terça-feira, 12 de novembro de 2013

VOCÊ SABIA?

Como os faraós eram embalsamados?

Em primeiro lugar, cérebro, intestinos e outros órgãos vitais eram retirados. Nessas cavidades, colocavam-se resinas aromáticas e perfumes. Depois, os cortes eram fechados. Mergulhava-se, então, o cadáver num tanque com nitrato de potássio (salitre) para que a umidade do corpo fosse absorvida. Ele permanecia ali por setenta dias. Após este período, o corpo era lavado e enrolado numa bandagem de algodão, com centenas de metros, embebida em betume, uma substância pastosa. Só aí o morto ia para a tumba. Esse processo conservava o cadáver praticamente intacto por séculos. A múmia do faraó Ramsés II, que reinou no Egito entre 1304 e 1237 a.C. foi encontrada em 1881 apenas com a pele ressecada. Os cabelos e os dentes continuavam perfeitos.

domingo, 10 de novembro de 2013

365 DIAS DE ARTE

A Ressurreição, de Piero Della Francesca

O afresco combina simbolismo cívico e religioso, refletindo as mudanças políticas da época.

Piero Della Francesca (1415 - 1492) foi um pintor italiano do Quattrocento, nome dado à segunda fase do movimento Renascentista italiano. Tal qual os grandes mestres de seu tempo, Piero primou sempre pela criatividade em relação ao passado medieval, apresentando técnicas e temáticas inovadoras como, por exemplo, o uso da tela e da pintura a óleo, o retrato, a representação da natureza, o nu, e, sobremaneira, a perspectiva e a criação do volume. No século XV, Piero Della Francesca, desenvolve uma pintura pessoal e solene, misturando formas geométricas e cores intensas. Sua pintura se diferencia pela utilização da geometria espacial e abstração.
A obra hoje apresentada, por se tratar de uma obra religiosa o esperado é que ela fosse um retábulo em uma igreja, entretanto, ela foi pintada para a sala do conselho da prefeitura de Borgo San Sepolcro, cidade natal do pintor.
O afresco combina simbolismo cívico e religioso, refletindo as mudanças políticas da época, nas quais muitas cidades invocavam a proteção de santos padroeiros. Dessa maneira, o patriotismo acabava por se confundir com devoção religiosa.
A famosa obra evoca um conhecido tema religioso. Sua composição é piramidal, com o grupo desorganizado de soldados na parte inferior, em contraste com a figura de Cristo logo acima, serena e dominante. A passividade apática dos soldados se opõe ao ânimo de Cristo ao deixar o túmulo.
As cores acentuam o contraste entre os tons terrosos dos soldados e a palidez mortal de Jesus, cujo corpo está envolto em tecido rosa pálido, criando uma ligação com o azul perolado presente no céu, sinal da natureza divina. A figura parece irradiar luz e essa luminosidade é enfatizada pelo contraste com os tons escuros da paisagem.




3 detalhes de "A Ressurreição" se destacam:


1 - Pose de Cristo
A pose frontal e o olhar direto de Cristo atraem o observador e o convida a participar do triunfo sobre a morte.


2 - Efeitos de luz
Os efeitos de luz e sombra provém do retoque com pigmentos metálicos a seco. Em alguns lugares, no entanto, eles se perderam, como nos pontos onde faltam folhas nas árvores.


3 - Tronco de árvore
A presença do grande tronco de árvore localizado logo atrás de Jesus tem como principal objetivo acentuar a monumentalidade da figura de Cristo.




Ficha Técnica: A Ressurreição


Autor: Piero Della Francesca
Onde ver: Borgo San Sepolcro, Itália
Ano: 1460
Técnica: Afresco
Tamanho: 200cm x 225cm
Movimento: Renascimento

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

VOCÊ SABIA?

Quando foi construído o primeiro edifício da história?


Não se conhece a data exata do primeiro edifício da história, mas, desde as primeiras civilizações, há registros de grandes palácios, templos e construções. Sabe-se que os sumérios (civilização mais antiga da humanidade), que dominaram o sul da Mesopotâmia de 3.500 a 1.600 a.C., chegaram a ter cidades com mais de 30 mil habitantes, nas quais havia prédios repletos de colunas e terraços. Por causa da escassez de pedras, eles usaram uma argamassa de junco e barro, além de tijolos de barro seco ao sol. O maior dos prédios deste período, o Zigurate de Ur, tinha um pavimento superior com mais de 30 metros de altura. A civilização Minóica, que ocupou Creta por volta de 2.000 a.C., deixou vestígios de enormes palácios e edificações construídas antes de 1.750 a.C., quando uma grande catástrofe natural soterrou-as.

UM POUCO DE... LÍNGUA PORTUGUESA!


sábado, 2 de novembro de 2013

365 DIAS DE ARTE

Mulher, de André Masson

Em "Mulher" ainda é possível identificar traços do estilo cubista no qual Masson pintava antes de aderir ao surrealismo.

André Masson nasceu em 1896, em Balagny, na França. Aos doze anos mudou-se com a família para Bruxelas, onde iniciou seus estudos na Academia de Belas Artes. Em 1912 foi para Paris, dois anos depois ganhou bolsa para estudar a técnica de afresco na Itália. Inicialmente, sua obra foi influenciada pelo Cubismo.
Lutou na Primeira Guerra Mundial. Foi gravemente ferido, tendo ficado internado por um longo tempo.
Em 1924, integrou-se ao grupo de surrealistas e em 1933 viajou para a Inglaterra. Morou também na Espanha entre 1934 e 1936 e nessa época, seus temas remetem-se às metamorfoses e ao erotismo. Fez também experimentos com areia e desenhos automáticos. Interessou-se pela filosofia oriental.
Entre 1941 e 1945, durante a Segunda Guerra, viveu nos Estados Unidos. A presença de surrealistas em Nova York e o contato com o automatismo e o expressionismo abstrato de Pollock foram importantes para seu trabalho. Volta para França entre 1947 e 1956, período em que se dedicou a pintar paisagens. Morreu em 1987, em Paris.
Na obra de hoje, Mulher, ainda é possível identificar traços do estilo cubista no qual Masson pintava antes de aderir ao surrealismo. Isso fica evidentes na maneira como a composição é fragmentada em planos. A pintura é quase idêntica a uma tela perceptivelmente cubista pintada no mesmo ano, Mulher em um Jardim. A primeira obra, no entanto, mostra sinais expressivos peculiares do desenho automático. A obra foi usada como estudo para uma obra cubista mais refinada.
Os ângulos cubistas cessam em direção ao centro da tela, os planos do corpo feminino são irregulares, curvando-se organicamente como os frutos vermelhos maduros que pendem das videiras à esquerda. A cara rosada da fruta aberta colocada sobre seu peito, segmentada pela seiva branca como uma romã, assume uma aparência macabra de órgãos expostos.



3 detalhes de "Mulher" se destacam:


1 - Possíveis interpretações
Um nu em um jardim instiga interpretações bíblicas, embora a escolha também pode se referir ao fascínio do artista pela mitologia grega. A romã pode ser uma referência ao tempo que Perséfone passou no Hades. Enquanto isso, o cabelo da mulher, curto como era moda na época, sugere modernidade.


2 - Forma feminina
A forma feminina foi construída a partir de planos indistintos, ondulados, com exceção do seio direito da figura, que é esférico e geométrico.


3 - Cabelo e orelha
Os cabelos e a orelha da figura são esboçados com poucas linhas fluídas, obtidas com um pincel fino e tinta diluída.




Ficha Técnica: Mulher


Autor: André Masson
Onde ver: Coleção Particular
Ano: 1925
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 80cm x 64cm
Movimento: Surrealismo

UM POUCO DE... LÍNGUA PORTUGUESA!


sábado, 26 de outubro de 2013

365 DIAS DE ARTE

Retrato Imaginário do Marquês de Sade, de Man Ray

Como não existe retrato autenticado de Sade, Man Ray inventou sua aparência livremente. O resultado costuma ser comparado à imagem de André Breton quando velho.

Emanuel Rudzitsky, conhecido artisticamente como Man Ray (27/08/1890 - 18/11/1976) foi um fotógrafo, pintor e anarquista.
Foi um dos nomes mais importantes do movimento da década de 1920, responsável por inovações artísticas na fotografia. Foi estudante de arquitetura, engenharia e artes plásticas, iniciando-se na pintura ainda jovem. Em 1915 conhece o pintor francês Marcel Duchamp, com quem funda o grupo dadá nova-iorquino e em 1921 descobre o movimento surrealista na pintura. Trabalha como fotógrafo para financiar a pintura e, com a nova atividade, desenvolve sua arte, a raiografia ou fotograma, criando imagens abstratas mas com a exposição à luz de objetos previamente dispersos sobre o papel fotográfico. Como cineasta, produziu filmes surrealistas com o auxílio de uma técnica chamada solarização, pela qual inverte parcialmente os tons da fotografia. Mudou-se para Califórnia em 1940, lecionando aulas sobre fotografias. Em 1963 retorna para França e publica sua autobiografia denominada "Auto-Retrato".
O Marquês de Sade, que aparece como referência na obra de hoje, teve diversos textos condenados durante o século XIX, mas encontrou novos leitores na vanguarda parisiense nas primeiras décadas do século XX. O Marquês escrevia sobre sexualidade e tinha preferências pelo sadomasoquismo. A obra apresentada hoje é um reconhecimento da dívida de Man Ray com o famoso pornógrafo.
Como não existe retrato autenticado de Sade, Man Ray inventou sua aparência livremente. O resultado costuma ser comparado à imagem de André Breton quando velho, mas, estranhamente, considerando o fascínio do pintor pelo Marquês, o retrato é impassível, sem referências eróticas ou de sadomasoquismo.
Apenas os lábios cheios e vermelhos de Sade tem um toque de sensualidade, enquanto o resto da imagem foi pintada como se fosse construída com blocos de pedra, fazendo eco com a fachada da Bastilha, onde Sade esteve preso por vários anos.
O Marquês é pintado de perfil e de seu ombro sai um caminho que leva até a Bastilha. A obra parece conter uma referência à tumultuada tomada da fortaleza no ano de 1789 e à sua posterior demolição, na forma de pedras lançadas ao chão por guindastes de madeira.
Segundo o folclore local, o Marquês de Sade incitou os acontecimentos daquele verão gritando de sua janela que os prisioneiros encarcerados na fortaleza estavam sendo assassinados, fator que teria provocado a rebelião. Depois disso o Marquês foi transferido para o asilo de doentes mentais de Charenton, na noite anterior à tomada da Bastilha.


5 detalhes de "Retrato Imaginário do Marquês de Sade" se destacam:


1 - Rosto do Marquês
Apresentado como uma estátua, apenas os olhos injetados de sangue e os lábios vermelhos de Sade humanizam o rosto, que por sua vez aparece rachado e abatido, como o edifício. São exibidas marcas de bala na fronte do ícone, o que o torna histórico e devastado.


2 - Direção do olhar
Pela linha de visão de Sade, parece que ele não olha para a Bastilha e sim o Marquês dirige um olhar imparcial para o céu acima das torres da fortaleza.


3 - Bandeira da França
Embora não esteja na pintura de maneira efetiva, o azul dos olhos de Sade contrasta com o branco tingido de sangue, evocando a bandeira tricolor da França e atraindo o olhar do observador para o centro da composição.


4 - Repetição do vermelho
O vermelho do olho se repete nos lábios de Sade e na roda da carruagem, além do muro da fortaleza, ao fundo. Essa repetição guia o olhar do observador pelo plano da imagem.


5 - Sensação de distanciamento
As linhas quebradas dos guindastes de madeira colocam a área fora de foco, criando assim uma sensação de distanciamento do observador.




Ficha Técnica: Retrato Imaginário do Marquês de Sade


Autor: Man Ray
Onde ver: Coleção Particular
Ano: 1938
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 60cm x 50cm
Movimento: Surrealismo

PROJETO "REINVENTANDO" - PROFª TATIANE SITTA DE AZEVEDO SOUSA