segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

365 DIAS DE ARTE

A Rendeira, de Johannes Vermeer

Considerada uma das pinturas mais famosas de Vermeer, calcula-se que tenha sido produzida entre os anos de 1669 e 1670.

Johannes Vermeer (31/10/1632 - 15/12/1675) foi um pintor holandês, conhecido também como Vermeer de Delft ou Johannes van der Meer. Viveu toda sua vida na sua terra natal, onde está sepultado na Igreja Velha (Oude Kerk) de Delft.
Considerado o segundo pintor holandês mais famoso e importante do século XVII (período conhecido por Idade de Ouro Holandesa, devido às espantosas conquistas culturais e artísticas do país nessa época), depois de Rembrandt. Os seus quadros são admirados pelas suas cores transparentes, composições inteligentes e brilhante com o uso da luz.
A Rendeira retrata uma pessoa realizando uma tarefa, rodeada de seus elementos de trabalho. A jovem retratada está absolutamente envolvida em seu trabalho minucioso, manipulando cuidadosamente pinos e fios coloridos. O trabalho doméstico é o indicador de sua virtude. Distante da realidade do mundo, a jovem presta atenção apenas ao seu dever.
Outro aspecto importante da obra é que nela prevalece o detalhe e uma luminosidade suave. Seus diversos pontos de luz desfocados são um dos melhores exemplos da interpretação da luz conduzida por Vermeer e que agradava muito os impressionistas. O quadro foi considerado por Renoir a pintura mais bela do mundo.



Ficha Técnica:


Autor: Johannes Vermeer
Onde ver: Museu do Louvre, Paris, França
Ano: 1669/1670
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 24cm x 21cm
Movimento: Barroco Holandês

sábado, 23 de fevereiro de 2013

365 DIAS DE ARTE

O Nascimento de Vênus, de William Bouguereau

O Nascimento de Vênus se baseia em várias obras icônicas anteriores.

William-Adolphe Bouguereau (30/11/1825 - 19/08/1905) foi um professor e pintor acadêmico francês. Com um talento manifesto desde a infância, recebeu treinamento artístico em uma das mais prestigiadas escolas de arte do seu tempo, a Escola de Belas Artes de Paris, onde veio a ser mais tarde professor muito requisitado. Sua pintura se caracteriza pelo perfeito domínio da forma e da técnica, com um acabamento de alta qualidade, obtendo efeitos de grande realismo. Em termos de estilo fez parte da corrente eclética que dominou a segunda metade do século XIX, mesclando elementos do neoclassicismo e do romantismo em uma abordagem naturalista com boa dose de idealismo. Deixou obra vasta, centrada nos temas mitológicos, alegóricos e religiosos; nos retratos, nos nus e nas imagens de jovens camponesas.
A pintura de hoje é uma representação clássica do nascimento da deusa romana do amor e da beleza. Seu autor, arquétipo da pintura acadêmica francesa, presta com a obra uma homenagem à Vênus de Sandro Botticelli, ao Triunfo de Galateia de Rafael e à Vênus Anadiômene, de Jean-Auguste-Dominique Ingres.
A deusa, com sua pela de porcelana e os cabelos esvoaçantes, emerge de uma concha, rodeada de tritões admirados, ninfas marinhas e querubins. Vênus, no entanto, foi apenas um pretexto para criar um nu voluptuoso e idealizado.
A pintura apresenta uma grande intensidade de cor, um acabamento refinado e precisão na execução, o que garantem ao quadro certa perfeição física. Por conta de sua técnica também refinada, Bouguereau foi admirado pelos tradicionalistas e fortemente criticado pelos vanguardistas.


5 detalhes de "O Nascimento de Vênus" se destacam:


1 - As pernas de Vênus
A pose de Vênus é assimétrica. O pintor fez isso conscientemente para seguir a obra de Botticelli. No entanto, ao contrário da deusa de Botticelli, a Vênus de Bouguereau não assume uma pose pudica, com as mãos escondendo a região púbica e os seios. Nesta obra, Vênus aparece em uma pose erótica, que deixa claro o prazer do artista em revelar o corpo modelado de uma bela mulher.


2 - O rosto e os braços de Vênus
A deusa no quadro aparece se espreguiçando sem vergonha nenhuma de sua nudez. O olhar baixo representa a modéstia da deusa pela sua beleza. A pose de Vênus, com os braços erguidos, é uma referência à Vênus de Ingres.


3 - Os querubins no céu
Os querubins que encaram a deusa com admiração, por sua vez, lembram aos observadores as duas Madonas Sistinas de Rafael. Como na maior parte da obra, o fundo é apenas esboçado, para realçar a proeminência do objeto principal.


4 - As ninfas e Zéfiro
Na mitologia romana, os zéfiros que levam a concha de Vênus até Pafos - ilha de Chipre, representam as paixões espirituais. O artista pintou essas criaturas e as ninfas entrelaçados de modo naturalista (seres míticos em poses terrenas verossímeis) com o objetivo de homenagear, novamente, a Vênus de Botticelli.


5 - Os querubins com o golfinho
Dois querubins são retratados em cima de um golfinho, símbolo tradicional de proteção. Esse recurso era bastante utilizado pelos pintores acadêmicos franceses, para retratar o respeito pela arte renascentista italiana.




Ficha Técnica: O Nascimento de Vênus


Autor: William Bouguereau
Onde ver: Museu d'Orsay, Paris, França
Ano: 1879
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 3m x 2,15m
Movimento: Arte Acadêmica Francesa

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

TOME CIÊNCIAS

Propriedades da água


Flutuar ou afundar?


Você já se perguntou por que alguns objetos afundam na água? Por que um prego afunda e um navio flutua na água? O que faz com que a água sustente alguns objetos, de forma que eles consigam flutuar nela?

Entender porque alguns objetos afundam na água enquanto outros flutuam é muito importante na construção de navios, submarinos, etc. Se na água um prego afunda e um navio flutua, está claro que isso não tem nada a ver com o fato de o objeto ser leve ou pesado, já que um prego tem algumas gramas e um navio pesa toneladas.
Na água podemos erguer uma pessoa fazendo pouco esforço, enquanto fora da água não conseguiríamos nem movê-la do chão. Isso acontece porque a água empurra o corpo de uma pessoa para cima. A força que a água exerce nos corpos mergulhados de baixo para cima (como um "empurrão"), é denominada de empuxo.
A quantidade de água deslocada pelos corpos é um importante fator para a flutuação ou afundamento dos objetos. O prego, por ter pouco volume, desloca um mínimo de água quando mergulhado. Já o navio por ser muito volumoso, desloca uma grande quantidade de água. Então seu "peso" fica equilibrado pela força com que a água o "empurra", ou seja, pelo empuxo.

Quando o empuxo (E) é igual ao peso (P) o objeto flutua, porém quando o peso é maior que o empuxo o objeto afunda. O submarino quando quer afundar aumenta seu peso enchendo seus tanques de água do mar.


A água exerce pressão


Você já tentou segurar com o dedo o jato de água que sai de uma mangueira? O que aconteceu? A água impedida pelo dedo de fluir, exerce pressão e sai com mais força.
Todos os líquidos em geral exercem pressões. Uma maneira de demonstrar a pressão exercida por uma coluna de "líquido" é efetuar orifícios numa garrafa plástica de 2 litros (destas de refrigerante) e enchê-la de água.

* A experiência ilustrada abaixo indica que a pressão exercida por um líquido aumenta com a profundidade, pois a vazão do primeiro furo é menor que a vazão dos outros dois. Pode-se verificar que quanto maior a profundidade ou altura de líquido, o filete de água atinge uma maior distância. Diz-se que a pressão é maior e depende da profundidade do orifício considerado.


Pressão e mergulho


Quando uma pessoa mergulha, pode sentir dor na parte interna da orelha. Você sabe por que isso acontece? Novamente, a explicação está relacionada à pressão que a água exerce.
Quando mergulhamos, à medida que nos deslocamos para o fundo, aumenta a altura da coluna líquida acima de nós. Quanto maior a altura dessa coluna, maior será a pressão exercida pelo líquido sobre nós. Por essa razão, nas profundezas dos oceanos a pressão da água é grande e o homem não consegue chegar até lá sem equipamentos de proteção contra a pressão.


Usinas Hidrelétricas


Os engenheiros levam em consideração esse comportamento da água quando planejam as usinas hidrelétricas.
Essa usinas aproveitam o potencial hidráulico existente num rio, utilizando desníveis naturais como quedas de água, ou artificiais, produzidos pelo desvio do curso original do rio.
Nelas, a força das águas represadas dos rios é utilizada para a produção de energia elétrica. Essas usinas são responsáveis por mais de 70% de toda a energia elétrica gerada no país e cerca de 20% da eletricidade mundial. Além disso não é poluente, é renovável e permite controlar a vazão dos rios através das barragens, minimizando os efeitos das enchentes.


Você sabe como funciona uma hidrelétrica?


Inicialmente represa-se uma grande quantidade de água em um imenso tanque, cuja base é bem mais larga que a parte de cima. As usinas são construídas abaixo do nível das represas, já que, quanto maior for a profundidade, maior será a pressão exercida pela água. Quando as comportas são abertas, a água sai sob grande pressão. Sob as comportas são colocadas as turbinas, grandes máquinas cuja parte principal é uma roda imensa. A queda da água faz com que as rodas girem, esse movimento gera energia elétrica que é distribuída para as cidades.

Quais são as desvantagens da construção de uma usina hidrelétrica?


As desvantagens da construção de uma usina hidrelétrica são:
  • Desapropriação de terras produtivas pela inundação;
  • Impactos ambientais (fauna e flora) - perda de vegetação e da fauna terrestres;
  • Impactos sociais (realocação e desapropriação de moradores);
  • Interferência na migração dos peixes;
  • Alterações na fauna do rio;
  • Perdas de heranças históricas e culturais, alterações em atividades econômicas e usos tradicionais da terra.

Quais são os impactos ambientais na construção de uma usina?


Para construir represas e usinas é preciso alagar uma área enorme para formar o lago e muitas vezes mexer no caminho que o rio faz. O lago, também chamado de reservatório, é formado pelo represamento das águas do rio, através da construção de uma barragem. Essa alteração do meio ambiente atrapalha a vida dos bichos e das plantas da região, além de mudar radicalmente a paisagem, muitas vezes destruindo belezas naturais. Também saem prejudicadas as pessoas que moram por perto e têm que se mudar por causa da inundação.
Usina Hidrelétrica de Itaipu

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Hoje vamos passear por Ceará! Vamos lá?

Ceará

Bandeira:

Brasão:

Mapa:

Capital: Fortaleza
Área Total: 146.348,3 Km2
Sigla: CE
Região: Nordeste
População: 8.097.276 (IBGE 2005)

O Ceará está localizado na região nordeste, tendo como limites o Oceano Atlântico a norte e nordeste, o Rio Grande do Norte e a Paraíba a leste, Pernambuco a sul e o Piauí a oeste. É um Estado que possui grandes potencialidades turísticas, atendendo aos mais diversos tipos de turismo, como o cultural, religioso, rural, de aventura e ecoturismo. Além disso, destaca-se na economia cearense a pecuária (bovinos, suínos, caprinos, equinos, aves, asininos, carcinocultura e ovinos).
Na agricultura, destaca-se o cultivo de feijão, milho, arroz, algodão, castanha de caju, cana-de-açúcar, mandioca, mamona, tomate, banana, laranja, entre outros.
No Ceará localiza-se o Distrito Industrial de Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza, que é um importante complexo industrial do Estado. A indústria cearense atua nas áreas de vestuário, alimentícia, metalúrgica, têxtil, química e calçadista.
Outro ponto forte da economia é a mineração (petróleo, gás natural, ferro, água mineral, calcário, argila, magnésio, granito, etc), sendo que no município de Santa Quitéria existe a maior reserva de urânio do Brasil.

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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

365 DIAS DE ARTE

Carlos I a Cavalo, de Anthony Van Dyck

Carlos I a Cavalo é um retrato equestre em tamanho real de Carlos I, rei Stuart da Inglaterra, Escócia e Irlanda.

Anthony van Dick (22/03/1599 - 09/12/1641) foi um pintor flamengo especialmente dedicado a fazer retratos. Tornou-se o primeiro pintor da corte na Inglaterra, depois de uma longa estadia na Itália. Universalmente conhecido por seus retratos da nobreza genovesa. Influenciou fortemente outros retratistas da época com seu método de pintar uma elegância descontraída. Tratou também de temas bíblicos e mitológicos.
A obra de hoje é claramente destinada a transmitir poder e majestade. O extravagante Monarca, considerado bastante impopular entre seus súditos, acreditava no direito devido dos reis, bem como na monarquia absoluta.
O quadro é uma peça de propaganda, pensada exclusivamente para sustentar a imagem pública do rei. Nele Carlos I aparece elegantemente montado em um cavalo, vestindo uma armadura como se estivesse prestes a entrar em uma batalha, enquanto um criado segura seu capacete. Em uma mão o rei tem o bastão de comandante, enquanto, com a outra, controla seu corcel.
Na direita do quadro é apresentado um carvalho, símbolo de força e a tradução de "Dick" do nome do pintor, com uma placa com a inscrição latina "Carolus Rex Magnae Britaniae", que significa "Carlos, Rei da Grã-Bretanha".
Como pintor da corte, Van Dick deveria retratar o rei de maneira lisonjeira, o que conferiu ao quadro esse ar de fantasia. O rei era um homem pequeno, mas ganha estatura ao ser posto em cima do cavalo. Além disso, Carlos olha com nobreza ao longe, aparentemente indiferente às divergências em seu reino. O rei foi publicamente executado no ano de 1649, após uma guerra civil.


3 detalhes de "Carlos I a Cavalo" se destacam:


1 - Carlos I
O rosto do rei é retratado como se fosse visto da mesma altura do espectador, ao contrário de todo o resto da paisagem. Carlos usa um medalhão de ouro decorado com a imagem de São Jorge, mártir e santo padroeiro da Inglaterra. Na representação, o santo aparece lutando com o dragão, simbolizando o papel de Carlos como defensor do reino.


2 - Bota com espora
O quadro foi, provavelmente, pendurado na mesma altura do chão. Devido a altura da obra o espectador teria uma visão perfeita da bota do rei ao se aproximar, de maneira que se sentisse devidamente humilhado.


3 - Cavalo
O rei era um ótimo cavaleiro, embora o domínio do animal destinar-se apenas à mostrar sua força e capacidade como governante. A cabeça do cavalo é pequena em relação ao corpo, provavelmente com o intuito de reduzi-la em comparação com a cabeça de Carlos e, assim, reforçar sua impressão de supremacia e controle.



Ficha Técnica: Carlos I a Cavalo


Autor: Anthony Van Dick
Onde ver: National Gallery, Londres, Reino Unido
Ano: 1637
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 367cm x 292cm
Movimento: Flamenco

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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

365 DIAS DE ARTE

O Rolo Qingming, de Zhang Zeduan

A pintura foi feita em seda, num rolo horizontal e mostra cenas da vida urbana na China do século XII.

Zhang Zeduan (1085 - 1145) foi um artista e pintor chinês da Dinastia Song. Viveu durante um período de transição entre o Song do Norte e Song do Sul. Zhang foi um pioneiro da paisagem chinesa, que mais tarde se tornou mundialmente famoso com o nome de Shan shui.
Acredita-se que a cidade retratada na pintura acima seja a capital dos Song do Norte, Bianliang (hoje Kaifeng), na província de Henan. No entanto, o artista não incluiu nenhum elemento específico que identificasse a cidade, como um templo famoso.
Uma interpretação alternativa da pintura é que ela retrata uma cidade idealizada. A palavra "Qingming", no título, significa muito clara e organizada e ordeira, e a pintura se referiria a uma cidade esplêndida, onde os membros vivem em harmonia. Com efeito, se o observador olhar a pintura com cuidado irá perceber que não há sinais de pobreza e pessoas de todas as classes se misturam na rua.

3 detalhes de "O Rolo Qingming" se destacam:


1 - Barco à deriva
Sob a ponte na direita, barqueiros lutam para retomar o controle de um grande barco cuja corda de reboque se rompeu e foi empurrado para fora do curso pela poderosa corrente. Alguns homens tentam baixar o mastro e outros procuram firmar o barco com varas. Um homem tenta alcançar a ponte logo acima com um longo croque. Passantes se debruçam na ponte, gritando avisos ou palavras de encorajamento. Um deles joga para baixo uma corda que se desenrola.


2 - Ponte em Arco
O foco da pintura é a ponte em arco que atravessa o rio. Ela está cheia de pessoas do povoado, comerciantes e animais. Embora a ponte em arco seja bastante característica, pontes similares existiam em outras cidades chinesas além de Bianliang, capital dos Song do Norte.


3 - Interação
A dramaticidade do momento chega ao observador por meio da reação dos espectadores na ponte ao verem a situação dos barqueiros. Embora não seja possível ver os detalhes dos rostos, todos estão concentrados na ação, apontando ou gesticulando.




Ficha Técnica: O Rolo Qingming


Autor: Zhang Zeduan
Onde ver: Museu do Palácio, Pequim, China
Ano: 1100
Técnica: Nanquim e tinta colorida sobre seda
Tamanho: 22,5cm x 5,25cm
Movimento: Arte Chinesa

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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

365 DIAS DE ARTE

O Experimento com uma Bomba de Ar, de Joseph Wright of Derby


Joseph Wright (03/09/1734 - 29/08/1797), conhecido como "Wright of Derby" e foi um pintor inglês, famoso por suas pinturas de paisagens e seus retratos. Considerado o "primeiro pintor profissional que expressou o espírito da Revolução Industrial". É conhecido pelo uso do efeito claro-escuro nas suas pinturas, que acentua o contraste entre a luz e a escuridão.
O Experimento com uma Bomba de Ar representa uma cena familiar pouco comum, em que um grupo observa o desenrolar de um experimento científico.
A pintura trabalha com um impressionante jogo de sombras, proporcionado por uma única fonte de luz brilhante. As reações das pessoas é habilmente captada e suas faces representadas com um misto bastante realista de emoções humanas.
A obra, uma das mais famosas cenas "à luz de velas" de Joseph Wright of Derby, foi criada durante um período de intensa atividade científica na Europa do século XVIII. Nessa época era comum cientistas viajarem com seu equipamento e realizar demonstrações em casas no campo.
No experimento representado na pintura uma ave viva foi fechada em um grande frasco de vidro e o ar extraído, para criar vácuo. O experimento tinha como objetivo demonstrar o efeito da privação do ar sobre criatura vivas. O momento representado é a decisão do cientista entre reintroduzir o ar no frasco ou deixar a ave, já agonizante, morrer. O desfecho é desconhecido e o pintor deixa poucas pistas sobre o que pode ter acontecido. Essa dúvida aumenta a dramaticidade da cena.
O artista consegue a atenção do espectador por meio da técnica conhecida como "claro-escuro". O foco é dirigido para as figuras dramaticamente iluminadas, delineadas com clareza contra a escuridão do fundo. O cientista de cabelos brancos, que se assemelha a um mágico, olha diretamente para o observador.


4 detalhes de "O Experimento com uma Bomba de Ar" se destacam:


1 - Meninas
A criança mais nova observa a ave agonizante com horror. O choque em seu semblante é representado com grande sensibilidade. Outro indício da agonia são os gestos eloquentes, como o fato de a garota agarrar o vestido da menina mais velha, que cobriu os olhos e está sendo confortada.


2 - Cientista
O cientista olha diretamente para o espectador. Ele parece empolgado no auge da sua apresentação e isso fica evidente por seus lábios entreabertos e seu rosto corado. O pintor pretende enfatizar a onipotência do cientista. A decisão de devolver ou não a vida à ave pertence a ele, o que fortalece seu caráter de poder sobre a natureza.


3 - A ave
Uma cacatua branca está sufocando lentamente no fundo do frasco de vidro sem ar. A demonstração seria mais usual se fosse feita com outros pássaros, mas a ave pode ter sido escolhida pelo pintor para destacar a ação no fundo escuro. Outro motivo para a escolha da cacatua pode ser sua semelhança com um pombo, símbolo do Espírito Santo.


4 - Contemplação
O homem à direita do quadro, de perfil, está sutilmente iluminado, absorto em pensamentos. A maior parte de seu corpo está na escuridão e ele aparece alheio ao que acontece no centro da cena. Seu olhar se dirige a outro ponto - uma caveira dentro do jarro - que funciona como um lembrete para a morte.




Ficha Técnica: O Experimento com uma Bomba de Ar


Autor: Joseph Wright of Derby
Onde ver: National Gallery, Londres, Reino Unido
Ano: 1768
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 183cm x 244cm
Movimento: Iluminismo Europeu

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terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

365 DIAS DE ARTE

Agulhões em Port-Corton, de Claude Monet

Os agulhões retratados na obra formam um conjunto de rochedos instalados em uma pequena enseada na costa oeste de Belle-Île-en-Mer.


Oscar-Claude Monet (14/11/1840 - 05/12/1926) foi um pintor francês e o mais célebre entre os pintores impressionistas.
Os agulhões retratados na obra de hoje formam um conjunto de rochedos instalado em uma pequena enseada na costa oeste de Belle-Île-en-Mer. A superfície mineral e o quebrar das ondas ao atingi-los contém uma infinidade de cores, texturas e tons. As pinceladas são intensas e o estilo áspero, harmonizando com as formas escarpadas e o movimento constante da água.
O pintor procurou captar a paisagem que caracteriza a maré alta, com partes das rochas cobertas pelas ondas agitadas. O céu ao fundo parece cinzento, mas ainda com luz suficiente para dar ao mar uma tonalidade verde profunda e luminosa, bem como sombras cinza e lilás junto às rochas.


2 detalhes de "Agulhões em Port-Corton" se destacam:


1 - Ondas batendo nos agulhões
Nas bordas das rochas, Monet moldou e texturizou ondas brancas com o objetivo de imitar seu movimento contra a superfície áspera dos agulhões.


2 - Ondas quebrando
Diversos traços brancos e azuis, curvos e leves aparecem com a intenção de capturar o movimento de vórtices e a quebra de ondas




Ficha Técnica: Agulhões em Port-Corton


Autor: Claude Monet
Onde ver: Museu Pushkin, Moscou, Rússia
Ano: 1886
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 65cm x 80cm
Movimento: Impressionismo

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Continuemos nossa viagem pelo Brasil!

Bahia


Bandeira:

Brasão:

Mapa:

Capital: Salvador
Área total: 564.692 Km2
Sigla: BA
Região: Nordeste
População: 13.950.146 hab (2005)

A Bahia é o Estado mais populoso da região Nordeste. Situa-se ao sul dessa região e faz divisa com oito Estados: Alagoas, Sergipe, Pernambuco e Piauí ao norte, Minas Gerais e Espírito Santo ao sul, Goiás e Tocantins a oeste. Ao leste faz divisa com o Oceano Atlântico. Logo, a Bahia é o Estado que mais faz divisa com outras unidades da federação.
Possui uma importante indústria petroquímica e tem a mais extensa faixa litorânea do Brasil, além da maior concentração de números relativos de negros e mulatos do Brasil. Tem grande influência da cultura africana: a música, culinária, religião e o modo de vida de sua população apresentam grande contribuição dos escravos africanos.
Na economia, a Bahia é o sexto Estado Brasileiro em riqueza, realizando mais da metade das exportações do Nordeste. A economia do Estado baseia-se na indústria (química, petroquímica, informática e automobilística), agropecuária, mineração, turismo e nos serviços. Em Camaçari, próximo a Salvador, localiza-se um importante pólo petroquímico e um complexo industrial da Ford Motor Company.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

UM POUCO DE... LÍNGUA PORTUGUESA!


“A origem do nome brasileiro também é antiga e curiosa: em 1939, o Vasco da Gama, clube brasileiro do Rio de Janeiro, trouxe da Argentina um atacante chamado BERNARDO GANDULLA. Ele nunca se adaptou ao modo de jogar do time e não chegou a ser escalado. Tentando mostrar utilidade para o grupo, Gandulla corria atrás da bola para devolvê-la, quando ela saía do campo. Uma nobre característica sua era buscar as bolas não apenas para seu time como também para o adversário, demonstrando uma das primeiras e mais bonitas manifestações do fair play. Sua atitude ganhou a simpatia da torcida e após seu retorno à Argentina, seu nome passou a ser referência para os que apanham as bolas que saem do campo.”

domingo, 10 de fevereiro de 2013

365 DIAS DE ARTE

Marriage à-la-Mode: O Contrato de Casamento, de William Hogarth


William Hogarth (10/11/1697 - 26/10/1764) foi um pintor e ilustrador inglês. Seu trabalho se estendeu de excelentes retratos realistas a histórias em quadrinhos como séries de imagens chamadas "assuntos morais modernos". Muito do seu trabalho, embora às vezes vicioso, satirizavam a política contemporânea e as alfândegas. Ilustrações de tal estilo são muitas vezes referidas como "Hogartianas".
A imagem de hoje retrata um comerciante e um conde negociando um casamento que beneficiará a ambos de modos diversos. O homem de casaco vermelho é o comerciante e compra o seu ingresso na aristocracia por meio do casamento da filha com o conde Squander, sentado à sua frente que, como seu próprio nome sugere - squander em inglês significa desperdiçar -, dissipou todos os seus bens. O noivo, de casaco azul, parece alheio ao que acontece, enquanto um advogado cochicha algo no ouvido da noiva e um contador estende a conta não paga para o conde.
Na cena - a primeira de uma série de seis - o pintor apresenta um curso infeliz e o trágico desenlace de um casamento mal pensado. Os jovens parecem desinteressados pelo que acontece e se sentam de costas um para o outro.
Hogarth desenvolveu um método próprio de pintar, no qual fazia críticas veladas aos diversos problemas da sociedade, conhecido como Pinturas Satíricas. Esse método ficou evidente em algumas das suas séries de pinturas, como Marriage à-la-Mode, A Carreira de uma Prostituta e A Carreira de um Libertino.


4 detalhes de "Marriage à-la-Mode: O Contrato de Casamento" se destacam:


1 - O conde Squander
De peruca e com aspecto pomposo, o conde Squander está pedindo uma soma substancial para aceitar a filha do comerciante na aristocracia. A natureza autoindulgente do conde é apresentada no seu pé enfaixado, atingido pela gota, conhecida como "a doença do homem rico".


2 - O comerciante da cidade
No centro da composição, vestindo um casaco vermelho vivo, o rico pai da noiva examina o contrato de casamento.


3 - O noivo
O visconde parece mais interessado em admirar seu próprio reflexo no espelho do que em olhar a sua noiva. Ele é retratado vestindo a última moda francesa e, como o pai, leva uma vida de gastos.


4 - A noiva
A noiva é retratada em vestimentas simples e ouve com atenção ao seu advogado que cochicha em seu ouvido.




Ficha Técnica: Marriage à-la-Mode: O Contrato de Casamento

Autor: William Hogarth
Onde ver: National Gallery, Londres, Reino Unido
Ano: 1743
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 69,9cm x 90,8cm
Movimento: Pinturas Satíricas

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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

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365 DIAS DE ARTE

O Batismo de Cristo, de Piero Della Francesca

A obra tem um ar solene e espiritual, apesar do colorido e da série de detalhes terrenos nela retratados.

Piero Della Francesca (1415 - 1492) foi um pintor italiano do "Quattrocento", nome dado à segunda fase do movimento Renascentista italiano. Tal qual os grandes mestres de seu tempo, Piero primou sempre pela criatividade em relação ao passado medieval, apresentando técnicas e temáticas inovadoras como, por exemplo, o uso da tela e da pintura a óleo, o retrato, a representação da natureza, o nu, e, sobretudo, a perspectiva e a criação do volume. No século XV, Piero desenvolve uma pintura pessoal e solene, misturando formas geométricas e cores intensas. Sua pintura se diferencia pela utilização da geometria espacial e abstração.
A pintura apresentada hoje exemplifica o equilíbrio entre a ciência e a poesia, tornando a arte de Piero memorável. Não há registros sobre a encomenda da obra, mas algumas evidências indicam que a obra foi feita para uma capela dedicada a São João Batista. Quando a abadia foi fechada a obra foi transferida para a catedral de Sansepolcro.
O Batismo de Cristo foi um tema popular desde o início da arte cristã e muitos aspectos da pintura apresentam paralelos com obras de outros artistas italianos da época. Embora nos relatos bíblicos Jesus tenha sido batizado no Rio Jordão, Piero decidiu situar a cena no tipo de paisagem montanhosa que encontrava ao redor de sua própria cidade.


4 detalhes de "O Batismo de Cristo" se destacam:


1 - João Batista
João foi o precursor de Cristo e o batismo marcou o início da pregação de Jesus. Na arte o santo é representado como um homem selvagem, mas na obra de Piero aparece mais bem apanhado que o próprio Cristo.


2 - Jesus
Nas obras renascentistas Jesus era retratado com feições delicadas e espiritualizadas. Em contrapartida, Piero retrata Cristo com um aspecto de lavrador rústico. Apesar das feições mais grosseiras ainda há nobreza na atitude e a expressão grave tira todas as dúvidas acerca de sua santidade.


3 - Anjos
Os anjos retratados no retábulo parecem baseados na observação de pessoas reais e não em ideias convencionais sobre os seres celestes. Apesar do encanto produzido por eles, no entanto, a atmosfera solene do quadro não se perde.


4 - Pomba
De acordo com relatos bíblicos, no momento do batismo de Jesus, o Espírito Santo desceu sobre ele na forma de uma pomba. O pássaro retratado nesta pintura deixa clara a perícia do artista, já que está retratada de frente, em perspectiva. Sua forma também lembra uma nuvem no céu.




Ficha Técnica: O Batismo de Cristo


Autor: Piero Della Francesca
Onde ver: National Gallery, Londres, Reino Unido
Ano: 1450
Técnica: Têmpera sobre madeira
Tamanho: 167cm x 116cm
Movimento: Renascimento - Quattrocento

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

GEO... GRAFANDO!

Amazonas

Bandeira:

Brasão:

Mapa:

Capital: Manaus
Área Total: 1.570.745,2 Km2
Sigla: AM
Região: Norte
População: 3.332.330 hab. (2006)


O Amazonas é a mais extensa das unidades federativas do Brasil. Tem como limites a Venezuela e Roraima a norte, o Pará a leste, o Mato Grosso a sudeste, Rondônia a sul, o Acre a sudoeste, o Peru a oeste e a Colômbia a noroeste. Um quarto do total de índios do Brasil vive no Amazonas e sua cultura tem fortes influencias indígenas e nordestinas. A economia do Estado é baseada na indústria, no extrativismo, mineração e pesca. Em relação ao extrativismo, grande impulso na vida econômica e na colonização da região amazônica foi dado com a exploração do látex, durante o ciclo da borracha.
O Amazonas é o único Estado Brasileiro que possui a indústria como o foco da economia. Em 1967 foi criada a Zona Franca de Manaus, para estimular o desenvolvimento da indústria  por meio de incentivos fiscais. Assim, entre os anos de 1965 e 1975 a renda anual do Estado cresceu 147%. A maior parte do transporte de pessoas e cargas é feita pelos rios Madeira, Negro e Amazonas.

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terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

365 DIAS DE ARTE

O Enterro do Conde de Orgaz, de El Greco


Doménikos Theotokópoulos, mais conhecido como El Greco (1541 - 07/04/1614) foi um pintor, escultor e arquiteto grego que desenvolveu a maior parte da sua carreira na Espanha. Assinava suas obras com o nome original, ressaltando sua origem. Nasceu em Creta, que na época pertencia à República de Veneza e era um centro artístico pós-bizantino. Treinou ali e tornou-se um mestre dentro dessa tradição artística, antes de viajar, aos vinte e seis anos, para Veneza e em 1570 mudou-se para Roma onde abriu seu ateliê e executou algumas séries de trabalhos. Durante sua permanência na Itália, enriqueceu seu estilo com elementos do maneirismo e da renascença veneziana. Mudou-se em 1577 para Toledo, na Espanha, onde viveu e trabalhou até sua morte.
Seu estilo dramático e expressivo foi considerado estranho por seus contemporâneos, mas encontrou grande apreciação no século XX, sendo considerado um precursor do expressionismo e do cubismo. El Greco é considerado pelos estudiosos modernos como um artista tão individual que não o consideram como pertencente a nenhuma escola de arte convencional. É mais conhecido por suas figuras tortuosamente alongadas e uso frequente de pigmentação fantástica ou mesmo fantasmagórica, unindo tradições bizantinas com a pintura ocidental.
O Enterro do Conde de Orgaz ilustra uma popular lenda da cidade espanhola de Toledo. O conto narra que Santo Estêvão (à esquerda do conde) e Santo Agostinho (à direita) surgem no enterro do conde Gonzalo Ruíz de Toledo e o conduzem pessoalmente para seu descanso final.
O conde espanhol Gonzalo Ruíz de Toledo era um filantropo devoto que doou dinheiro para a reforma da Igreja de São Tomé. Andrés Nuñez, padre da Igreja de São Tomé de Toledo, onde se localiza a obra, foi quem encomendou a homenagem.
Nesta obra, El Greco emprega dois estilos diferentes. Na metade de baixo da tela, ele pintou imagens mais naturalistas e esculturais, juntamente com retratos de importantes personalidades toledanas de seu tempo. Na metade de cima da pintura o artista adotou o maneirismo, usando cores extravagantes, disposições espaciais incomuns e formas distorcidas para sugerir uma dimensão divina, enquanto a alma do conde sobe aos céus.
A imagem é típica da Contrarreforma, quando a reafirmação dos ideais católicos se tornou prioridade diante do avanço do protestantismo. Dentre as personalidades famosas toledanas da época, está o próprio autorretrato de El Greco. Ele é o sétimo da esquerda para a direita, com a mão levantada na altura do colarinho.
O filho do artista também se encontra na tela. Ao lado de Santo Estêvão, à esquerda do quadro, Jorge Manuel gesticula em direção ao enterro, agindo como uma ligação entre o mundo real do espectador e o mundo imaginário da obra. Um lenço em seu bolso exibe a assinatura de El Greco e o ano 1578: data de nascimento do rapaz.


3 detalhes de "O Enterro do Conde de Orgaz" se destacam:


1 - Justaposição de cores
Ao colocar vermelho-cereja, azul-escuro e amarelo vivo nas vestes da Virgem Maria e de São Pedro próximo de estranhos tons de branco acinzentado, o pintor faz com que a parte celestial da obra pareça reverberar. Isso reforça a impressão de que o espectador e os personagens da obra são testemunhas de uma visão.


2 - A alma como uma criança
El Greco retrata a alma do conde como um recém-nascido. Ele cerca a criança com tecidos ondulados, pretendendo dar a impressão de elevação e espiritualidade. A perspectiva é bastante incomum, com o espaço implodindo e conduzindo o olhar para cima, sugerindo que a alma está subindo aos céus.


3 - Autorretrato
Logo acima da cabeça de Santo Estêvão o artista pinta a si mesmo. Ele olha fora da tela, o que mostra que esta é uma obra pessoal. Embora as personagens presentes na cena sejam retratadas com roupas do século XVI, o fato se deu, realmente, no século XIV. Isso torna a história mais impressionante para os espectadores de seu tempo.



Ficha Técnica: O Enterro do Conde de Orgaz


Autor: El Greco
Onde ver: Igreja de São Tomé, Toledo, Espanha
Ano: 1586-1588
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 4,60m x 3,60m
Movimento: Maneirismo

domingo, 3 de fevereiro de 2013

365 DIAS DE ARTE

Autorretrato, de Rembrandt

O artista pintou a si mesmo diversas vezes, mas este é um de seus autorretratos mais imponentes.

Rembrandt Harmenszoon van Rijn (15/07/1606 - 04/10/1669) foi um pintor neerlandês. Geralmente considerado um dos maiores nomes da história da arte européia e o mais importante da história neerlandesa. Considerado ainda, por alguns, como o maior pintor de todos os tempos. Suas contribuições à arte surgiram em um período denominado pelos historiadores de "Século de Ouro dos Países Baixos", na qual a influência política, a ciência, o comércio e a cultura neerlandesa - particularmente a pintura - atingiram seu ápice.
Atingido pelos golpes da vida, mas ainda em uma pose orgulhosa e desafiadora, Rembrandt encara o observador com uma nobre autoridade. Em épocas anteriores ele retratava a si mesmo de maneira vistosa, desempenhando um papel em trajes de fantasia ou exibindo seu sucesso com roupas caras.
Nesse quadro, no entanto, ele aparece com quase 60 anos, contente em expressar a dignidade de sua profissão. A impressão de força que a imagem passa vem, em parte, da simplicidade quase geométrica da pose frontal e, em parte, da amplitude da pincelada.


4 detalhes de "Autorretrato" se destacam:


1 - Olhos
Rembrandt mostra seus olhos sob pesadas sombras, sem brilho nas pupilas, o que ajuda a criar um clima sombrio. Esse olhar impassível e resignado contrasta com a ostentação característica de muitos de seus primeiros autorretratos, além de evocar os reveses vividos pelo pintor.


2 - Instrumentos do ofício
Na mão esquerda do pintor aparece uma paleta, pincéis e um tento. Alguns raios-x do quadro mostram que originalmente os instrumentos ficavam na outra mão, como se o pintor se visse em um espelho, o que ele decidiu mudar após ter pintado o quadro.


3 - Cabelo
Cabelos acinzentados caem sobre os ombros do pintor e são representados com pinceladas vigorosas e curvas. Os cabelos rebeldes são característicos de muitos dos autorretratos de Rembrandt.


4 - Nariz
O nariz grande do pintor é um de seus traços mais característicos. Em muitos de seus autorretratos o formato bulboso parece ser exultado e nesse quadro ele é especialmente iluminado por pinceladas brancas e vermelhas.




Ficha Técnica: Autorretrato

Autor: Rembrandt Van Rijn
Onde ver: Kenwood House, Londres, Reino Unido
Ano: 1665
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 114cm x 94cm
Movimento: Barroco

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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

365 DIAS DE ARTE

A Última Viagem do Temeraire, de William Turner

A pintura imortaliza a jornada final do barco, 33 anos após a batalha de Trafalgar.

Joseph Mallord William Turner (23/04/1775 - 19/12/1851) foi um pintor romântico londrino, considerado por alguns um dos precursores do Impressionismo, em função dos seus estudos sobre cor e luz.
Como uma aparição, o espetáculo luminoso de um navio de guerra de altos mastros desliza na direção do espectador pelas águas calmas do rio Tâmisa. O barco desempenhou um papel fundamental na batalha de Trafalgar, auxiliando o barco Victory, de lorde Nelson, que era atacado pelos inimigos.
Apesar da aura de esplendor retratada na pintura, o barco está em um estado lamentável, despojado de qualquer utilidade e sendo rebocado para o estaleiro de Rotherline, onde será desmontado. A bandeira branca no rebocador simboliza a rendição do Temeraire a seu destino.
O pintor combinou muitos fatores para dar à obra o ar memorável e comovente que ela possui: o cenário sublime, assim como o equilíbrio harmonioso da composição são uma metáfora da vida e da morte do velho barco. Até mesmo a boia preta do barco representa o fim de uma era.


4 detalhes de "A Última Viagem do Temeraire" se destacam:


1 - Navio fantasma
Com três deques e 98 armas de fogo, o navio ficou atracado no porto por anos. Os três mastros do navio foram removidos e a pintura estava descascando. No entanto, a versão apresentada por Turner, o barco está elegante e romântico, com tons de branco e dourado.


2 - Rebocador industrial
No dia da viagem final, outro barco seguiu o Temeraire, mas Turner preferiu excluí-lo da pintura, para enfatizar o contraste entre o rebocador a vapor feio e escurecido e o majestoso barco a velas branco.


3 - Pôr do sol flamejante
O sol poente representa o fim da era das velas, assim como do Temeraire. O céu vermelho-sangue, refletido na superfície da água, serve para relembrar os sacrifícios feitos pela marinha britânica na Batalha de Trafalgar.


4 - Velas enfunadas
No horizonte, bem à direita do rebocador, é possível distinguir a forma de outro barco a vela fantasma. Provavelmente o barco foi incluído para reforçar a mensagem do quadro: o fim dos barcos a vela e a inevitável transição para a era dos barcos a vapor.



Ficha Técnica: A Última Viagem do Temeraire

Autor: William Turner
Onde ver: National Gallery, Londres, Reino Unido
Ano: 1839
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 90,7cm x 112,6cm
Movimento: Romantismo