sábado, 16 de junho de 2012

RESUMO DE OBRAS LITERÁRIAS UTILIZADAS NOS MAIORES VESTIBULARES DO BRASIL

Vidas Secas

Graciliano Ramos

Vidas Secas, de Graciliano Ramos, retrata as condições de miséria e as dificuldades

Vidas Secas, de Graciliano Ramos, retrata as condições de miséria e as dificuldades enfrentadas por Fabiano e sua família durante o período da seca, em uma representação fiel da grande maioria dos camponeses e nordestinos do Brasil.
Escrita em 1938, Vidas Secas narra a história de uma típica família de nordestinos, sobreviventes das secas. Ambientada no semi-árido do nordeste brasileiro, o livro conta apenas um dos ciclos de peregrinação da obra dividido em 13 capítulos, iniciando com a “Mudança” e terminando com a “Fuga” – o que deixa no leitor a sensação de que as mesmas dificuldades enfrentadas durante o livro ainda se repetirão diversas vezes em sua jornada.

O enredo de Vidas Secas

Fabiano e sua família, moradores do sertão nordestino, fogem da seca em busca de uma vida melhor.

Os personagens de Vidas Secas

Fabiano: nordestino, pai de família e pobre. É um homem de poucas palavras e sem nenhuma instrução. Tenta fazer o melhor por sua família, mas volta e meia se compara aos bichos com os quais convive.

Sinhá Vitória: mulher de Fabiano, mulher trabalhadora que só quer ter a oportunidade de dar uma vida melhor aos filhos. Ama e acompanha o marido por onde quer que ele vá.

Filho mais velho: é uma criança sofrida, que acompanha os pais em suas andanças. A única amiga que possui é a cachorra baleia, e seu vocabulário é tão curto quanto o de um papagaio da família, mas ainda assim é um garoto curioso.

Filho mais novo: tem em seu pai um ídolo, deseja ser como ele e realizar grandes feitos.

Baleia: a cachorra companheira de todas as horas, em muitos momentos, comparada a um ser humano, é sacrificada por Fabiano, por acreditar que ela esteja infectada com raiva.

Síntese de Vidas Secas

Para fugir da seca, Fabiano e a família partem rumo ao sul, acompanhados por Baleia e pelo papagaio, que é sacrificado para virar refeição. Após muito tempo de caminhada, encontram uma fazenda abandonada onde decidem se instalar.
Neste ponto, Fabiano começa a sonhar com uma vida melhor, ser um fazendeiro, dar uma vida melhor aos seus filhos, eis que chega o dono das terras exigindo o que é seu por direito, e oferece a Fabiano um emprego de caseiro na fazenda, que faz com que ele se sinta um bicho novamente.
O período em que passam por lá é bom e começa um período de auto-descoberta para Fabiano. No entanto, com a chegada de uma nova estação de secas, a família decide que aquele lugar não mais será o seu lar, e partem em nova peregrinação.

Desenvolvimento da obra Vidas Secas

Durante sua peregrinação, Fabiano finalmente se dá conta de como o mundo é injusto e de que as pessoas de classes sociais diferentes podem machucá-lo, humilhá-lo e roubá-lo porque assim o querem. Sua pobreza e falta de instrução faz com que a distância que separa a ele e sua família das outras pessoas aumente cada dia mais, tornando-os cada vez mais “bichos” e menos “gente”. Ao final, quando ele decide mais uma vez se mudar e fugir da seca, começa a sonhar novamente com uma vida melhor para a esposa e para os filhos.

Problemática da obra Vidas Secas

Demonstrar a pobreza excessiva, a miséria e as dificuldades pelas quais passam os sertanejos nordestinos.

Clímax da obra Vidas Secas

Sem dúvida, o clímax está no capítulo 10, no qual Fabiano se descobre enganado e roubado por seu patrão. Após todas as humilhações sofridas por ele e sua família, ainda percebe como foi enganado por alguém que julgou confiar. Quem percebe o “erro” na contas é Sinhá Vitória, e este momento é tão decisivo quanto a seca que se aproxima para que decidam abandonar tudo outra vez e começar uma nova peregrinação.

Desfecho da obra Vidas Secas

O livro termina com o começo de uma nova peregrinação, em busca de novos sonhos, novas terras e novas oportunidades. Um retrato triste, porém fiel da vida dos retirantes, sempre errantes, sempre fugindo das secas.

A linguagem de Vidas Secas

A linguagem é marcada por frases curtas, palavras simples, que remetem à secura do sertão. Tal qual a terra e o cenário, duro e sem vida, são os diálogos, quase inexistentes entre os personagens.

O espaço/tempo em Vidas Secas

A obra é ambientada no Sertão Nordestino, e o tempo utilizado em sua contextualização é mais psicológico do que cronológico, não havendo referências ao ano exato no qual se encontra.

Narrador e foco narrativo de Vidas Secas

Graciliano Ramos utilizou o recurso narrativo em terceira pessoa intercalando-o com o discurso indireto livre, na qual falas das personagens se misturam com as do narrador.

Contexto histórico de Vidas Secas

O livro Vidas Secas foi escrito em 1938, menos de dez anos após a Crise de 1929, em uma época em que os efeitos ainda podiam ser notados. Levando a população a temer seus efeitos em longo prazo. Neste sentido, o autor buscava denunciar as condições de miséria na qual se encontrava a grande maioria dos nordestinos.

Escola literária de Vidas Secas

Neorealismo.

Sobre o autor de Vidas Secas

Graciliano Ramos nasceu em 1892, na cidade de Quebrangulo, Alagoas. Foi um importante romancista, jornalista, político e cronista do século 20 merecendo destaque por obras que denunciavam a situação de miséria vivida por grande parte dos nordestinos. Entre os livros mais conhecidos estão Caetés, Memórias do Cárcere e Viventes de Alagoas. Morreu em 1953, na cidade do Rio de Janeiro.

Outras fontes

Vidas Secas (filme), 1963, Brasil. Com direção de Nelson Pereira dos Santos.


Prof. Alexandre Ramos
PC EF Ciclo II

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