do palco, que criam contraste entre as artistas - que estão absolutamente iluminadas - e as pessoas acomodadas nos bancos, no escuro.
3 detalhes de "No Café-Concerto Les Ambassadeurs" se destacam:
1 - Orquestra e plateia
Os traços dos rostos das figuras que compõem a orquestra e a plateia são quase geométricos, especialmente nos ângulos do nariz e do queixo.
2 - Vestido vermelho
O vermelho pastel do vestido da cantora foi acrescido sobre tons mais escuros da tinta monotipo - técnica usada para realizar a pintura - o que confere uma espécie de brilho ao tecido.
3 - Cantora
O rosto da cantora em destaque foi delineado pela tinta do monotipo, bem como sua fisionomia e seus cabelos escuros. Para complementar as feições da artista, Degas acrescentou tons de rosa-claro, alaranjado, cinza e mesmo o enfeite vermelho do cabelo.
Ficha Técnica: No Café-Concerto Les Ambassadeurs
Autor: Edgar Degas
Onde ver: Musée des Beaux-Arts, Lyon, França
Ano: 1877
Técnica: Pastel sobre monotipia em papel
Tamanho: 27cm x 37cm
Movimento: Impressionismo
terça-feira, 9 de julho de 2013
sábado, 6 de julho de 2013
365 DIAS DE ARTE
Livro de Kells, de artistas
desconhecidos
A obra, de artistas desconhecidos, faz parte da Arte Insular. |
O manuscrito em velino (couro de bezerro) do Livro de Kells tem 680 páginas e é, basicamente, uma cópia ricamente ilustrada dos quatro evangelhos em latim. Esses evangelhos, por sua vez, são antecedidos por prefácios, resumos das histórias e representações dos trechos.
As origens dos manuscritos são consideradas um mistério. Seu estilo remonta ao século IX, no entanto, os nomes de seus criadores são desconhecidos. O que a maioria dos especialistas acredita é que o livro foi criado na ilha de Iona, costa oeste da Escócia.
O Livro de Kells ainda está inacabado. Algumas teorias que surgem para explicar esse fato dão conta de que o projeto era ambicioso demais. Outras afirmam que talvez seus artífices tenham parecido durante um ataque dos vikings.
A parte do livro mostrada aqui é conhecida como "folha do monograma", pois sua imagem principal é formada pela iniciais "XP", abreviatura para Chi-Ro, nome de Cristo em Grego. A função da página era introduzir o Evangelho segundo Mateus, que descreve a encarnação de Jesus.
4 detalhes de "Livro de Kells" se destacam:
1 - Mariposas e Crisálidas
Perto do topo da página encontram-se duas mariposas, ao lado de uma crisálida. Esses são considerados símbolos religiosos pouco convencionais e referem-se ao tema do nascimento e da renovação. A palavra "generatio" no pé da página significa "o nascimento".
2 - Três anjos
Ao lado direito do monograma aparecem três anjos. A dupla que se encontra abaixo posa longitudinalmente enquanto o terceiro deles segura dois instrumentos usados para afastar insetos da Eucaristia e do Sacerdote.
3 - Cabeça de homem
Cabeças humanas estilizadas eram geralmente usados por artesãos celtas para decorar objetos preciosos. Algumas teorias sugerem que a cabeça mostrada na obra é uma referência a Cristo.
4 - Gatos e camundongos
Dois gatos agarram os rabos de dois roedores que roubam a hóstia. Os felinos também tem as orelhas mordiscadas por um par de camundongos. Os desenhos podem ser alguns dos símbolos da eucaristia espalhados pelo mundo ou apenas um exemplo do bom humor pelo qual a arte insular é conhecida.
Ficha Técnica: Livro de Kells
Autor: Artistas Desconhecidos
Onde ver: Trinity College, Dublin, Irlanda
Ano: 800
Técnica: Página do Monograma, Fólio 34 recto - Manuscrito em Velino
Tamanho: 35cm x 25cm
Movimento: Arte Insular
quinta-feira, 4 de julho de 2013
365 DIAS DE ARTE
Dora Maar com Gato, de Pablo Picasso
Pablo Diego José Francisco de Paula Juan Nepomuceno María de los Remedios Cipriano de la Santísima Trinidad Ruiz y Picasso, ou simplesmente Pablo Picasso (25/10/1881 - 08/04/1973) foi um pintor, escultor e desenhista espanhol, tendo também desenvolvido a poesia.
Foi reconhecidamente um dos mestres da arte do século XX. Considerado um dos artistas mais famosos e versáteis de todo o mundo, tendo criado milhares de trabalhos, não somente pinturas, mas também esculturas e cerâmica, usando todos os tipos de materiais. Ele também é conhecido como sendo o co-fundador do Cubismo.
A composição de hoje retrata a mais famosa amante e grande musa inspiradora de Picasso, Dora Maar. A mulher é considerada extremamente importante para ele e teria ajudado, inclusive, a pintar Guernica. A obra foi pintada no ano de 1941, início da Segunda Guerra Mundial na França. Na época, poucos casais conseguiram manter o clímax tão bem quanto Picasso e Dora Maar.
Aqui as medidas de Dora são consideradas invulgares e avultadas. A obra é uma das mais completas e dinâmicas de um "grupo de elite" de retratos feitos por Picasso entre as décadas de trinta e quarenta, que inclui o famoso quadro Portrait de Dora Maar Dans le Jardin.
O quadro esteve exposto no Instituto de Arte de Chicago em 1947 e 1968, mas foi leiloado em maio de 2006, pelo valor de 95 milhões de dólares, tornando-se assim, uma das mais caras do mundo. Seu valor de compra fica atrás de Garçon à la Pipe, também de Picasso.
Ficha Técnica: Dora Maar com Gato
Autor: Pablo Picasso
Onde ver: Acervo particular
Ano: 1941
Movimento: Cubismo
quarta-feira, 3 de julho de 2013
PROJETO EPTV NA ESCOLA 2013
OBJETIVOS DO PROJETO:
ALUNOS CLASSIFICADOS POR ORDEM ALFABÉTICA
1 - Alessandra de Fátima Borges
2 - Bianca Aparecida de Moraes
3 - Brenda Tossini
4 - Giovanna Gabrielli Amaro
5 - Giovanna Xavier da Silva
6 - Iveraldo Rosa Ramalho
7 - Jhenifer Bressani Postigo
8 - Julia Mariana Vaiarini Magalhães
9 - Larissa Giovana Leite de Oliveira
10- Leonardo da Silva Machado
11- Luana Costa de Araújo
12- Luiz Gustavo de Paula
13- Maria Izabel Rossani Ribeiro
14- Pedro Fernando Simionato Junior
15- Rafael de Luca
16- Ramiris Custódio Pereira
17- Rosana Efigênia Pereira
18- Tamyres Beatriz Soares
19- Tiele Letícia da Silva
20- Vanessa Aparecida Silvério
21- Vinicius Carretero
22- Vitor Marcelo D'Olivo
- Interatividade entre alunos das 8ª séries do EF Ciclo II e um veículo de comunicação;
- Conhecer o processo de produção de um telejornal;
- Programação da EPTV como recurso educacional;
- Integração entre as escolas;
- Propiciar aos alunos, através do tema: "Viver. Você tem medo do quê?" uma reflexão a ser debatida em sala de aula que possa levar o jovem a perceber e pensar sobre seus medos, pois os enfrentamos diariamente em nossa vida. Há o medo do futuro, o de que algo não dê certo, o de escolher a profissão, o de ser rejeitado, etc., como reconhecer e lidar com esses medos.
ALUNOS CLASSIFICADOS POR ORDEM ALFABÉTICA
1 - Alessandra de Fátima Borges
2 - Bianca Aparecida de Moraes
3 - Brenda Tossini
4 - Giovanna Gabrielli Amaro
5 - Giovanna Xavier da Silva
6 - Iveraldo Rosa Ramalho
7 - Jhenifer Bressani Postigo
8 - Julia Mariana Vaiarini Magalhães
9 - Larissa Giovana Leite de Oliveira
10- Leonardo da Silva Machado
11- Luana Costa de Araújo
12- Luiz Gustavo de Paula
13- Maria Izabel Rossani Ribeiro
14- Pedro Fernando Simionato Junior
15- Rafael de Luca
16- Ramiris Custódio Pereira
17- Rosana Efigênia Pereira
18- Tamyres Beatriz Soares
19- Tiele Letícia da Silva
20- Vanessa Aparecida Silvério
21- Vinicius Carretero
22- Vitor Marcelo D'Olivo
ATENÇÃO: A visitação para a EPTV Campinas será no dia 02/09/2013. Alunos classificados deverão procurar a coordenação pedagógica (Prof. Alexandre) para retirar o termo de responsabilidade que deverá ser preenchido pelo Pais e/ou Responsáveis.
A Equipe Gestora parabeniza os alunos classificados e agradece a participação e empenho das professoras Maria Marcela e Melissa Ricci. Agradece ainda a participação direta ou indireta de todos os envolvidos no projeto.
terça-feira, 2 de julho de 2013
365 DIAS DE ARTE
Cipreste,
de Kanõ Eitoku
O artista veio de uma família de outros pintores e forjou um novo estilo, tornando-se o mais requisitado pintor de Kyoto na época das guerras feudais do Japão. |
Kanõ Eitoku era um pintor e um fundador japonês da Escola de Kano de pintura no estilo japonês. Seu estilo era muito original e elegante, algumas de suas pinturas são consideradas parte do tesouro nacional.
A obra de hoje é uma concepção ousada, em tela dobrável, dominada por um tronco vigoroso e pelos galhos de um antigo cipreste, delineado contra o fundo de nuvens douradas. O quadro foi encomendado no período Momoyama (1573 - 1615), quando poderosos senhores de guerra unificaram o Japão e construíram grandiosos castelos com interiores de decoração luxuosa.
O enorme cipreste talvez represente o poder daquele que encomendou a pintura, enquanto o folheado a ouro - símbolo de riqueza e status - refletiria qualquer luz disponível no interior do castelo, dando à obra um panorama brilhante.
4 detalhes de Cipreste se destacam:
1 - Tronco
O tronco pesado da árvore é o foco principal da pintura. Ele emerge em diagonal da base dos três painéis do lado esquerdo do biombo e seus ramos contorcidos se estendem para os lados nos demais painéis, de maneira que o cipreste passe uma impressão vívida e arrojada.
2 - Líquens
As manchas claras que aparecem em toda a tela com a cor cinza-esverdeada e se repetem na superfície rugosa das árvores representando os líquens e dando uma impressão de textura. Mais importante que isso, elas acrescentam ritmo e criam um padrão em toda a composição.
3 - Ramos torcidos
Os ramos torcidos são delineados com clareza contra o fundo dourado. Os galhos tortuosos possuem contornos pretos que fazem com que eles pareçam vivos na pintura.
4 - Nuvens de ouro
As ondulações das nuvens fazem eco às formas sinuosas do cipreste e o folheado de ouro ilumina os ramos da árvore. Durante a noite a luz das velas era capaz de lançar um brilho profundo nas escuras salas do castelo.
Ficha Técnica: Cipreste
Autor: Kanõ Eitoku
Onde ver: Museu Nacional de Tóquio, Japão.
Ano: 1580 - 1590
Técnica: Biombo com oito painéis, tinta colorida e folhas de ouro sobre papel
Tamanho: 1,7m x 4,6m
Movimento: Arte Japonesa
segunda-feira, 1 de julho de 2013
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