sexta-feira, 7 de junho de 2013

365 DIAS DE ARTE

A Balsa da Medusa, Théodore Géricault

Inspirado nesse acontecimento, Géricault pintou "A Balsa da Medusa" durante 18 meses de trabalho ininterrupto.

Jean-Louis André Théodore Géricault (26/09/1791 - 26/01/1824) foi um pintor francês do Romantismo.
Géricault mudou-se para Paris com o pai, um conhecido jurista, depois da morte da mãe, e aos 10 anos ingressou no Liceu Imperial. Terminado seus estudos, teve aulas com o pintor Vernet e anos mais tarde já trabalhava no ateliê de Pierre-Narcisse Guérin, junto com Delacroix.
Em seus primeiros quadros, Géricault demonstrou grande admiração por David e pelos cânones estéticos neoclássicos. Depois de fazer o serviço militar como mosqueteiro imperial na armada real, viajou para a Itália onde estudou profundamente as obras de Michelangelo e Rafael. Na volta para Paris, em 1817, o pintor iniciou aquela que seria sua obra-prima, "A Balsa da Medusa". Embora o tema do naufrágio seja coerente com o desespero romântico, o certo é que este quadro fez-se eco da crítica ao regime, compadecendo-se dos sobreviventes e mortos no naufrágio ocorrido por culpa do governo. Sabe-se que sua obsessão chegou a levá-lo a falar com os sobreviventes nos hospitais e inclusive a fazer esboços dos mortos no necrotério.
A doença, a loucura e o desespero passaram então a ser uma constante em seus quadros. O efeito do claro-escuro, que o pintor admirava em Caravaggio, inspiraram-no a criar ambientes patéticos e de intenso sofrimento. Anos depois em Londres, o pintor retomou sua paixão pelos cavalos que de certa forma antecipou sua preocupação em captar o movimento. Fez também quadros de doentes mentais em hospitais e após uma tentativa de suicídio, o pintor retornou a Paris, onde poucos meses depois, foi vítima de um acidente e acabou falecendo.
Sobre a obra apresentada hoje, depois do naufrágio 147 pessoas não conseguiram lugares nos botes salva-vidas e, por isso, se amontoaram em uma pequena jangada construída precariamente com tábuas, cordas e partes do mastro. A "embarcação" foi nomeada "A Balsa da Medusa". Nos primeiros dias diversas pessoas desapareceram no oceano e outras ainda foram mortas a tiros por oficiais em embarcações próximas.
Após diversos dias na embarcação um dos sobreviventes, o médico Jean-Baptiste Henry Savigny assumiu a liderança do grupo e passou a dissecar os corpos dos mortos para que servisse de alimento aos demais sobreviventes, para que estes não morressem de fome. Depois de 13 dias à deriva a Balsa da Medusa foi resgatada pelo Argus, um pequeno navio mercante. A essa altura apenas 15 sobreviventes restaram.
Inspirado nesse acontecimento, Géricault pintou a Balsa da Medusa, durante 18 meses. Para construir a cena o artista realizou um estudo substancial dos detalhes e entrevistou sobreviventes e enfermos. bem como observou o que restava dos corpos dos mortos.


Ficha Técnica: A Balsa da Medusa


Autor: Théodore Géricault
Onde ver: Museu do Louvre, Paris, França
Ano: 1818
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 491 x 716 cm 
Movimento: Romantismo

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