domingo, 24 de março de 2013

365 DIAS DE ARTE

O Beijo de Judas, de Giotto di Bondone

Giotto di Bondone é conhecido como fundador da pintura ocidental moderna, graças à sua contribuição para o "ressurgimento artístico" que marcou o início da arte renascentista.

Giotto di Bondone, conhecido simplesmente por Giotto (1266 - 1337) foi um pintor e arquiteto italiano. Nasceu perto de Florença, conhecido na história da arte pela introdução da perspectiva na pintura durante o Renascimento.
Devido ao alto grau de inovação de seu trabalho (devido ser o introdutor da perspectiva), Giotto é considerado o precursor da pintura renascentista. Considerado o elo entre o renascimento e a pintura medieval e a bizantina.
A característica principal do seu trabalho é a identificação da figura dos santos como seres humanos de aparência comum. Esses santos com ar humanizado eram os mais importantes das cenas que pintava, ocupando sempre posição de destaque na pintura. Assim, a pintura de Giotto vem ao encontro de uma visão humanista do mundo, que vai cada vez mais se firmando até o Renascimento.
A obra de hoje faz parte da Capela Arena, situada em Pádua, na Itália. Os afrescos foram encomendados por Enrico Scrovegni e a capela foi construída, originalmente, como local de culto à família Scrovegni e memorial a Enrico. Dedicada à Virgem da Caridade, o tema geral era a salvação.
O Beijo de Judas ocupa uma posição de destaque na parede sul da capela e representa um ponto crucial da narrativa, já que inicia as cenas de sofrimento de Cristo, que terminam apenas com a crucificação. As figuras centrais, Cristo e Judas, ficam abraçadas no epicentro dos eventos que os cercam, exatamente no instante que antecede a consumação do beijo.
Judas parece hesitar e o olhar de Cristo evidencia que ele conhece o seu destino. A representação da humanidade de Cristo, bem como de seu relacionamento com Deus e com os homens é um tema característico do ponto de vista renascentista e que fica claro nesta obra.



3 detalhes de "O Beijo de Judas" se destacam:


1 - Traição
Giotto captura a pungência da traição por meio da troca de olhares entre as duas figuras principais, quando Judas percebe que Cristo sabe e, mais que isso, o perdoa.


2 - Corpos unidos
A importância do momento é enfatizada pelo fato de que os corpos das figuras centrais estão unidos por um abraço; só o beijo ainda não consumado separa os dois corpos.


3 - Manto de Judas
O amarelo-claro do manto de Judas tem por função chamar a atenção do observador para as duas figuras principais e fixá-las no centro do campo de visão. O tom do manto tem continuidade no dourado do halo de Cristo, dando a impressão de que este está sendo envolvido.



Ficha Técnica: O Beijo de Judas


Autor: Giotto di Bondone
Onde ver: Capela Arena, Pádua, Itália
Ano: 1304 - 1313
Técnica: Afresco
Tamanho: 183cm x 198cm
Movimento: Renascimento

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