sexta-feira, 17 de maio de 2013

365 DIAS DE ARTE

O Grande Tufo de Ervas, de Albrecht Dürer

Os detalhes minuciosos desta imagem de um simples tufo de ervas do prado tem precisão quase fotográfica.

Albrecht Dürer (21/05/1471 - 06/04/1528) foi um pintor, ilustrador, matemático e teórico de arte alemão e, provavelmente o mais famoso artista do Renascimento nórdico, tendo influenciado artistas do século XVI no seu país e nos Países Baixos. Sua maestria como pintor foi o resultado de um trabalho árduo, não tendo rivais. Considerado como o primeiro grande mestre da técnica da aquarela, principalmente no que diz respeito à representação de paisagens. Seu espírito humanista voltado ao Renascimento abrangiam ainda outros campos, como a geografia, a geometria e a arquitetura.
Em seus estudos sobre Teoria da Arte, elaborou tratados sobre a medida e proporções humanas, perspectiva e geometria como elementos estruturantes da obra de arte.
Na obra de hoje, o artista retratou detalhes minuciosos de um simples tufo de ervas com precisão fotográfica. Assim, a arte e a natureza se confundem, mostrando a beleza que pode estar contida em coisas pelas quais passamos desapercebidos.
Com mais de 500 anos, "O Grande Tufo de Ervas" é um dos primeiros grandes estudos europeus da biodiversidade. Com esta obra, Dürer nos oferece a perspectiva de inseto. Ele recriou as pequenas e emaranhadas plantas com tal nitidez que é possível identificá-las.
O Grande Tufo de Ervas é uma obra-prima por si só, mas, como seu contemporâneo Leonardo da Vinci, Dürer fazia esses estudos basicamente para compreender a natureza e preparar detalhes de suas gravuras.
Nesta obra, Dürer usou aquarela, o que lhe permitiu trabalhar relativamente rápido e concentrar-se nas cores e texturas das plantas. Com esta técnica é fácil misturar tons sutis e aplicar camadas de tinta diluída umas sobre as outras sem ter que esperar muito para que sequem.
O artista juntava as diferentes nuances de verde com grande precisão, tanto para diferenciar cada planta como para dar profundidade à composição.


3 detalhes de "O Grande Tufo de Ervas" se destacam:


1 - Folhas carnudas
Reparem que há 3 folhas carnudas que se destacam na relva. Dürer usou pinceladas finas e secas de um verde mais profundo para modelar a forma das folhas, com linhas finas brancas para salientar as nervuras e as bordas das folhas.


2 - Flor de Dente-de Leão
À esquerda é possível ver uma flor que se diferencia da relva. É um dente-de-leão. Na parte de cima da pintura foi aplicada uma aguada clara para que as plantas se delineassem com clareza contra ela.


3 - Raízes prateadas
Dürer não limitou seu estudo ao que cresce sobre o solo. Ele limpou a terra em algumas partes para revelar as raízes das plantas e colocou-as contra uma aguada escura para torná-las mais visíveis.




Ficha Técnica: O Grande Tufo de Ervas


Autor: Albrecht Dürer
Onde ver: Albertina, Viena, Áustria
Ano: 1503
Técnica: Aquarela e bico de pena sobre papel
Tamanho: 40,8cm x 31,5cm
Movimento: Renascimento

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