terça-feira, 20 de agosto de 2013

365 DIAS DE ARTE

Cristo Pantocrator, de artistas desconhecidos

A obra é um grandioso mosaico do período bizantino e está localizada na abside principal, acima do altar mor da Basílica Ortodoxa de Monreale, na Sicília.

"Pantocrator" é uma palavra de origem grega que significa "todo poderoso" ou "onipotente". Possui uma variante com acento gráfico no segundo "a": Pantocrátor. Encontra-se várias vezes no Novo Testamento em grego. Provém de pan (tudo ou todo) e krátos (alto, em cima e, daí, governo, poder). Jesus, em posição de benção - com o polegar voltado para si, os dedos médio e apontador em posição oblíqua, quase vertical, e os demais dedos dobrados em direção à palma da mão (fechados). Esta posição da mão direita indica sua dupla natureza - a divina e a humana - indicada nos dois dedos erguidos e sua participação na Trindade como segunda Pessoa indicada pelos três dedos unidos nas pontas. Na mão esquerda, as Sagradas Escrituras.
A imagem dominante no mosaico é a de Cristo Pantocrator, o "Rei de Todos". Seu gestual amplo, que acompanha a forma da abside, se estende para o espaço abaixo e recebe o espectador. Além disso, o gestual serve também como um lembrete para a magnanimidade de Cristo.
A auréola ortodoxa com uma cruz no meio, já tradicional, representa a posição de Cristo como rei espiritual supremo e como juiz do céu e da terra, bem como a Paixão de Cristo.
Como é comum na decoração sacra bizantina, arte e arquitetura criam um ambiente harmonioso de reflexão. Logo abaixo do Cristo Pantocrator, de acordo com a devoção bizantina à simetria e à hierarquia, encontra-se na parede absidal a imagem da Virgem Maria com o Menino Jesus no colo.



4 detalhes de "Cristo Pantocrator" se destacam:


1 - Cristograma
Dividido em dois, à esquerda e à direita da cabeça de Cristo, localiza-se o Cristograma, ou monograma "ICXC". A sigla é uma abreviação ortodoxa oriental das palavras "Jesus Cristo". A barra desenhada sobre os nomes é um "titlo" usada para indicar a utilização de um nome sagrado.


2 - Expressão de autoridade
A expressão melancólica e austera é comum nas imagens do Cristo Pantocrator. A posição frontal de seu rosto sugere que Ele está disponível para o espectador. Mas seus olhos, no entanto, estão focados no reino espiritual, para lembrar os fiéis de que, embora tenha boa vontade, Cristo ainda é uma figura superior.


3 - Mensagem de Cristo
Cristo tem uma Sagrada Escritura na mão esquerda, aberta em João 8:12. O trecho faz referência à Jesus sendo a origem da luz. Isso também fica sugerido pela luminosidade dos mosaicos de ouro ao redor de Cristo.


4 - Gesto de benção
A mão direita de Cristo está levantada, conforme explicações acima, num gesto de benção, característico do cristianismo ortodoxo oriental.




Ficha Técnica: Cristo Pantocrator


Autor: Artistas desconhecidos
Onde ver: Basílica Monreale, Sicília, Itália
Ano: 1180 - 1190
Técnica: Mosaico
Tamanho: 7m x 13m
Movimento: Arte Bizantina

domingo, 18 de agosto de 2013

365 DIAS DE ARTE

Lago Keitele, de Akseli Gallen-Kallela

A obra tem uma composição ousada e pouco usual e causa um impacto forte nos espectadores.

Akseli Gallen-Kallela (26/04/1865 - 07/03/1931) foi um artesão, ilustrador e pintor finlandês, conhecido pelas ilustrações do "Kalevala", o poema épico nacional finês. O seu trabalho é considerado muito importante no surgimento do sentimento nacional desse país.
Na obra de hoje, a linha do horizonte alta permite que o lado predomine. Os reflexos do céu na água são cortados por faixas horizontais devido ao vento. É possível ver ainda, em primeiro plano, uma brisa que encrespa a superfície do lago.
Lago Keitele é considerada uma obra austera, contemplativa e estimulante que parece quase um equivalente visual da música "Sibelius" - o maior compositor da Finlândia. O tema é basicamente finlandês, com lagos e florestas típicos do país.
No entanto, a pintura também apresenta aspectos que a colocam em um contexto internacional, o que mostra o envolvimento do pintor com movimentos de vanguarda europeus da época, como as formas planas inspiradas na Art Nouveau e a atmosfera meditativa remetente ao Simbolismo.
Gallen-Kallela teve um importante papel no movimento de orgulho nacionalista e acompanhou a busca da independência da Finlândia com relação à Rússia muito de perto.



2 detalhes de "Lago Keitele" se destacam:


1 - Cores frias
As cores predominantes no quadro são o azul e o branco - com o céu vividamente refletido na água. Essas cores evocam a beleza fria, calma e intocada da paisagem austera apresentada ao espectador.


2 - Simplificação ousada
Embora as obras do início da carreira de Gallen-Kallela fossem pintadas de maneira naturalista, com o tempo o pintor adotou uma expressão estilizada na qual usava menos profundidade. Os reflexos escuros do bosque aparecem em contraste com a nuvem branca, do outro lado.




Ficha Técnica: Lago Keitele


Autor: Akseli Gallen-Kallela
Onde ver: National Gallery, Londres, Reino Unido
Ano: 1905
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 53cm x 66cm
Movimento: Simbolismo

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

365 DIAS DE ARTE

Mulher e Pássaro à Luz da Lua, de Joan Miró

A cena do imaginário do pintor sugere uma relação harmoniosa e elementar entre o homem e a natureza.

Joan Miró i Ferrà (20/04/1893 - 25/12/1983) foi um escultor e pintor surrealista catalão.
Quando jovem frequentou a Escola de Belas Artes de Madri e a Academia de Gali. Completou seus estudos em 1919, resolveu então visitar Paris, onde entrou em contato com as tendências modernistas como o Fauvismo e o Dadaísmo. No início da década de 1920, conheceu André Breton, fundador do movimento surrealistas, que faria parte de toda a sua carreira artística. Participou da primeira exposição surrealista em 1925.
No fim da sua vida reduziu os elementos de sua linguagem artística a pontos, linhas, alguns símbolos e reduziu também a cor, passando a usar basicamente o branco e o preto, ficando esta ainda mais "naif".
As formas utilizadas na obra de hoje são simples e as cores radiantes, constituindo uma linguagem visual muito pessoal, carregada de simbolismo. Neste caso, a mulher e o pássaro referidos no título da obra são facilmente identificáveis abaixo da lua e das estrelas.
A cena do imaginário do pintor sugere uma relação harmoniosa e elementar entre o homem e a natureza. Essa relação, de acordo com a visão do artista, estava desaparecendo no contexto da civilização do seu tempo. Isso é perceptível pela figura feminina, bem como pelas aves, elementos de fundamental importância dentro da obra de Miró.




Ficha Técnica: Mulher e Pássaro à Luz da Lua


Autor: Joan Miró
Onde ver: Tate Modern, Londres, Reino Unido
Ano: 1949
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 82cm x 66cm
Movimento: Surrealismo

domingo, 11 de agosto de 2013

NOSSO BLOG ESTÁ BOMBANDO!!!

Estamos muito felizes pelos comentários e pelos acessos ao nosso blog! Continuem acessando, tornem-se membros, mandem sugestões. Abaixo coloco o gráfico de acesso pelo mundo! Confiram.


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segunda-feira, 5 de agosto de 2013

365 DIAS DE ARTE

A Queda de Ícaro, de Pieter Bruegel, O Velho

A obra foi inspirada no conto da mitologia grega.

Pieter Bruegel, "O Velho" (1525/1530 - 09/09/1569) foi um pintor de Brabante, célebre por seus quadros retratando paisagens e cenas do campo.
Pieter Bruegel, conhecido como "O Velho" (para distingui-lo de seu filho mais velho), foi o primeiro de uma família de pintores flamengos. Assinou como Brueghel até 1559, ano em que retirou o "H" do sobrenome, como viria acontecer também com seus filhos. "O Velho", considerado um dos melhores pintores flamengos do século XVI, é o membro mais importante da família. Admitido como mestre da guilda de São Lucas com 26 anos e logo em seguida viajou para a Itália onde produziu uma série de pinturas, a maior parte das quais representando paisagens. Sua primeira obra assinada e datada foi produzida em Roma, em 1553.
Foi pintor de multidões e de cenas populares, com uma vitalidade tal que transborda do quadro. Além da sua predileção por paisagens, pintou quadros que realçavam o absurdo na vulgaridade, expondo as fraquezas e loucuras humanas, que lhe trouxeram muita fama, porém foi na natureza que o pintor encontrou sua maior inspiração, sendo identificado como um mestre de paisagens. Creditado como sendo o primeiro pintor ocidental a pintar este tema como elemento central e não como um pano de fundo histórico de uma pintura.
Utilizando abundante sátira e força, criou algumas das primeiras imagens de protesto social na história da arte. Exemplos incluem pinturas como "A luta entre Carnaval e Quaresma" (uma sátira dos conflitos da Reforma).
Na mitologia grega, Dédalo e seu filho Ícaro foram aprisionados na ilha de Creta. Dédalo, um inventor, usou seu talento para construir dois pares de asas, com os quais ele e seu filho poderiam fugir de sua prisão. O inventor advertiu seu filho Ícaro para que este não voasse muito alto, mas Ícaro ignorou o conselho do pai. Ao subir muito, o sol derreteu a cera que mantinha as asas coladas às costas do jovem, que caiu no mar e se afogou.
O tema inspirado na lenda de Ícaro tem sido tratado desde a Antiguidade, mas não da maneira como Pieter Bruegel o abordou. O pintor deixou de enfatizar a tragédia pessoal do menino para se ater às reações das pessoas ao redor do acontecimento. Em vez de pintar Ícaro no céu, caindo, Bruegel mostra o jovem já na água. Seu pai, Dédalo, não é retratado na pintura.



5 detalhes de "A Queda de Ícaro" se destacam:


1 - Paisagem montanhosa
O pintor foi muito influenciado por uma viagem que fez aos Alpes e estava determinado a inserir montanhas em todas as paisagens que pintava.


2 - Embarcação
A presença do navio reforça o fato de que Ícaro está sendo ignorado. A embarcação faz seu trajeto para longe do jovem e embora esteja muito próxima dele, não há nenhum indício de que alguém a bordo tenha notado a queda do jovem.


3 - Ícaro
As únicas partes visíveis de Ícaro são suas pernas, que também já estão desaparecendo no mar. Sua morte, entretanto, não provoca sequer uma onda e ninguém parece se importar com a situação. Da mesma maneira, os espectadores poderiam facilmente ignorar esse detalhe narrativo, não fosse o título da obra.


4 - Pastor
O pastor desconhece a morte de Ícaro e olha para alguma coisa localizada fora da pintura. Ele e seu cachorro também não prestam atenção ao trabalho. O rebanho se encaminha perigosamente para a beira d'água e pode acabar tendo o mesmo destino de Ícaro.


5 - Cadáver no campo
Em frente ao lavrador, quase invisível, está um cadáver em meio à vegetação, na extremidade do campo. Sua presença está associada a um provérbio que diz: "O trabalho no campo não para só porque um homem morreu". Na realidade, nenhuma das atividades rotineiras presentes na cena é interrompida pela morte de Ícaro.




Ficha Técnica: A Queda de Ícaro


Autor: Pieter Bruegel, O Velho
Onde ver: Museu Real de Belas Artes, Bruxelas, Bélgica
Ano: 1558
Técnica: Óleo sobre tela (transposto de um painel)
Tamanho: 73,5cm x 112cm
Movimento: Renascimento Nórdico

sábado, 3 de agosto de 2013

365 DIAS DE ARTE

Catedral de Rouen, Portal e Torre de Saint-Romain, de Claude Monet

Nesta tela, o sol brilha sobre a fachada e os adornos de pedra, tornando a cor quase branca. O detalhe, entretanto, não é determinante.

Oscar-Claude Monet (14/11/1840 - 05/12/1926) foi um pintor francês e o mais célebre entre os pintores impressionistas. O termo "impressionismo" surgiu devido a um dos primeiros quadros do pintor e a expressão foi usada originalmente de forma pejorativa, mas Monet e seus colegas adotaram o título, sabendo da revolução que estavam iniciando na pintura.
A série "Catedral de Rouen" não foi a única de pinturas em série que Monet produziu, mas foi, sem dúvida, o seu projeto mais ambicioso. As telas surgiram em uma época de renovação religiosa na França - tanto do catolicismo quanto de outras crenças - e a catedral gótica era símbolo da identidade do país.
Nesta tela o sol brilha sobre a fachada e os adornos de pedra, tornando a cor quase branca. O detalhe, entretanto, não é determinante, pois está praticamente envolvido na ofuscante luz do sol. A pintura celebra, bem como revitaliza, as antigas paredes de pedra com uma harmonia intensa.
A perspectiva pela qual a catedral foi retratada intensifica os aspectos arquitetônicos, graças a uma luz forte e intensa. O ângulo de visão fica fora do centro, de forma que o contorno das torres e da guarnição sobre a rosácea sejam desiguais.
A ponta das torres foi cortada por Monet para concentrar a atenção do observador na beleza decorativa da fachada. Sua preocupação com os efeitos de luz também o levou a acentuar as reentrâncias (rosáceas e três portas), gerando contrastes mais fortes, além de mais variações de cor.


3 detalhes de "Catedral de Rouen, Portal e Torre de Saint-Romain" se destacam:


1 - Arte Gótica
O artista inclui características minuciosas da arte gótica na obra, como o rendilhado sobre a janela. Esse tipo de detalhe parece dissolver-se na intensa luz solar.


2 - Sombras
As sombras escuras na abertura da rosácea funcionam como uma base para as sombras menos pronunciadas, presentes em toda a fachada da catedral.


3 - Detalhes arquitetônicos
As formas pintadas reproduzem detalhes arquitetônicos da catedral e, em alguns lugares, é possível identificar até mesmo a presença das esculturas dos santos.



Ficha Técnica: Catedral de Rouen, Portal e Torre de Saint-Romain


Autor: Claude Monet
Onde ver: Museu d'Orsay, Paris, França
Ano: 1893
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 107cm x 73cm
Movimento: Impressionismo