quarta-feira, 30 de maio de 2012

RESUMO DE OBRAS LITERÁRIAS UTILIZADAS NOS MAIORES VESTIBULARES DO BRASIL

(Crédito: Reprodução)
O Cortiço é uma obra naturalista sobre um português que constrói um cortiço a partir do dinheiro de seu trabalho e de uma escrava com quem se relaciona.

Escrita por Aluísio Azevedo, a obra tem como temas a ambição e a exploração do homem pelo próprio homem. De um lado está João Romão que aspira à riqueza e Miranda, já rico, que aspira à nobreza. Do outro, os pobres, caracterizados como um conjunto de animais movidos pelo instinto e pela fome.


O enredo de O Cortiço


João Romão, português ganancioso, compra um estabelecimento comercial no subúrbio do Rio de Janeiro com o dinheiro de seu trabalho. Tem como vizinha Bertoleza, uma escrava que trabalha para comprar sua alforria.
João Romão inicia uma relação amorosa com a escrava e passa a cuidar do dinheiro dela. Assim, começa a criar seus negócios que, com o tempo, crescem e permitem que ele construa um cortiço.
Ao lado de João Romão, vive o burguês Miranda, dono de um sobrado (que representa a burguesia, em detrimento das humildes construções do Cortiço), com a família. Ambos brigam por causa de terras, tornando-se inimigos.
Dentre os moradores do cortiço, está Rita Baiana, mulata sensual amante de um capoeirista, Firmo. Muda-se para lá um casal de portugueses, Jerônimo e Piedade, com a filha. O português é o símbolo da moral e da ética, no entanto, não resiste aos encantos da mulata, até abandonar a família, deixar de trabalhar e se entregar à bebida.
Vive por lá também Pombinha, adolescente pura e com estudo, que representa a esperança para a mãe, que planeja um bom casamento para ela. O que dificulta os planos da mãe é a demora de a filha “tornar-se mulher”. Assim, ela aguarda ansiosa pela primeira menstruação da menina para marcar o casamento. No entanto, a filha também se torna promíscua. Após uma relação homossexual com a madrinha, Pombinha menstrua e pode casar. Ela casa, mas abandona o marido para virar prostituta.
Assim, João Romão ascende socialmente, inclusive casando-se com a Filha de Miranda, e o cortiço também, pois é reconstruído com moradias bem melhores. Para casar-se, entrega Bertoleza ao seu antigo dono, e esta acaba se suicidando na mesma data em que João Romão recebe homenagem pelos abolicionistas.


Os personagens de O Cortiço


João Romão (dono do cortiço, representa o capitalista explorador), Bertoleza (quitandeira, escrava que mora com João Romão), Miranda (comerciante português, opositor de João Romão), Jerônimo (português, trabalha na pedreira de João Romão), Rita Baiana (mulata sensual que promove pagodes no cortiço), Piedade (portuguesa casada com Jerônimo) e Capoeira (mulato e companheiro que se envolve com Rita Baiana).


Síntese de O Cortiço

Maior expressão do Naturalismo no Brasil, O Cortiço conta a história de João Romão, português ganancioso, que compra um comércio no subúrbio do Rio de Janeiro. Bertoleza, escrava que trabalha para comprar sua alforria, se envolve com João. Ele passa a cuidar, então, do dinheiro dela e constrói um cortiço.
O negócio dá certo e novos cubículos se vão amontoando na propriedade do português. Na história, surgem personagens como Pombinha, moça franzina que se desencaminha por influenciadas más companhias; Rita Baiana, mulata sensual que andava amigada na ocasião com Firmo, malandro valentão; Jerônimo e sua mulher, e outros mais.


Desenvolvimento da obra O Cortiço

A história se desenvolve a partir de personagens que frequentam o cortiço, como Pombinha que era virgem e tornou-se prostituta depois de casar.


Problemática da obra O Cortiço

João Romão ascende socialmente e devolve Bertoleza, escrava com quem se relacionava, ao antigo dono.


Clímax da obra O Cortiço

Quando João Romão se casa com a filha de Miranda e devolve Bertoleza ao antigo dono.


Desfecho da obra O Cortiço

Após a ascensão social de João Romão, ele devolve Bertoleza ao antigo dono. Ela se mata.


A linguagem de O Cortiço

Metafórica e popular.


O espaço/tempo em O Cortiço

O cenário é descrito com ambiente e os caracteres em toda a sua sujeira, podridão e promiscuidade, com uma intenção crítica. A história se passa no Rio de Janeiro, no século XIX.


Narrador e foco narrativo de O Cortiço

Narrado em terceira pessoa. O Cortiço tem um narrador onisciente que se situa fora do mundo descrito.


Contexto histórico de O Cortiço

O romance é um recorte sociológico representando as relações entre o elemento português, que explora o Brasil em sua ânsia de enriquecimento, e o elemento brasileiro, apresentado como inferior e vilmente explorado pelo português.
A obra revela a aceitação de ideias filosóficas e científicas do tempo. Trata-se de uma tese determinista de Aluísio. Mostra como o homem é suscetível a forças maiores do que ele: o seu meio social, a sua raça e o seu momento histórico.
Além do determinismo, também influenciou os naturalistas a obra de Darwin “A Origem das Espécies” - bastante polêmica para a época e dela surgiram inúmeras releituras e interpretações dos estudos nela contidos.
Em relação ao Naturalismo, ela toma forma pela teoria da evolução por meio da seleção natural. Além disso, os estudos de Darwin foram polêmicos por abordarem o homem como animal.


Escola literária de O Cortiço

Naturalismo.


Sobre o autor de O Cortiço

Aluísio Azevedo nasceu em São Luís, no Maranhão, e era filho do diplomata David Gonçalves de Azevedo e irmão do dramaturgo Artur Azevedo. Aos 17 anos, viajou para o Rio de Janeiro, a convite do irmão, para estudar na Academia Imperial de Belas-Artes (ou Escola Nacional de Belas Artes, como é hoje conhecida). Logo se estabeleceu no Rio, passou a colaborar com caricaturas e poesias em jornais e revistas.
Para ganhar a vida como escritor, dedicou-se a dois tipos de literatura: a primeira, escrita para ganhar o público geral e vender bem, tem início a partir da publicação de Uma Lágrima de Mulher (1880); a segunda, como ideal literário e forma de expressar sua visão de mundo, que o tornou célebre até os nossos dias como naturalista, tem início com a publicação de O mulato (1881).


Por:  Alexandre D. Ramos
PC EF Ciclo II



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