domingo, 10 de fevereiro de 2013
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
365 DIAS DE ARTE
O Batismo de Cristo, de Piero Della Francesca
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A obra tem um ar solene e espiritual, apesar do colorido e da série de detalhes terrenos nela retratados. |
Piero Della Francesca (1415 - 1492) foi um pintor italiano do "Quattrocento", nome dado à segunda fase do movimento Renascentista italiano. Tal qual os grandes mestres de seu tempo, Piero primou sempre pela criatividade em relação ao passado medieval, apresentando técnicas e temáticas inovadoras como, por exemplo, o uso da tela e da pintura a óleo, o retrato, a representação da natureza, o nu, e, sobretudo, a perspectiva e a criação do volume. No século XV, Piero desenvolve uma pintura pessoal e solene, misturando formas geométricas e cores intensas. Sua pintura se diferencia pela utilização da geometria espacial e abstração.
A pintura apresentada hoje exemplifica o equilíbrio entre a ciência e a poesia, tornando a arte de Piero memorável. Não há registros sobre a encomenda da obra, mas algumas evidências indicam que a obra foi feita para uma capela dedicada a São João Batista. Quando a abadia foi fechada a obra foi transferida para a catedral de Sansepolcro.
O Batismo de Cristo foi um tema popular desde o início da arte cristã e muitos aspectos da pintura apresentam paralelos com obras de outros artistas italianos da época. Embora nos relatos bíblicos Jesus tenha sido batizado no Rio Jordão, Piero decidiu situar a cena no tipo de paisagem montanhosa que encontrava ao redor de sua própria cidade.
4 detalhes de "O Batismo de Cristo" se destacam:
1 - João Batista
João foi o precursor de Cristo e o batismo marcou o início da pregação de Jesus. Na arte o santo é representado como um homem selvagem, mas na obra de Piero aparece mais bem apanhado que o próprio Cristo.
2 - Jesus
Nas obras renascentistas Jesus era retratado com feições delicadas e espiritualizadas. Em contrapartida, Piero retrata Cristo com um aspecto de lavrador rústico. Apesar das feições mais grosseiras ainda há nobreza na atitude e a expressão grave tira todas as dúvidas acerca de sua santidade.
3 - Anjos
Os anjos retratados no retábulo parecem baseados na observação de pessoas reais e não em ideias convencionais sobre os seres celestes. Apesar do encanto produzido por eles, no entanto, a atmosfera solene do quadro não se perde.
4 - Pomba
De acordo com relatos bíblicos, no momento do batismo de Jesus, o Espírito Santo desceu sobre ele na forma de uma pomba. O pássaro retratado nesta pintura deixa clara a perícia do artista, já que está retratada de frente, em perspectiva. Sua forma também lembra uma nuvem no céu.
Ficha Técnica: O Batismo de Cristo
Autor: Piero Della Francesca
Onde ver: National Gallery, Londres, Reino Unido
Ano: 1450
Técnica: Têmpera sobre madeira
Tamanho: 167cm x 116cm
Movimento: Renascimento - Quattrocento
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013
GEO... GRAFANDO!
Amazonas
Bandeira:
Brasão:
Mapa:
Capital: Manaus
Área Total: 1.570.745,2 Km2
Sigla: AM
Região: Norte
População: 3.332.330 hab. (2006)
O Amazonas é a mais extensa das unidades federativas do Brasil. Tem como limites a Venezuela e Roraima a norte, o Pará a leste, o Mato Grosso a sudeste, Rondônia a sul, o Acre a sudoeste, o Peru a oeste e a Colômbia a noroeste. Um quarto do total de índios do Brasil vive no Amazonas e sua cultura tem fortes influencias indígenas e nordestinas. A economia do Estado é baseada na indústria, no extrativismo, mineração e pesca. Em relação ao extrativismo, grande impulso na vida econômica e na colonização da região amazônica foi dado com a exploração do látex, durante o ciclo da borracha.
O Amazonas é o único Estado Brasileiro que possui a indústria como o foco da economia. Em 1967 foi criada a Zona Franca de Manaus, para estimular o desenvolvimento da indústria por meio de incentivos fiscais. Assim, entre os anos de 1965 e 1975 a renda anual do Estado cresceu 147%. A maior parte do transporte de pessoas e cargas é feita pelos rios Madeira, Negro e Amazonas.
terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
365 DIAS DE ARTE
O Enterro do Conde de Orgaz, de El Greco
Doménikos Theotokópoulos, mais conhecido como El Greco (1541 - 07/04/1614) foi um pintor, escultor e arquiteto grego que desenvolveu a maior parte da sua carreira na Espanha. Assinava suas obras com o nome original, ressaltando sua origem. Nasceu em Creta, que na época pertencia à República de Veneza e era um centro artístico pós-bizantino. Treinou ali e tornou-se um mestre dentro dessa tradição artística, antes de viajar, aos vinte e seis anos, para Veneza e em 1570 mudou-se para Roma onde abriu seu ateliê e executou algumas séries de trabalhos. Durante sua permanência na Itália, enriqueceu seu estilo com elementos do maneirismo e da renascença veneziana. Mudou-se em 1577 para Toledo, na Espanha, onde viveu e trabalhou até sua morte.
Seu estilo dramático e expressivo foi considerado estranho por seus contemporâneos, mas encontrou grande apreciação no século XX, sendo considerado um precursor do expressionismo e do cubismo. El Greco é considerado pelos estudiosos modernos como um artista tão individual que não o consideram como pertencente a nenhuma escola de arte convencional. É mais conhecido por suas figuras tortuosamente alongadas e uso frequente de pigmentação fantástica ou mesmo fantasmagórica, unindo tradições bizantinas com a pintura ocidental.
O Enterro do Conde de Orgaz ilustra uma popular lenda da cidade espanhola de Toledo. O conto narra que Santo Estêvão (à esquerda do conde) e Santo Agostinho (à direita) surgem no enterro do conde Gonzalo Ruíz de Toledo e o conduzem pessoalmente para seu descanso final.
O conde espanhol Gonzalo Ruíz de Toledo era um filantropo devoto que doou dinheiro para a reforma da Igreja de São Tomé. Andrés Nuñez, padre da Igreja de São Tomé de Toledo, onde se localiza a obra, foi quem encomendou a homenagem.
Nesta obra, El Greco emprega dois estilos diferentes. Na metade de baixo da tela, ele pintou imagens mais naturalistas e esculturais, juntamente com retratos de importantes personalidades toledanas de seu tempo. Na metade de cima da pintura o artista adotou o maneirismo, usando cores extravagantes, disposições espaciais incomuns e formas distorcidas para sugerir uma dimensão divina, enquanto a alma do conde sobe aos céus.
A imagem é típica da Contrarreforma, quando a reafirmação dos ideais católicos se tornou prioridade diante do avanço do protestantismo. Dentre as personalidades famosas toledanas da época, está o próprio autorretrato de El Greco. Ele é o sétimo da esquerda para a direita, com a mão levantada na altura do colarinho.
O filho do artista também se encontra na tela. Ao lado de Santo Estêvão, à esquerda do quadro, Jorge Manuel gesticula em direção ao enterro, agindo como uma ligação entre o mundo real do espectador e o mundo imaginário da obra. Um lenço em seu bolso exibe a assinatura de El Greco e o ano 1578: data de nascimento do rapaz.
3 detalhes de "O Enterro do Conde de Orgaz" se destacam:
1 - Justaposição de cores
Ao colocar vermelho-cereja, azul-escuro e amarelo vivo nas vestes da Virgem Maria e de São Pedro próximo de estranhos tons de branco acinzentado, o pintor faz com que a parte celestial da obra pareça reverberar. Isso reforça a impressão de que o espectador e os personagens da obra são testemunhas de uma visão.
2 - A alma como uma criança
El Greco retrata a alma do conde como um recém-nascido. Ele cerca a criança com tecidos ondulados, pretendendo dar a impressão de elevação e espiritualidade. A perspectiva é bastante incomum, com o espaço implodindo e conduzindo o olhar para cima, sugerindo que a alma está subindo aos céus.
3 - Autorretrato
Logo acima da cabeça de Santo Estêvão o artista pinta a si mesmo. Ele olha fora da tela, o que mostra que esta é uma obra pessoal. Embora as personagens presentes na cena sejam retratadas com roupas do século XVI, o fato se deu, realmente, no século XIV. Isso torna a história mais impressionante para os espectadores de seu tempo.
Ficha Técnica: O Enterro do Conde de Orgaz
Autor: El Greco
Onde ver: Igreja de São Tomé, Toledo, Espanha
Ano: 1586-1588
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 4,60m x 3,60m
Movimento: Maneirismo
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
domingo, 3 de fevereiro de 2013
365 DIAS DE ARTE
Autorretrato, de Rembrandt
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O artista pintou a si mesmo diversas vezes, mas este é um de seus autorretratos mais imponentes. |
Rembrandt Harmenszoon van Rijn (15/07/1606 - 04/10/1669) foi um pintor neerlandês. Geralmente considerado um dos maiores nomes da história da arte européia e o mais importante da história neerlandesa. Considerado ainda, por alguns, como o maior pintor de todos os tempos. Suas contribuições à arte surgiram em um período denominado pelos historiadores de "Século de Ouro dos Países Baixos", na qual a influência política, a ciência, o comércio e a cultura neerlandesa - particularmente a pintura - atingiram seu ápice.
Atingido pelos golpes da vida, mas ainda em uma pose orgulhosa e desafiadora, Rembrandt encara o observador com uma nobre autoridade. Em épocas anteriores ele retratava a si mesmo de maneira vistosa, desempenhando um papel em trajes de fantasia ou exibindo seu sucesso com roupas caras.
Nesse quadro, no entanto, ele aparece com quase 60 anos, contente em expressar a dignidade de sua profissão. A impressão de força que a imagem passa vem, em parte, da simplicidade quase geométrica da pose frontal e, em parte, da amplitude da pincelada.
4 detalhes de "Autorretrato" se destacam:
1 - Olhos
Rembrandt mostra seus olhos sob pesadas sombras, sem brilho nas pupilas, o que ajuda a criar um clima sombrio. Esse olhar impassível e resignado contrasta com a ostentação característica de muitos de seus primeiros autorretratos, além de evocar os reveses vividos pelo pintor.
2 - Instrumentos do ofício
Na mão esquerda do pintor aparece uma paleta, pincéis e um tento. Alguns raios-x do quadro mostram que originalmente os instrumentos ficavam na outra mão, como se o pintor se visse em um espelho, o que ele decidiu mudar após ter pintado o quadro.
3 - Cabelo
Cabelos acinzentados caem sobre os ombros do pintor e são representados com pinceladas vigorosas e curvas. Os cabelos rebeldes são característicos de muitos dos autorretratos de Rembrandt.
4 - Nariz
O nariz grande do pintor é um de seus traços mais característicos. Em muitos de seus autorretratos o formato bulboso parece ser exultado e nesse quadro ele é especialmente iluminado por pinceladas brancas e vermelhas.
Ficha Técnica: Autorretrato
Autor: Rembrandt Van Rijn
Onde ver: Kenwood House, Londres, Reino Unido
Ano: 1665
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 114cm x 94cm
Movimento: Barroco
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013
365 DIAS DE ARTE
A
Última Viagem do Temeraire, de William Turner
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A pintura imortaliza a jornada final do barco, 33 anos após a batalha de Trafalgar. |
Joseph Mallord William Turner (23/04/1775 - 19/12/1851) foi um pintor romântico londrino, considerado por alguns um dos precursores do Impressionismo, em função dos seus estudos sobre cor e luz.
Como uma aparição, o espetáculo luminoso de um navio de guerra de altos mastros desliza na direção do espectador pelas águas calmas do rio Tâmisa. O barco desempenhou um papel fundamental na batalha de Trafalgar, auxiliando o barco Victory, de lorde Nelson, que era atacado pelos inimigos.
Apesar da aura de esplendor retratada na pintura, o barco está em um estado lamentável, despojado de qualquer utilidade e sendo rebocado para o estaleiro de Rotherline, onde será desmontado. A bandeira branca no rebocador simboliza a rendição do Temeraire a seu destino.
O pintor combinou muitos fatores para dar à obra o ar memorável e comovente que ela possui: o cenário sublime, assim como o equilíbrio harmonioso da composição são uma metáfora da vida e da morte do velho barco. Até mesmo a boia preta do barco representa o fim de uma era.
4 detalhes de "A Última Viagem do Temeraire" se destacam:
1 - Navio fantasma
Com três deques e 98 armas de fogo, o navio ficou atracado no porto por anos. Os três mastros do navio foram removidos e a pintura estava descascando. No entanto, a versão apresentada por Turner, o barco está elegante e romântico, com tons de branco e dourado.
2 - Rebocador industrial
No dia da viagem final, outro barco seguiu o Temeraire, mas Turner preferiu excluí-lo da pintura, para enfatizar o contraste entre o rebocador a vapor feio e escurecido e o majestoso barco a velas branco.
3 - Pôr do sol flamejante
O sol poente representa o fim da era das velas, assim como do Temeraire. O céu vermelho-sangue, refletido na superfície da água, serve para relembrar os sacrifícios feitos pela marinha britânica na Batalha de Trafalgar.
4 - Velas enfunadas
No horizonte, bem à direita do rebocador, é possível distinguir a forma de outro barco a vela fantasma. Provavelmente o barco foi incluído para reforçar a mensagem do quadro: o fim dos barcos a vela e a inevitável transição para a era dos barcos a vapor.
Ficha Técnica: A Última Viagem do Temeraire
Autor: William Turner
Onde ver: National Gallery, Londres, Reino Unido
Ano: 1839
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 90,7cm x 112,6cm
Movimento: Romantismo
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